Itens Exclusivos e Inacessíveis em Games

Se você parar para pensar um pouco, você consegue pensar em uma infinidade de itens que existem em jogos. Alguns são os itens raros, outros lendários, outros comuns. Existem todos os tipos de coisas que você pode encontrar ao longo das missões, exploração e recompensas. Mas existem alguns que são extremamente raros, tão exclusivos que não é mais possível pegá-los.

Você tem alguns que você consegue via eventos especiais ou sazonais, que você não sabe se vão repetir algum dia no futuro (e, em geral, não repetem) ou parcerias com outras IP’s que simplesmente acabaram sejam por razões comerciais ou técnicas e, de uma hora para a outra, se tornam inacessíveis para qualquer um que os queira.

Vamos então pensar e relembrar alguns dos itens mais raros que, os jogadores que pegaram, têm, e quem não pegou não tem mais. E se você ficar com dúvidas, deixe um comentário.

Durante o período de lançamento e divulgação de Horizon Forbidden West, para PlayStation 4, a HoyoVerse e a Sony levaram Aloy, a caçadora de dinossauros robôs para Teyvat em uma extensão da parceria de ambas no game. Não houve nenhuma reciprocidade em relação à personagens ou itens de Genshin Impact no Horizon, mas a protagonista do game foi para o jogo gacha “praticamente completa.”

Além de Aloy, ela tem o seu arco-assinatura, o “Predador,” um arco que funciona exclusivamente para os jogadores conectados a PSN, tem o visual característico, um longo background que conecta ela ao mundo de Genshin Impact, é dublada em inglês Ashly Burch e Ayahi Takagaki em japonês (as mesmas que dublaram Aloy na franquia Horizon). Tudo certinho, certo?

Só faltaram as constelações. Em Genshin Impact, cada vez que você consegue uma nova cópia do mesmo personagem, ele é convertido em um item que libera uma nova habilidade especial, mas Aloy não teve esse cuidado na hora de ser transportada ao game, o que fazia com que ela fosse tão forte quanto os outros personagens. Então, ela acabou ficando uma personagem muito aquém dos outros. Hoje, só quem jogava Genshin desde o começo tem acesso a ela e, os jogadores novatos, não têm nenhuma forma de conseguir uma.

No início de Warframe, a Digital Extremes lançou um programa especial chamado Founders, disponível entre dezembro de 2012 e novembro de 2013. Esses pacotes de apoio aos desenvolvedores eram algo parecido com o acesso antecipado de outros jogos, mas com a promessa de que a recompensa nunca mais seria disponibilizada. As recompensas eram armas exclusivas, como a lendária Excalibur Prime, além de Skana Prime e Lato Prime.

A Excalibur Prime é uma variação de uma arma inicial, a Excalibur, com visual único e atributos levemente melhorados, como energia máxima e armadura. O mesmo para Skana Prime e Lato Prime: versões com melhor dano ou estatísticas do que as originais. O impacto em gameplay não é absurdamente desbalanceado, mas a exclusividade transformou esses itens em símbolos de status dentro da comunidade.

Hoje, apenas quem comprou os pacotes Founders pode usar essas armas Prime e não dá para consegui-las nem por drops ou na loja. Jogadores veteranos exibem esses equipamentos como uma espécie de “troféu” em missões e na nave, enquanto novos jogadores só podem ver de longe, já que a Digital Extremes já confirmou que nunca vai acontecer de colocá-los de volta ao jogo.

Nos jogos clássicos da franquia Pokémon, capturar monstrinhos lendários simplesmente não era possível jogando normalmente. Mew, Celebi e Jirachi foram exemplos disso. Esses Pokémon eram dados apenas por meio de eventos oficiais organizados pela Nintendo, geralmente envolvendo distribuição física em lojas, feiras ou campeonatos. O jogador precisava levar seu cartucho até um ponto de distribuição, onde o monstrinho era transferido diretamente para o save. Cada evento tinha tempo e local específicos, o que limitava drasticamente o acesso a eles.

Mew, por exemplo, só pôde ser obtido em Pokémon Red/Blue em eventos oficiais no Japão e nos EUA, enquanto Celebi foi liberado em Pokémon Gold/Silver principalmente no Japão, usando o periférico Mobile System GB, e Jirachi veio via o bônus especial do disco Pokémon Colosseum Bonus Disc no GameCube — exclusivo da América do Norte.

Após cada evento, não havia mais como pegar esses Pokémon nos jogos originais de forma alguma. Hoje em dia, quem tem um desses Pokémon no save original guarda não só um bichinho raro, mas uma prova de que esteve presente em um momento histórico da franquia. Se bem que, na hora que a bateria do cartucho morrer, esses raros itens estão perdidos para sempre.

No universo caótico de Team Fortress 2, a Golden Frying Pan é mais que uma arma: é praticamente um mito. Essa frigideira dourada funciona como qualquer arma corpo a corpo padrão, mas seu valor real está no prestígio e efeito: quando você elimina alguém com ela, o inimigo se transforma em uma estátua dourada brilhante. Um efeito visual que tornou o item instantaneamente reconhecível.

Ela só podia ser obtida como drop raríssimo ao completar contratos da campanha Two Cities ou dos eventos Gun Mettle e Tough Break, mas com chances absurdamente baixas: 1 em 10 mil ou mais. A Valve nunca disponibilizou a Golden Frying Pan fora desses eventos e, mesmo dentro deles, a taxa de obtenção era absurda.

Resultado: pouquíssimos jogadores no mundo possuem uma. Ela continua ativa e funcional, mas só aparece em mãos de colecionadores ou veteranos que tiveram a sorte de conseguir uma na época. Para quem começou a jogar depois ou não participou desses contratos, não há como pegar uma.

O World of Warcraft Trading Card Game (WoW TCG), lançado em 2006, trouxe cartas físicas que, além de funcionarem no jogo de mesa, vinham com códigos para desbloquear montarias exclusivas no MMO. Entre as mais desejadas estavam a Spectral Tiger, a Big Battle Bear e a X-51 Nether-Rocket. Essas montarias não estavam disponíveis por nenhum outro meio: ou você comprava os pacotes de cartas e tinha a sorte de tirar um loot card, ou ficava sem.

Com o encerramento do WoW TCG em 2013, a produção de novas cartas e códigos acabou. Desde então, esses itens se tornaram troféus virtuais, ainda visíveis no jogo — e perfeitamente funcionais —, mas inalcançáveis para novos jogadores sem recorrer a negociações milionárias no mercado secundário.

Quem já tem continua podendo exibir e usar a montaria normalmente em Azeroth, deixando claro para todos que esteve presente na era do TCG. Não há perspectiva de retorno dessas recompensas, tornando-as oficialmente perdidas para quem não as pegou na época.

Em EVE Online, a CCP Games construiu uma economia virtual complexa, e parte dela envolve itens que existiram apenas em quantidades limitadíssimas. Exemplos famosos incluem as naves Gold Magnate e Opux Luxury Yacht, assim como SKINs exclusivas de eventos e promoções antigas. O Gold Magnate, por exemplo, foi dado ao vencedor de um torneio oficial nos primórdios do jogo, e quase todos os exemplares originais foram destruídos em batalhas, restando pouquíssimos no universo persistente.

Algumas SKINs também seguem esse padrão de exclusividade: eram distribuídas como recompensa de edições de colecionador físicas ou eventos presenciais da CCP, e nunca mais foram oferecidas. E agora imagine ver uma dessas e ainda abater a nave com ela? Você está destruindo uma peça rara.

No caso das naves, além do valor colecionável, elas têm impacto real em gameplay — são totalmente operacionais e, por estarem nas mãos de pouquíssimos pilotos, carregam um peso estratégico e econômico imenso. Jogadores novos podem vê-las sendo pilotadas em raríssimas ocasiões, mas não há maneira conseguir essas relíquias do passado.

Entre os inúmeros itens lendários de raridade em World of Warcraft, poucos carregam uma aura tão mítica quanto o Pendulum of Doom. Trata-se de um machado de duas mãos que pode cair no final da masmorra Uldaman, liberada originalmente no nível 40. Apesar de ser apenas um item de progressão para personagens nesse estágio do jogo, sua chance de drop é tão absurdamente baixa que se tornou objeto de desejo de colecionadores e veteranos.

A arma não tem nenhuma exclusividade de evento ou edição limitada — ela sempre esteve tecnicamente disponível no jogo. Mas, na prática, o que a define é a raridade extrema. Jogadores relatam histórias quase inacreditáveis de quantas vezes precisaram limpar Uldaman até ver o machado cair. Um dos relatos mais famosos, documentado pela própria comunidade, é de um jogador que precisou completar mais de 2.292 corridas entre a versão retail e o WoW Classic até finalmente conseguir o item.

O Pendulum of Doom hoje tem valor quase puramente simbólico. Não compete em poder com as armas modernas introduzidas em expansões, mas exibi-lo em uma conta é mostrar que você pertence a um grupo seleto de jogadores que tiveram a paciência — e a sorte — de ir atrás dele.