A Experiência do PlayStation The Concert na BGS 2025

É um consenso entre jogadores que videogames não seriam nada perto do que se tornaram atualmente se não fosse a presença de incríveis trilhas sonoras. Desde jogos clássicos, antigos e cotidianos até as aventuras mais fantásticas em mundos distintos, a ambientação e imersão que a maioria dos nossos títulos favoritos nos oferece com suas canções que eventualmente se tornam ícones inesquecíveis nas nossas memórias.

Para celebrar o importante e complexo trabalho artístico que os músicos e compositores envolvidos em cada obra proporcionaram, a PlayStation the Concert se tornou um espetáculo imperdível para os fãs - e inesquecível para seus espectadores.

Nos últimos dois dias da Brasil Game Show 2025 (10 e 11 de Outubro), o evento foi encerrado pela apresentação do Concerto na Monster Arena, montado dentro do Distrito Anhembi, juntando centenas de fãs em um auditório para apreciarem várias de suas trilhas sonoras favoritas.

Ovacionados pela plateia, os músicos fizeram uma performance impecável, e a UmGamer estava lá, de pertinho, para acompanhar tudo e trazer uma cobertura geral deste evento.

Então vamos nos aprofundar, na sequência de jogo por jogo, em como foi o show em São Paulo. Se algum dos títulos for o seu favorito, não esqueça de dizer para a gente nos comentários!

Após uma introdução épica e original, destacando diversos personagens e cenários icônicos em um telão atrás da banda, a PlayStation the Concert iniciou seu Setlist com a trilha sonora da franquia Horizon. Com os vocais impecáveis de Lisa Olivant, Aloy e sua jornada já começaram sendo bem representados.

A franquia Horizon, que conta com os títulos Zero Dawn (2017) e Forbidden West (2022), é um RPG de ação e aventura em mundo aberto desenvolvido pela Guerrilla Games e publicado pela Sony Computer Entertainment. O game conta a história de Aloy, uma jovem caçadora exilada em um mundo pós-apocalíptico dominado por máquinas. Em um mundo igualmente ancestral e avançado, a protagonista precisa descobrir os segredos por trás das máquinas e da sua própria história e identidade.

A trilha sonora, composta e produzida por Joris the Man, The Flight, Niels Van Der Leest e Oleksa Lozowchuk, foi acompanhada por mais uma série de cenas memoráveis no telão, com efeitos tridimensionais que nos levaram diretamente para o universo de Horizon. Imediatamente, o público entendeu perfeitamente o motivo pelo qual a PlayStation the Concert é famosa por experiências imersivas.

Bloodborne é um RPG Soulslike de Ação e Fantasia desenvolvido pela FromSoftware e publicado pela Sony. O jogo conta a história de um viajante chegando a Yharnam, uma cidade gótica e vitoriana em ruínas, em busca de um milagroso medicamento. Ao chegar à cidade, no entanto, acaba tendo que enfrentar seus habitantes, vítimas de uma doença endêmica que os transforma em criaturas bestiais.

Com uma trilha sonora que mistura melancolia, suspense e um clima tenebroso de horror cósmico, a banda fez questão de exibir, além dos telões e das memoráveis canções, um show de iluminação e efeitos especiais para transportar o público diretamente para os perigos de Yarhnam, fazendo jus ao trabalho dos compositores Ryan Amon, Tsukasa Saito, Yuka Kitamura, Nobuyoshi Suzuki, Cris Velasco e Michael Wandmacher*.

Com sua sequência, Ghost of Yotei, sendo lançada no dia 2 de Outubro, Ghost of Tsushima foi um dos momentos mais impressionantes da performance. Com uma trilha sonora que envolve muitos instrumentos tradicionais japoneses e traz uma bagagem cultural forte, os dois percussionistas foram levados à frente, para ficarem em primeiro plano e cara a cara com a plateia, enquanto faziam um show à parte com um set de Taiko, tambores tradicionais da história e cultura do Japão.

As canções, compostas por Ilan Eshkeri e Shigeru Umebayashi, variaram desde peças de ação e combate até obras mais melancólicas e envolventes, sempre mantendo muita fidelidade e respeito à cultura original de onde vieram seus instrumentos. Até momentos de canto gutural mongol tiveram seu destaque durante a apresentação.

Os painéis e telões tiveram destaque importantíssimo, sendo uma das apresentações visuais mais bonitas, com cenários japoneses e de época, pétalas e fogos de artifício e até mesmo uma musicista tradicional tocando um Shamisen.

Lançado e publicado em 2020 pela Sony e desenvolvido pela Sucker Punch Productions, o jogo conta a história de Jin Sakai, um samurai que precisa defender sua terra natal das invasões mongóis de 1274. Certamente, o show deixou os fãs ainda mais hypados para jogar a continuação do título, Ghost of Yotei.

O jogo de tiro com visão top-down, desenvolvido pela Arrowhead Game Studios e publicado pela Sony em março de 2015, também foi apreciado por fãs ao ter algumas de suas canções tocadas pela mistura da orquestra com guitarras, baixos elétricos e sintetizadores, trazendo uma energia ainda mais futurista e moderna ao andamento do concerto.

Assim como Bloodborne, Helldivers teve apenas algumas de suas músicas representadas no show, mas deixou fãs igualmente boquiabertos com a qualidade da adaptação das peças para o palco ao vivo. Com o auxílio de telões semi-transparentes que desciam à frente dos músicos em diversos momentos diferentes da apresentação, os efeitos visuais também não deixaram nada a desejar.

Com trilhas sonoras compostas por Johan Lindgren (Helldivers) e Wilbert Roget II (Helldivers II), o jogo conta a história de uma elite militar, os Helldivers, que protegem uma distópica Super-Terra de ameaças alienígenas durante tempos de “democracia controlada”.

A série de ação-aventura produzida pela Naughty Dog e publicada pela Sony não apenas se manteve viva até os dias de hoje, com vários títulos, adaptações e spin-offs, mas também reuniu diversos fãs emocionados na plateia. Novamente, os efeitos especiais e telões semi-transparentes fizeram um papel impecável na imersão do público ao universo de Uncharted.

Com as canções dos três primeiros títulos compostas por Greg Edmonson e as de Uncharted 4: A Thief’s End por Henry Jackman, a série conta a história de Nathan Drake, um caçador de recompensas auto-proclamado descendente de Sir Francis Drake, em suas buscas por tesouros perdidos como a famosa Eldorado.

É impossível pensar em títulos icônicos da história do PlayStation e não lembrar de The Last of Us. Exclusivos para os consoles da Sony, a série mistura o drama de Ellie, uma jovem órfã, com os horrores de um mundo pós-apocalíptico dominado por criaturas zumbificadas a partir de fungos. Ao lado de Joel, o protagonista, que inerentemente acaba se tornando uma figura paterna aos olhos da garota, precisa completar uma perigosa jornada através de um “Estados Unidos Distópico” para chegar até os Fireflies, com a esperança de que ela - que é misteriosamente imune aos tais fungos - poderia ser a solução para uma cura.

Contando com dois títulos em sequência (The Last of Us e The Last of Us Part II), a emocionante trilha sonora deixou os fãs em lágrimas, especialmente quando o guitarrista foi à frente, sendo iluminado por um único holofote e uma projeção de uma janela aberta no telão ao fundo, para tocar o tema principal, homônimo ao jogo, em um Ukulele. A sequência de canções memoráveis dos games também foi acompanhada pelo público - literalmente “nas solas das botas e nas palmas das mãos”- durante o dueto entre Lisa Olivant e Billy Boothroyd para a peça Crooked Still.

O game foi produzido pela Naughty Dog e tem suas trilhas sonoras compostas por Gustavo Santaolla e Mac Quayle, e foi um dos pontos mais emocionantes de toda a performance musical, visual e artística.

De todos os títulos mencionados até agora, Journey é o primeiro a ter sido produzido por desenvolvedores independentes, a Thatgamecompany. E, além disso, marcou a história dos videogames, sendo a primeira trilha sonora de um jogo eletrônico a ser nominada para um Grammy Awards. A importância de Journey para o mundo dos games é inegável, e sua presença na PlayStation the Concert foi igualmente grandiosa.

Composta por Austin Wintory, a trilha sonora de Journey trouxe os espectadores a um deserto aparentemente infinito, em busca de uma montanha luminosa. Com um dos pontos mais altos da apresentação, visualmente falando, as canções trouxeram emoções que variam desde a solidão e melancolia de um viajante em uma terra hostil até as aventuras cheias de esperança em sua busca interminável.

A experiência do game, que é contada a partir de Environmental Storytelling - métodos de se contar uma história a partir de elementos visuais, históricos e sensíveis - foi posta em palco, deixando fãs em êxtase com tamanha imersão.

Aqui, podemos dizer que foi o clímax de toda a PlayStation the Concert. Além de ser o mais ovacionado, aplaudido e acompanhado pelos fãs, God of War teve um espetáculo único, inesquecível e, no melhor sentido possível, completamente fora da curva.

As cenas nos telões vinham desde o primeiro título (que foi lançado 20 anos atrás) até o mais recente, God of War Ragnarok, lançado em 2022. Suas trilhas sonoras foram compostas ao longo dos anos por grandes nomes como Gerard K. Marino, Ron Fish, Mike Reagan, Cris Velasco e Winifred Phillips, e tiveram suas últimas iterações passando pelas mãos do renomado Bear McCreary.

A sequência foi uma das mais longas, com The Last of Us, com uma quantidade de músicas e momentos emocionantes maior e uma imersão que trouxe a plateia de volta no tempo, acompanhando cada momento icônico das aventuras de Kratos.

Criada por David Jaffe e produzida pela Santa Monica Studios, God of War é uma das maiores e mais renomadas franquias da história dos videogames, e celebrou seu vigésimo aniversário de forma majestosa com a presença de um Hurdy Gurdy, um instrumento antigo raríssimo à base de cordas e manivelas - algo entre um violino e um acordeão, mas mais épico e perfeito para a exibição de diversas canções da série.

Era de se esperar que o mascote das iterações mais recentes do console da Sony e ganhador do GOTY em 2024 seria o encerramento do concerto - mas foi muito melhor do que apenas isso.

Astro Bot é um jogo que conta a história de Astro, um robô que protege a Nave-Mãe do seu PS5 de ataques alienígenas da Space Bully Nebulax. Com uma história simples e engraçada e uma gameplay sólida, fluida e extremamente divertida, Astro Bot acabou conquistando milhões de fãs, se tornando muito mais do que apenas um mascote do PS5 ou um simples tutorial de como usar seu videogame. O carisma por trás dos personagens e os visuais frenéticos do jogo foram novamente postos em palco, com painéis e telões mostrando vários estágios da aventura de Astro Bot com outros robôs que representavam personagens icônicos de todas as séries prestigiadas durante o concerto.

As trilhas sonoras foram compostas por Kenneth C. M. Young, e contam com outros nomes renomados como Tadashi Yatabe, Hirofumi Sasaki, Sachiko Miyano, Takuro Iga, Kemmei Adachi e Julie Elven.

E assim como em todo grande show - e como os verdadeiros rockstars que são - os músicos ainda voltaram uma última vez para tocar algumas peças dos títulos mais recentes da franquia do nosso herói favorito do bairro.

Marvel’s Spider-Man e Marvel’s Spider-Man 2 tiveram diversas de suas canções, compostas por John Paesano, tocadas ao vivo com um telão frenético acompanhando Peter Parker e Miles Morales enquanto saltam por entre os arranha-céus de Nova Iorque em suas aventuras contra os vilões do último jogo e seus dramas cotidianos.

O público da BGS 2025 foi privilegiado com uma performance inesquecível - a ponto de gerar uma superlotação da Monster Arena na exibição de sábado. Não é à toa que a PlayStation the Concert move um público tão grande e animado - a apresentação é, de fato, impecável em todos os aspectos.

Os visuais envolvem o público com a banda, a escolha e performance de canções e jogos representados foi aplaudida do início ao fim, e cada nota tocada é direcionada em cheio nos corações dos fãs, que tiveram vários de seus momentos mais importantes em frente a um jogo celebrados em uma verdadeira festa sobre o palco.

Aos que tiveram a chance de acompanhar o show, o evento ficará cravado para sempre em suas memórias. Aos que pretendem um dia presenciar o concerto, é algo que vale muito a pena. E aos que acreditam que outros jogos também podem fazer parte do repertório, contem-nos nos comentários e até a próxima!