Lançado em 9 de agosto de 2011, Skarner foi o octogésimo-primeiro campeão a entrar na lista de personagens selecionáveis de League of Legends.
Depois de tanto tempo no Rift acabou caindo no esquecimento do público, se tornando um dos campeões menos jogados durante diversas temporadas consecutivas e seu Kit de habilidades se tornou obsoleto ao longo dos anos, especialmente se comparado a outros campeões mais modernos, versáteis e visualmente estéticos. Durante a temporada de 2022, a Riot o colocou em uma enquete junto a diversos outros heróis que também vêm sofrendo com o mesmo problema e, após ser o vencedor da disputa, chegou finalmente o lançamento de sua versão 2.0.
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Vamos analisar diversos aspectos da versão retrabalhada do Skarner e avaliar o quão melhor e mais interessante o personagem pode ter se tornado. Vamos comentar sobre alguns pontos desde seu visual até sua gameplay, embora este artigo não seja um guia e sim um olhar/review sobre o aspecto geral que envolve o design do campeão.
Jogabilidade
Para analisarmos sua nova gameplay, podemos comparar suas habilidades antigas com as que Skarner possui após o rework.
Passiva
Antiga: Torres de Cristal
Toda partida com um Skarner gerava pontos específicos no mapa com pequenas torres de cristal que podiam ser capturadas por aliados ou inimigos. Torres capturadas pelo time aliado davam um aumento em Velocidade de Movimento, Velocidade de Ataque e Regeneração de Mana para Skarner.
Nova: Linhas de Vibração
Cada ataque básico, Q ou Ultimate acertado em um mesmo inimigo lhe causará acúmulos de Vibração. Com 3 acúmulos, a vítima sofre dano mágico baseado em sua vida máxima por uma pequena duração (pode ser estendida com novos acúmulos).
Q
Antigo: Cortes de Cristal
Skarner causava um pequeno dano híbrido (físico + mágico) em todos os adversários ao seu redor, com pequeno tempo de recarga que ficava ligeiramente mais forte com aplicações consecutivas.
Novo: Terra Arrasada/Sublevação
Skarner pega uma rocha do chão e a carrega por alguns segundos. Os três primeiros ataques enquanto ele carrega a rocha causarão dano bônus, ou ele pode optar em lançar a rocha em linha reta, causando dano em campeões atingidos, lentidão e encerrando o efeito dos ataques básicos.
W
Antigo: Exoesqueleto Cristalino
Skarner ganhava um escudo baseado em sua vida máxima e seu Poder de Habilidade, além de um bônus muito alto de velocidade de movimento.
Novo: Bastião Sísmico
Skarner ainda ganha um escudo, mas desta vez baseado apenas em sua vida máxima. Ao utilizar o escudo, também causa lentidão e dano mágico (baseado em seu Poder de Habilidade) em todos os inimigos ao seu redor.
E
Antigo: Fraturar
Skarner lançava um projétil lento que causava dano mágico em todos os adversários por quem passava através. Os inimigos atingidos então ficavam marcados por alguns segundos, e ataques básicos de Skarner causavam atordoamento ao consumir tal marca. Passivamente, dava os Bônus das Torres de Cristal por uma breve duração sempre que Skarner atordoasse ou suprimisse um inimigo com seu E+Ataque Básico ou Ultimate.
Novo: Impacto de Ixtal
Skarner ganha um bônus de Velocidade de Movimento por uma certa duração, e pode atravessar terrenos enquanto isso. Um adversário pego no caminho será levado junto de Skarner até o final da habilidade ou, se entrar em contato com uma parede, é atordoado contra a mesma.
Ultimate
Antigo: Empalar
Skarner selecionava um adversário em seu curto alcance e o capturava, suprimindo-o e podendo levá-lo para onde quisesse por uma pequena duração.
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Novo: Empalar
Apesar do nome e do conceito não terem mudado em sua ultimate, agora Skarner pode carregar até três adversários de uma vez só e sua aplicação é por meio de um Skillshot, ao invés do antigo point-and-click.
O kit do antigo Skarner era simples, mas confuso ao mesmo tempo. Sua passiva precisava que ele estivesse em locais específicos do mapa para funcionar, e acabava muitas vezes sendo “desajeitada” ou inútil, mesmo durante os pequenos períodos em que estava ativa por cristalizar adversários com seu E ou R.
O combo básico consistia em aumentar sua velocidade de movimento com W, acertar alguém com o E, pegar essa pessoa com o R, trazer de volta para o seu time e atordoá-la no final da duração da ultimate consumindo a marca de Fraturar. Tudo isso enquanto spammava seu Q para causar qualquer dano, pois o kit acabava por ter muito pouco do mesmo.
Já o novo set de habilidades ainda pode parecer desajeitado para alguns, vindo da experiência de controlar um personagem completamente novo pela primeira vez. A distribuição de dano está mais confiável e a adição de mais habilidades que escalam com Vida Máxima deixa o Skarner full tank bem mais durável e consistente durante a partida do que o antigo. Seu Q também causa dano baseado na vida máxima do adversário quando usado na forma de ataques básicos (Terra Arrasada), deixando-o mais sólido em trocas e conflitos em qualquer etapa do jogo, especialmente para se defender ou invadir a selva.
Ainda pode demorar um certo tempo até os novos jogadores de Skarner se acostumarem com a movimentação de seu novo E ou acertarem o Skillshot pontiagudo com Empalar. Impacto de Ixtal é uma daquelas habilidades que reduzem os ângulos de movimentação possíveis durante a corrida, tal qual a ultimate do Sion ou a bola de neve de Nunu & Willump, e o tempo de carregamento da Ultimate pode dar uma pequena janela para adversários com certa tenacidade fugirem, mesmo após serem atordoados contra uma parede.
Isso não tornou Skarner pior - na verdade, tocou em pontos de balanceamento que não só o deixaram mais forte, mas tornaram sua função no time sendo mais versátil e eficiente em troca da necessidade de, agora, ser mais complexo e demorado de se aprender e masterizar.
Supressões Point-and-click sempre foram motivo de debate por serem roubados e inescapáveis, como era o caso da antiga ultimate de Warwick que passou por uma drástica mudança, embora mantendo a mesma função, e agora fizeram o mesmo com Skarner. Sua melhor forma de jogar até o momento (com poucos dias desde seu lançamento oficial) é fazer full tank com bastante velocidade de movimento para ser capaz de entrar e sair de lutas, seja sozinho ou carregando metade do time adversário junto.
Visual
O antigo Skarner era basicamente um escorpião gigante feito de cristais roxos e azuis. Não havia nada além para o seu design, combinando com muitos dos personagens mais genéricos e estereotipados como era comum nos primeiros anos do League. A maioria destes campeões simples e antiquados ou já passaram ou estão na fila para algum tipo de modificação e, assim como nosso escorpião titânico, se tornarem eventualmente mais atuais e combinarem melhor com o resto do elenco moderno.
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Já o novo Skarner trouxe mais aspectos únicos além do clássico “escorpião elemental”. As marcas em seu exoesqueleto mostram mais de sua história e região dentro do enredo, seu rosto mais imponente e animalístico deixa os fãs de campeões monstros mais satisfeitos e, claro, não podemos deixar de comentar sobre os três ferrões ao invés de apenas um, trazendo um aspecto ainda mais bestial e menos "escorpião comum".
Manter o aspecto monstruoso de Skarner é um ponto positivo para o time de design de personagens da Riot, que veio lançando campeões monstros com muito menos “cara de monstro” como vimos nos casos de Yuumi, Bel’Veth ou Smolder - um tanto quanto redimido com o lançamento da Naafiri, mas ainda muito mais próximo de um animal como o conhecemos (neste caso o cão) do que as mudanças drásticas feitas em cima do conceito simples que o antigo Skarner tinha sua similaridade com simples escorpiões, tendo seu único diferencial no material cristalino que era sua marca registrada no modelo antigo.
O modelo do campeão também foi aumentado, além de retrabalhado, e seu tamanho padrão nas partidas já é bem maior do que o que estávamos acostumados. Isso, além de influenciar diretamente na gameplay, o coloca ainda mais no arquétipo/posição de tank engajador de lutas ou o caçador assustador para os inimigos, que precisam se proteger em dobro para não serem raptados para o outro lado do mapa.
Suas animações não são tão fluidas e, tirando seu Bastião Sísmico (W), todas as habilidades têm um certo tempo de conjuração curto para impedir o jogador de spammar um combo inteiro de uma vez só, como é possível com outros personagens de movimentação mais rápida como Ezreal ou Lee Sin. Isso não é um ponto negativo, mas apenas mais um fator que precisará da experiência de seus jogadores para calcular o timing e não deixar esses pequenos espaços de tempo atrapalharem alguma jogada decisiva, por exemplo.
Apesar da nova complexidade e de todas as mudanças ainda parecerem um tanto quanto alienígenas para a maioria dos jogadores devido ao pouco tempo que tivemos para nos acostumar desde seu lançamento, Skarner trouxe visuais interessantes que combinam com o Rift, com todo o universo de Runeterra e ainda ganhou uma melhoria relevante na questão de qualidade de vida para seus invocadores desde sua gameplay até sua nova aparência.
História
Antes do rework, Skarner teve sua lore trabalhada em torno dos famosos cristais Hextech, pedras que possuem grande poder mágico por serem basicamente as “cascas” de outros Brackern cristalizadas com suas almas dentro. Toda essa história gerou muita comoção na comunidade, tanto pelo grande sucesso de Arcane que deixou jogadores e espectadores chocados com o fato de humanos estarem colhendo almas aprisionadas e roubando seus poderes, mas também deixou até fãs de personagens como a Seraphine confusos em como uma personagem com um alinhamento moral majoritariamente bom utiliza de tais recursos considerados cruéis em sua carreira como artista.
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Recentemente, a Riot Games fez um grande “Retcon” no qual foi anunciado que todos os universos de League of Legends seriam unificados em apenas um universo canônico, este sendo o de Arcane. Portanto, é de se esperar que ainda haja certa relação entre cristais hextech e algo polêmico para ser discutido no futuro da aclamada série produzida pelos estúdios Fortiche e lançada em 2022 na Netflix.
Por enquanto, nos resta saber se ainda terá algo diretamente conectado aos Brackern ou não - pois o assunto nem sequer foi tocado na nova página de biografia do campeão retrabalhado.
Enquanto estávamos acostumados com uma lore com muita dor emocional de toda uma raça sofrendo com a colheita de suas almas cristalizadas, agora temos uma visão muito diferente de um personagem com muito mais importância para toda a sua região e Runeterra no geral. Enquanto não sabemos a exata origem dos cristais hextech, podemos dizer que a nova história do personagem trouxe toda uma melhor visão e conceito sobre os Brackern.
Agora, a raça de escorpiões colossais existe há mais de 10 mil anos e foi responsável pelo desenvolvimento da Arcologia (a mistura de Arquitetura e Ecologia, basicamente a capacidade de fazer construções usando a própria natureza) e “moldou” como o mundo se parece atualmente. Diferente de seus companheiros da mesma espécie, Skarner se manteve próximo à sua mãe e aprendeu com ela os segredos da manipulação da terra como elemento e a maestria em detectar quaisquer tipos de vibrações no solo.
Foi apenas quando a região atualmente conhecida como Ixtal começou a ser habitada por povos do leste que Skarner finalmente encontrou algo para realmente se fascinar. Os humanos capturaram seu interesse pela cultura, história e arquitetura e, após salvá-los de um desastre, Skarner se tornou um líder, um conselheiro para o povo Ixtali. Foi, inclusive, um dos pilares para a construção de Yun-Tal na gloriosa cidade de Ixaocan.
O ponto mais interessante da biografia de Skarner começa exatamente a partir desta relação quase simbiótica com o povoado das selvas, pois ele observa como o mundo exterior está se deteriorando em guerras e conflitos mortais - desde a expansão Shurimane, o desastre de Icathia com a invasão do Vazio, as guerras de conquista iniciadas por Noxus e, claro, as Guerras Rúnicas. Após tais acontecimentos, Ixtal (com aval do próprio Skarner) se tornou completamente isolada do resto do mundo, acreditando que tudo fora de suas selvas havia sido consumido e/ou reduzido a ruínas.
Enquanto atualmente Skarner é, para os Ixtali, um mito contado a gerações, a família real do Yun-Tal ainda sabe de sua existência e o visita frequentemente em suas câmaras subterrâneas, onde ele permanece isolado, apenas sentindo as vibrações da terra e os sussurros das pessoas da cidade. O ponto-chave está exatamente neste isolamento tanto da nação quanto do próprio Brackern, que com o tempo foi se tornando mais
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paranoico com a possibilidade de Ixtal eventualmente abrir suas fronteiras para o mundo externo e novos desastres e tragédias acontecerem como ele observou acontecer por toda Runeterra. Essa paranoia deixa Skarner não apenas com medo, mas é importante voltar a ressaltar que o mesmo é um escorpião gigantesco com uma força destrutiva e poderes que estão muito além das mãos das pessoas, passando por episódios de pavor causado pelos traumas do passado.
Sua biografia ainda termina dizendo que “Skarner só pode confiar em si mesmo, e ele fará de tudo para proteger Ixtal e seu povo; mesmo que isso signifique se tornar a raiz da destruição”. Este dilema moral o coloca numa área cinzenta interessante e abre diversas oportunidades para ser explorada, na qual ele continua sendo um protetor dos Ixtali e de toda a natureza ao seu redor, mas insere alguns aspectos até mesmo de horror cósmico com criaturas colossais diretamente movidas por um passado e emoções incompreensíveis para humanos comuns. Se Ixtal voltar a abrir suas portas para o exterior, poderia o herói e conselheiro milenar se tornar o possível destruidor de sua própria terra?
Estes aspectos de dualidade na percepção moral de um personagem não é uma novidade apresentada pela primeira vez com Skarner, e, na verdade, já foi algo bem abordado em situações diferentes ao longo do desenvolvimento do Universo de Runeterra. O novo ponto aqui são os aspectos de horror e a ansiedade gerada com a possibilidade de uma catástrofe que destruiria completamente as selvas Ixtali e até Ixaocan como conhecemos, e vinda de dentro da própria nação.
Apesar de seus alinhamentos serem completamente diferentes, Skarner acaba se assimilando a grandes vilões como Mordekaiser ou Xerath, personagens cujos retornos para o plano mortal poderiam significar desastres incomparáveis no planeta inteiro - algo que já está em certo andamento com o plot de Bel’Veth apresentado no evento do Vazio, cerca de dois anos atrás.
Conclusão
O Rework do Skarner chegou numa boa hora para os fãs que estão aproveitando uma série de novidades no jogo, com a primeira etapa da temporada 2024 estando recheada de novos itens, mecânicas e até campeões diferenciados sendo lançados ao longo dos últimos anos. Deixando de ser a Vanguarda de Cristal e se tornando o Soberano Primordial, não só ganhou mais profundidade e versatilidade nos jogos, mas trouxe uma importância maior e mais significativa para o seu papel em Runeterra.
Algo que muitos fãs reclamam é a respeito de personagens - especialmente mais antigos - terem biografias, contos e histórias que não afetam muito outros campeões ou regiões, mas Skarner trouxe isso tudo e muito mais.
Com um Kit completo e retrabalhado praticamente do zero - mantendo apenas sua Ultimate como a mesma habilidade, apenas modificada para o novo tipo de jogo que o League vem se tornando - Skarner trouxe um ar fresco pelo qual fãs do Universo de Runeterra ansiavam.
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As mudanças drásticas do Retcon/unificação do universo canônico fez com que novos artigos e contos deixassem de ser lançados na página do League Universe (até então principal fonte de informações sobre o universo em questão) e deixou jogadores sentindo falta de novas histórias importantes neste ponto crucial de desenvolvimento do mundo. É seguro dizer que a popularidade do campeão deverá aumentar, assim como sua quantidade de fãs e, obviamente, participações importantes no cenário competitivo.
Enquanto isso, ficamos aguardando por novas histórias, personagens e jogadores nos trazendo mais e mais experiências únicas com este campeão tão crucial e necessário em League of Legends.
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