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Cinco Sucessos e Cinco Fracassos dos Games em 2025

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Confira o saldo final de 2025, um ano marcado por novas IPs que surpreenderam, enquanto projetos ambiciosos tropeçaram nas próprias pernas.

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revisado por Romeu

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Encerramos 2025 com a sensação de que a indústria reencontrou finalmente o equilíbrio entre grandes produções e a criatividade artística. Foi o ano em que a espera compensou para os fãs de longa data, com sequências que respeitaram o legado de suas franquias e novos universos que nos deixaram boquiabertos.

No entanto, nem tudo foram flores. Vimos estúdios consagrados tentando forçar gêneros onde não se encaixam e continuações que perderam a essência do que as tornava especiais. O público gamer está cada vez mais exigente e menos tolerante a promessas vazias ou lançamentos quebrados.

Nós, da UmGamer, analisamos o calendário para separar o joio do trigo. Veja agora os cinco sucessos e os cinco fracassos que definiram os jogos em 2025.

Jogos de sucesso em 2025

Clair Obscur: Expedition 33

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A grande surpresa estética do ano, Clair Obscur: Expedition 33, chegou quebrando barreiras para o gênero de RPG por turnos. Desenvolvido pela Sandfall Interactive, o jogo, com a arte inspirada na "Belle Époque", atingiu um pico impressionante de 144 mil jogadores simultâneos na Steam logo na semana de estreia, algo raro para uma nova propriedade intelectual desse nicho.

A maior prova de que Expedition 33 se destacou nesse universo é, claro, os constantes números positivos nas plataformas e as indicações que recebe do próprio público. Porém, além disso, o título se tornou o maior vencedor da história do The Game Awards com nove vitórias - superando fenômenos como Last of Us: Parte 2 e Baldur's Gate 3.

O sucesso foi tanto que a desenvolvedora já confirmou expansões gratuitas para o próximo ano.

ARC Raiders

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Após diversos adiamentos que deixaram a comunidade receosa, ARC Raiders provou que o tempo extra foi bem utilizado. O título de extração da Embark Studios se consolidou como um dos jogos de tiro mais jogados do ano, mantendo uma média constante de 150 mil usuários ativos - além de um pico histórico de quase meio milhão de jogadores -, apenas na Steam, meses após o lançamento. A atmosfera retro-futurista e a física de destruição dos cenários conquistaram os jogadores que estavam cansados da mesmice do gênero.

Diferente de seus concorrentes, ARC Raiders evitou polêmicas com microtransações abusivas, o que lhe rendeu uma avaliação "Muito Positiva" na Steam. A recepção calorosa garantiu ao jogo o prêmio de Melhor Multiplayer no TGA, desbancando gigantes estabelecidos do mercado.

Split Fiction

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A Hazelight provou mais uma vez que o gênero cooperativo é um dos terrenos mais férteis para a inovação. Sem o orçamento titânico de seus concorrentes, Split Fiction conquistou o público pela pura inventividade, atingindo o primeiro milhão de cópias vendidas nas primeiras 48 horas.

O brilho do jogo está na colisão de mundos entre as protagonistas Mio e Zoe. A mistura insana de gêneros, indo de hack and slash a puzzles de plataforma ou jogos de ritmo, garantiu que a experiência nunca ficasse repetitiva.

Além da inovação técnica, o título foi aclamado por sua postura pró-consumidor, sem microtransações e mantendo o famoso Passe de Amigo - onde você pode jogar com a sua dupla comprando apenas uma cópia do jogo!

Hollow Knight: Silksong

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Silksong não apenas finalmente foi lançado, como destruiu recordes. No dia da estreia, a Steam sofreu instabilidade devido ao volume de downloads, registrando mais de 500 mil jogadores simultâneos - segundo o SteamDB -, o maior número já visto para um metroidvania indie. A Team Cherry entregou um mapa vasto e uma jogabilidade polida que justificaram cada dia da longa espera.

O título dominou as discussões em fóruns e redes sociais, sendo quase uma unanimidade entre crítica e público. A grande diferença ficou por conta da verticalidade de Pharloom, que exige um domínio total das habilidades acrobáticas de Hornet. O combate é muito mais ágil e agressivo se comparado ao jogo anterior, e o novo sistema de ferramentas trouxe uma profundidade tática que manteve os jogadores engajados por dezenas de horas, consolidando seu lugar na história do gênero.

Kingdom Come: Deliverance II

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A Warhorse Studios manteve a fidelidade histórica como pilar central, entregando uma recriação da Boêmia do século XV que surpreende pelo nível de detalhe. Diferente de outros RPGs de fantasia, aqui o mundo não gira em torno do jogador; a rotina dos NPCs e a política local acontecem com ou sem a sua presença.

O combate, ponto polêmico do primeiro jogo, recebeu o polimento necessário. As lutas de espada continuam técnicas e exigem leitura dos movimentos inimigos, mas agora fluem de maneira muito mais natural e responsiva. É uma experiência imersiva crua, onde você precisa se preocupar com a fome, o sono e a limpeza de suas roupas antes de tentar salvar o reino.

A performance técnica, muito superior ao primeiro jogo, permitiu que a comunidade focasse na imersão, resultando em uma retenção de jogadores altíssima e milhões de cópias vendidas já no primeiro mês.

Jogos que floparam em 2025

MindsEye

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A expectativa sobre este novo projeto era rivalizar com GTA, mas a realidade foi diferente. MindsEye chegou ao mercado com problemas graves de otimização, resultando em uma taxa de reembolso recorde, além de repetir o feito de Cyberpunk 2077 em seu lançamento - fazer a Sony abrir uma exceção e liberar reembolsos.

O mundo, prometido como revolucionário, foi criticado por ser vazio e sem vida, muito longe da vibração encontrada nos títulos da Rockstar. A narrativa confusa e a mistura de temas desconexos afastaram o público, mas o principal fator foram os inúmeros casos de bugs, que fizeram com que o número de jogadores ativos caísse para menos de mil em apenas duas semanas. Foi um lembrete de que ambição sem execução técnica não sustenta um lançamento deste porte.

FBC: Firebreak

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A Remedy tentou expandir o universo de Control para o multiplayer cooperativo, mesmo com altas expectativas por conta de um passado recente com lançamentos de sucesso, a recepção foi fria. FBC: Firebreak falhou em capturar a essência de mistério da franquia, transformando tudo em um tiroteio genérico.

Sites como Steam Charts e SteamDB afirmam que o pico de jogadores no lançamento mal chegou a 2 mil, um número desastroso para um jogo focado em serviço. As análises apontaram a repetitividade das missões e a falta de profundidade no lore como os principais defeitos.

Em menos de um mês, o tempo de espera para encontrar uma partida tornou-se inviável, forçando a desenvolvedora a anunciar planos de reestruturação do jogo.

Little Nightmares III

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A mudança de estúdio para a Supermassive Games cobrou seu preço, mas não pelos motivos esperados. Little Nightmares III perdeu a sutileza característica da Tarsier Studios, entregando uma experiência que falha em manter a atmosfera dos antecessores.

Diferente do que se especulava sobre o cooperativo, as principais críticas recaíram sobre o design do jogo: os quebra-cabeças foram apontados como extremos opostos, ou muito óbvios ou baseados puramente em tentativa e erro frustrante. Além disso, problemas de perspectiva e falta de precisão na jogabilidade tornam a movimentação irritante, punindo o jogador com mortes injustas.

O jogo também foi criticado por sua curta duração, o que, somado à experiência pouco divertida, faz o jogo não ser indicado, nem mesmo em promoções agressivas, pelo público.

Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2

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O desenvolvimento conturbado de Bloodlines 2 resultou em um produto que dividiu opiniões. O jogo foi lançado com uma campanha considerada curta e linear para o gênero, onde as decisões do jogador pouco alteram o rumo da narrativa. Diferente do esperado pelos fãs do original, o título abandonou a profundidade de RPG ao impor um protagonista pré-definido e remover a customização de clãs clássicos como Nosferatu e Malkaviano.

A ausência de mecânicas sociais complexas e diálogos ramificados fez com que a base de fãs fiéis do Mundo das Trevas fosse cautelosa com a obra. O pico de jogadores foi irrelevante e o estúdio The Chinese Room já assume um prejuízo enorme com o título, além de enfrentar rumores de cancelamento de futuros DLCs devido ao fracasso comercial.

Killing Floor 3

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O jogo chegou com pouco conteúdo e um sistema de monetização tão agressivo que derrubou as avaliações. Apesar da evolução gráfica na Unreal Engine 5, a escassez de atividades e a tentativa de vender armas básicas por dinheiro real fez fãs criarem objeções.

Assim, o número de jogadores simultâneos no Killing Floor 2 superou o do novo lançamento desde a semana de estreia até os dias atuais, mostrando a rejeição total ao modelo de negócios adotado. A empresa prometeu mudanças, mas a confiança do consumidor já estava quebrada.

Conclusão

Infelizmente, vimos grandes promessas se perderem em decisões corporativas ou falta de polimento. Ao mesmo tempo, estúdios que priorizaram a arte e a inovação, como os criadores de Split Fiction e Silksong, colheram os frutos com prêmios e recordes de vendas.

O mercado mostrou que gráficos de ponta não salvam gameplay ruim ou práticas abusivas. O fim de 2025 deixa claro que a comunidade valoriza a qualidade acima de qualquer coisa.

Estou à disposição em caso de comentários ou sugestões.