10 Jogos que Superaram Lançamentos Catastróficos

Nem sempre um jogo chega às mãos do consumidor da forma mais otimizada e bem-acabada, ou mesmo, em estado jogável. Muitas vezes os jogos têm que chegar as mãos dos jogadores uma data específica antes do “fechamento do período fiscal” (ou seja, tem que garantir que os empresários e acionistas ganhem dinheiro) ou alguma data específica como coincidir com o lançamento de um filme (praticamente uma regra para jogos baseados em filmes), quando a data da entrega do produto aos apoiadores de um financiamento coletivo se aproxima ou alguma outra razão que faça com que os lançamentos dos jogos sejam apressados ou não finalizados.

Muitos títulos chegaram ao mercado em estado lastimável — repletos de bugs, vazios de conteúdo ou com sistemas problemáticos — mas conseguiram, com o tempo e trabalho duro dos desenvolvedores, muitas atualizações, pedidos de desculpas, reembolsos e principalmente, vontade de entregar o game como foi prometido, virar o jogo e se tornar um game que, no mínimo, atendeu as expectativas e, algumas vezes, superou elas.

Então vamos listar 10 jogos lançados em um estado lastimável e chegaram ao topo, superando lançamentos desastrosos para se tornarem grandes sucessos e, se você ficar com dúvidas, deixe um comentário.

Reunindo os jogos Halo 1 ao 4 com um remake completo de Halo 2, a Master Chief Collection parecia um presente para os fãs — até ser lançada com sérios problemas de conexão e matchmaking. A Microsoft se desculpou oferecendo um mês gratuito de Xbox Live Gold e uma cópia digital da campanha de Halo 3: ODST.

Mas o verdadeiro conserto veio depois, com atualizações que resolveram os problemas e, mais tarde, a chegada da coletânea ao Steam. A recepção foi tão positiva que fãs enviaram pizzas para o estúdio 343 Industries. Hoje, Halo Reach também faz parte do pacote e é um dos melhores jogos exclusivos da empresa.

O lançamento de Battlefront II, da EA, entrou para a história como um dos piores exemplos de monetização abusiva. O sistema de loot boxes interferia diretamente na progressão dos jogadores e as respostas da empresa em fóruns — especialmente no Reddit — só pioraram a situação. A polêmica foi tão grande que chegou aos órgãos reguladores e comissões de jogos de azar, além de ser um dos responsáveis por fazer com que os governos de vários países dessem início a discussões sobre legislação de loot boxes.

A EA precisou correr para apagar o incêndio: reformulou totalmente o sistema de recompensas, restringiu itens pagos a cosméticos e passou a lançar atualizações gratuitas com frequência além de ter que se justificar em vários tribunais para dizer que o sistema de “mecânica de surpresas” não é abusivo ou injusto. O jogo renasceu e hoje é muito mais justo e divertido, mas ainda tem as microtransações sempre tentando chamar a atenção dos players.

Quando foi lançado em 2012, Diablo III causou revolta nos fãs. O sistema que obrigava os jogadores a ficar online 100% do tempo frustrou jogadores, que enfrentaram problemas constantes de conexão. Reclamações que a Blizzard tratou com arrogância, pedindo aos fãs que “aceitassem” e pronto. E para piorar, a empresa ainda se recusou a oferecer reembolsos, mesmo que o jogo estivesse, muitas vezes, injogável.

Ainda assim, Diablo III vendeu 12 milhões de cópias no primeiro ano e chegou a mais de 30 milhões em 2015. Isso só foi possível graças a atualizações consistentes, à expansão Reaper of Souls e à remoção da controversa casa de leilões. Mas, o lançamento do Diablo Immortal, em 2018, mostrou que a Blizzard não aprendeu muito bem a lição de humildade.

Lançado pela Rare, Sea of Thieves , em 2018, decepcionou muita gente. Recebeu críticas mornas por sua escassez de conteúdo, desempenho inconsistente e servidores sobrecarregados. Muitos jogadores ou não conseguiam acessar o jogo, ou o abandonavam logo após perceberem sua repetitividade e vazio.

Mas a virada veio com a atualização de aniversário, que trouxe novos modos como Tall Tales, The Arena e The Hunter’s Call. O jogo ganhou profundidade, variedade e uma base de fãs mais engajada, sendo um dos mais baixados no PlayStation 5 no Canadá e EUA e em terceiro lugar na Europa. Aparentemente, o mar agora está menos turbulento para o jogo da Rare.

É difícil imaginar hoje, mas GTA Online foi muito mal recebido quando estreou em 2013. Problemas de conexão, travamentos constantes e perda de dados deixaram os jogadores furiosos. Além disso, havia pouco conteúdo e nenhuma direção clara. Mas a Rockstar não abandonou o jogo. Pelo contrário: investiu pesado em atualizações gratuitas, eventos e expansões. Atualmente, há comunidades inteiras dedicadas à criação de histórias e interpretação de papies (o roleplay) em GTA Online.

O destaque vai para o update dos assaltos (heists), que transformou a experiência multiplayer. O sucesso duradouro do jogo é prova da eficácia desse trabalho contínuo. Uma pena que eles não tiveram esse mesmo cuidado com o lançamento das versões remasterizadas dos jogos clássicos de GTA. Quem sabe daqui a uns anos.

Após quase uma década sem um título principal da franquia, a expectativa para Street Fighter V era enorme. Infelizmente, o lançamento decepcionou: faltava conteúdo para um jogador, não havia nem mesmo o modo arcade no começo, os servidores eram instáveis e os DLCs, aqueles que incluíam apenas um novo personagem ou uma skin no jogo, tinham preços abusivos.

O produtor Yoshinori Ono chegou a admitir que o jogo foi lançado inacabado. A crítica teve efeito: a Capcom corrigiu o netcode, adicionou modo História, novos personagens e fases. A versão Arcade Edition entregou finalmente o jogo completo que os fãs esperavam. E depois vieram diversas outras versões do jogo até chegar na ultimate gold platinum champion master EX edition que é o jogo completo e corrigido que deveria ter sido lançado desde o início.

Poucos jogos exemplificam um desastre de lançamento tão bem quanto No Man’s Sky. O jogo foi vítima de um hype descontrolado, promessas falsas, lançamento terrível, gerou inúmeros memes e um silêncio desconfortável por parte da desenvolvedora após o lançamento. Além de estar presente em nossa matéria sobre os trailers mais mentirosos.

Mas a equipe da Hello Games não desistiu. A atualização Foundation introduziu construção de bases, e a Atlas Rises redesenhou o jogo com biomas, missões geradas proceduralmente e um sistema de comércio mais robusto. Depois, veio o modo multiplayer e até suporte à VR. Apesar da controvérsia inicial, é impossível não reconhecer a dedicação do estúdio e hoje o No Man Sky está até mais legal do que o foi prometido pelos desenvolvedores.

Os fãs da franquia Fallout pediam há muito tempo por um spin-off online, e seu desejo foi atendido com o lançamento de Fallout 76.

A Bethesda imaginou o jogo como um sandbox, um mundo onde os jogadores criam sua própria diversão experimentando sistemas e interagindo entre si. Como resultado, no lançamento, o jogo não contava com NPCs além de inimigos, e os jogadores não gostaram muito da ideia.

Fallout sempre teve uma base sólida de RPG, que vai muito além de XP e vantagens ao subir de nível. Trata-se de uma história envolvente, repleta de personagens interessantes, onde você explora um mundo cheio de missões e detalhes ocultos enquanto completa missões.

Essa profundidade estava ausente em Fallout 76, que pretendia ser uma experiência sandbox sem a variedade de mecânicas de uma — limitando-se a construir bases, coletar itens e atirar. Por fim, a Bethesda cedeu e começou a planejar uma série de atualizações para revitalizar o jogo com novos conteúdos.

De todas essas atualizações, a que realmente trouxe os jogadores de volta — e essencialmente salvou o jogo do descarte — foi a atualização Wastelanders, que introduziu NPCs humanos. Acontece que os responsáveis ​​pelas missões são uma parte importante do que torna um RPG excelente.

O jogo ficou praticamente injogável em todas as plataformas, exceto PCs de última geração, a ponto de ser retirado das lojas digitais por um tempo. Mesmo que você conseguisse jogá-lo, bugs constantes frequentemente o tiravam da imersão — um mundo que já estava aquém do que os jogadores esperavam.

A CD Projekt Red se esforçou mais do que podia, e levou anos para que o jogo finalmente se recuperasse. Mas finalmente se recuperou, e de forma espetacular. Com o lançamento da expansão estelar Phantom Liberty e a atualização 2.0, que trouxe uma enorme lista de melhorias e renovações na jogabilidade, Cyberpunk 2077 finalmente se tornou o que sempre foi.

Foi uma longa jornada, e é de se esperar que as pessoas tenham se tornado mais céticas em relação ao marketing exagerado, mesmo de estúdios que conquistaram uma boa reputação.

Talvez nenhum jogo tenha passado por uma transformação tão radical quanto Final Fantasy XIV. Quando foi lançado em 2010, o título foi universalmente criticado por seu design falho, bugs constantes e jogabilidade pobre.

A situação era tão grave que a Square Enix suspendeu as mensalidades e reformulou internamente sua equipe. Após tentativas frustradas de remendo, a empresa tomou uma decisão drástica: destruir o jogo original e reconstruí-lo do zero. Três anos depois, nascia Final Fantasy XIV: A Realm Reborn — uma reinvenção completa, elogiada pela crítica e adorada pelos fãs. O produtor Naoki Yoshida se tornou uma lenda da indústria, e o jogo segue como um dos MMOs mais influentes da atualidade.

Esses exemplos provam que, mesmo quando tudo dá errado, ainda é possível se reerguer com trabalho, escuta à comunidade e dedicação. E você, conhece algum jogo que teve um lançamento desastroso e deu a volta por cima? Deixa aí nos comentários.