Hollow Knight: Silksong carrega um peso incomum, desde sua revelação o game da Team Cherry se transformou em algo que poucos jogos conseguem ser antes mesmo de chegar às mãos do público, um mito moderno dos videogames.
Após anos de silêncio, adiamentos não confirmados e pequenas citações em eventos importantes, a comunidade já estava desacreditada no lançamento do jogo, mas manteve a expectativa mesmo diante da falta de informações concretas. Silksong se tornou sinônimo de espera, esperança e especulação, um fenômeno tão forte que, quando foi lançado, parecia que o mundo dos games parou para jogar e assistir.
Hollow Knight: Silksong pode ganhar o Jogo do Ano?
Com sua indicação ao The Game Awards 2025, duas perguntas ficaram na cabeça dos jogadores: "Silksong realmente pode ganhar o prêmio de Jogo do Ano?" E, "Quais motivos podem levar o jogo a não ganhar o GOTY?"
Perguntas que envolvem fatores técnicos e artísticos. A seguir, vamos entender os argumentos que favorecem Silksong e o que pode pesar contra ele para o maior evento de premiação da indústria dos games.
Uma evolução de um clássico cultuado
O primeiro Hollow Knight conquistou o mundo como uma das maiores obras independentes já criadas. Seu mundo, narrativa, ambiente e combate preciso transformaram o jogo em referência no gênero metroidvania. Silksong, ao invés de apenas manter a fórmula de sucesso do primeiro jogo, foi além, levando o jogador a um universo maior e mais profundo.
A Team Cherry decidiu reconstruir a experiência ao redor de Hornet, criando um jogo com uma identidade própria. Hornet é mais ágil, seu salto alcança maiores distâncias, possui ataques acrobáticos e tem um estilo mais agressivo. Uma mudança radical na protagonista que cria uma sensação nova de fluidez, algo que muitos apontaram como uma das maiores evoluções já vistas em uma sequência indie.
O resultado é um jogo que respeita os fundamentos que o tornaram famoso, mas que conseguiu expandir tudo, desde level design até a variedade de inimigos, criando uma experiência que muitos consideram ter superado o original, trazendo mais energia, velocidade e complexidade.

Pharloom, um mundo vivo e fascinante
Se Hallownest era uma metrópole subterrânea melancólica, Pharloom é totalmente diferente. Um reino vertical, repleto de torres, templos e cidades que parecem obras de arte animadas. Existe uma grandiosidade em sua construção que eleva Silksong em relação ao primeiro jogo, com cenários mais abertos desenhados à mão e uma riqueza de detalhes que impressiona.
A construção desse mundo vertical não é apenas estética, mas mecânica. Hornet escala, salta e se movimenta com velocidade, tornando Pharloom um mundo arriscado e fascinante. Cada região possui temáticas próprias inspiradas em culturas, mitologias e biomas; personagens enigmáticos que acrescentam mistério ao reino; inimigos agressivos, adaptados à velocidade de Hornet; e trilhas sonoras únicas.
Combate mais profundo e desafiador
O combate em Silksong é mais rápido, mais técnico e mais variado que o anterior. Hornet exige domínio e agilidade, precisão e memorização dos ataques. Os inimigos foram projetados para aproveitar essa movimentação, tornando cada luta uma espécie de dança mortal. Além disso, Silksong possui melhorias notáveis, como ferramentas artesanais, que substituem amuletos e permitem personalização ativa do estilo de jogo; sistema de cura baseado em tempo e vulnerabilidade, criando uma tensão constante no jogador; movimentação focada na altitude, estimulando o jogador a usar a verticalidade durante os confrontos e chefes mais acrobáticos, com múltiplas fases e um uso agressivo de ataques aéreos.

Trilha sonora e atmosfera
Christopher Larkin está novamente à frente das composições, criando músicas que funcionam como uma poesia auditiva. A trilha sonora do game combina melancolia e energia, trazendo temas que acompanham a solidão da jornada de Hornet, mas também a grandiosidade do mundo de Pharloom.
A força cultural de um jogo
Silksong traz algo raríssimo nos jogos indie, quando jogamos a sensação é de estar em um game AAA. A espera pelo lançamento do jogo foi recompensadora, durante o período de desenvolvimento o jogo se tornou um meme na internet e talvez isso tenha sido o combustível que a Team Cherry precisava para fazer algo grandioso. Acumulando milhões de visualizações em trailers e mobilizando comunidades imensas, o jogo se transformou em símbolo do poder artístico dos jogos independentes.
Uma obra de desenvolvedores apaixonados
O fato de Silksong ser criado por uma equipe tão pequena e entregar uma experiência tão sólida e refinada, transformou o jogo em um símbolo de excelência independente. Seu nível de polimento técnico, direção de arte e uma narrativa belíssima fazem do game um exemplo de que grandes obras não dependem de grandes orçamentos.
Preço acessível e estratégia de publicação
O preço acessível de lançamento e a disponibilidade em múltiplas plataformas aumentaram o alcance e a base de jogadores, algo que fortaleceu o impacto e relevância do jogo. Essa acessibilidade ajudou a transformar entusiasmo em dados, vendas, discussões, vídeos e streams que influenciaram muitos jogadores a adentrar no mundo de Silksong.

Quais fatores podem fazer Silksong perder o GOTY?
Apesar de inúmeros pontos fortes, Silksong não é perfeito e possui alguns pontos que muitos consideram críticos. Além disso, 2025 trouxe grandes lançamentos, alguns com orçamentos maiores, marketing agressivo com maior alcance. Gerando muito debate sobre qual jogo é melhor nas redes sociais e na mídia gamer.
Será que inovou o suficiente?
O maior inimigo de Silksong talvez seja o próprio Hollow Knight. O primeiro jogo foi uma febre mundial, um fenômeno de inovação e qualidade que surpreendeu os jogadores. Quando algo assim acontece, toda sequência é comparada.
Mesmo sendo praticamente refinado em todos os aspectos, muitos acharam que a evolução foi grande, mas não revolucionária, que a estrutura geral do game permanece similar ao primeiro e a inovação não alcançou o impacto do original.

Expectativas impossíveis de alcançar
Silksong passou tanto tempo em desenvolvimento e gerou tanto hype que muitos fãs criaram uma imagem idealizada do jogo, elevando o game a um status que talvez nunca pudesse ser atingido. Essa espera, seguida da expectativa, levou os jogadores a terem uma ideia de que o jogo é menos do que imaginavam. Muitos esperavam uma revolução quando o objetivo do game sempre foi evolução, com isso comparações exageradas tornam-se inevitáveis.
Um gênero que ainda é nichado
Metroidvanias são incrivelmente respeitados, mas ainda não são tão populares quanto RPGs cinematográficos, jogos de ação realista ou grandes produções AAA. Muitos ainda não conseguem se conectar tão profundamente com esse gênero, criando uma barreira de entrada. Quando um jogo apresenta um mapa mais denso, narrativa pouco explícita, punitivo em determinados trechos, lento no início até a progressão engrenar, dificuldade elevada e excessivamente desafiador, muitos desistem antes mesmo de começar.

Conclusão: Um forte candidato, mas não uma certeza
Hollow Knight: Silksong é sem dúvida um dos grandes lançamentos de 2025. Ele representa tudo o que um jogo indie pode alcançar: arte, profundidade, emoção, identidade e impacto. É uma obra de arte feita com cuidado e paixão, que honra o legado de Hollow Knight sem medo de expandir seus limites.
Independentemente do resultado no The Game Awards 2025, Silksong já garantiu seu lugar como um dos grandes jogos desta geração. Ganhando ou não, a jornada de Hornet será lembrada por muitos anos e isso, por si só, já é uma vitória.











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