Review: Tekken 8 tem tudo para ser o Melhor Jogo de Luta do Ano

Produzido para a nova geração, a Bandai Namco optou pela Unreal Engine 5 para o desenvolvimento de Tekken 8, e foi uma ótima decisão. Durante a campanha, nos deparamos com diversos cenários, e todos estão muito bem detalhados, com destaque para a água, além dos próprios personagens.

A dublagem e efeitos sonoros também agradam, além das ótimas músicas, vale destacar que durante o enredo são apresentados vários personagens de nacionalidades diferentes, e eles mantêm a sua língua e sotaque materno para preservar a cultura e imersão na história. Logicamente, você pode acompanhar a legenda no idioma em que preferir, mas os personagens do Japão falarão japonês, e assim por diante.

Estes pontos positivos não ficam apenas nas cenas, as batalhas também receberam todos os detalhes e são extremamente atrativas. Combos e ataques especiais estão visualmente agradáveis e impactantes.

Na maior parte da campanha, controlamos o protagonista Jin em sua jornada para derrotar Kazuya, o vilão da trama.

A história de Tekken 8 é uma espada de dois gumes: incrível de jogar, mas alguns eventos acontecem tão rápido que se tornam difíceis de acompanhar. Parte do roteiro foca no tema da superação e soa saturado, caindo nas mesmices que encontramos em animes e outras obras do gênero.

A Modo História ode ser terminado em uma tarde. Levei cerca de três horas para finalizá-la, o que a deixou com aquela sensação de "poderia ter sido mais" se alguns pontos não fossem tão corridos.

Ainda assim, “O Despertar das Trevas” agrada, conhecemos vários lutadores que oferecem diferentes estilos de jogo, além de ter um ritmo acelerado e boa quantidade de batalhas se comparado com o tempo de campanha. A maioria das cutscenes possuem visuais incríveis e também oferecem lutas épicas ao público.

Os episódios de personagem trazem uma história focada em cada competidor, permitindo você conhecer mais a sua personalidade, passado e motivações, além do seu estilo de luta. Há cinco lutas para cada episódio, que ocorre durante o The King of Iron Fist Tournament. Sete a dez minutos é o tempo necessário para finalizar uma história, um bom tempo para um enredo de apenas um personagem e garante maior proveito da lore do jogo.

A melhor adição para a franquia foi o modo Missão Arcade. Aqui, podemos vivenciar outra história de Tekken, criando o nosso próprio avatar que irá competir pelos fliperamas jogando Tekken 8.

Seu objetivo será vencer alguns personagens de cada fliperama, e ganhar reputação até chegar no tão sonhado “Tekken World Tour” para derrotar o seu rival:

Para isso, é preciso competir em torneios menores e conhecer mais fliperamas:

Max te ajudará nessa jornada, sendo seu amigo e mentor durante o enredo, ao chegar em um novo fliperama, é necessário possuir novas habilidades, e Max fornecerá um tutorial para te guiar.

Depois de tudo concluído, ainda é possível repetir as batalhas com o seu avatar, acessando o mapa. Vale mencionar que cada cenário possui um visual único e apresenta mais oponentes.

Antes de abordar o modo online, é importante mencionar a dificuldade das IAs em Tekken 8. Para mim os bots estão em um nível ideal, o modo fácil ainda pode desafiar um novato desatento e o médio exige uma certa experiência em jogos de luta. Finalizei minha campanha em ambas as dificuldades.

O modo online é bem feito, apesar de precisar esperar em torno de dois minutos para achar uma partida, não tive problemas com servidor ou conexão. Mas havia uma clara disparidade de níveis entre os jogadores.

Meu perfil continha 2.000 “Destreza Tekken” após finalizar uma partida contra a CPU para detectar o meu nível. E logo na primeira batalha multiplayer, fui emparceirado com um jogador de 61 mil de destreza, logicamente, perdi a melhor de 5 por três a zero.

Na segunda tentativa, um jogador com 19 mil apareceu, e fui novamente derrotado.

Por fim, desisti das filas ranqueadas e tentei ir para a fila casual visando encontrar um lutador do meu patamar de habilidade, e fui surpreendido ao lutar com um player que obtinha 118 mil de destreza, mais uma vez, fui derrotado sem vencer ao menos uma luta.

Em resumo, o modo Online é tecnicamente é bem feito e não traz lag e delay aos jogadores, mas possui um matchmaking completamente desbalanceado do qual arruína a experiência para jogadores iniciantes ou mais voltados para o casual.

Também existe um lobby “Tekken Fight Lounge”, que aumenta a interação entre os players, você irá controlar seu avatar do Missão Arcade aqui.

Enquanto o matchmaking do modo on-line é hostil para iniciantes, o Special Style é o companheiro dos novatos.

É possível habilitá-lo durante uma partida apertando “LB”, este recurso mostra alguns pequenos combos e informações de golpes para dar um suporte ao iniciante. Veja no canto esquerdo:

Outro fator interessante é o replay, ao acessar essa aba, vá em “Meus Replays & Dicas”, depois basta selecionar a partida desejada e clicar em “Jogar Replay”.

Em certos momentos da visualização da batalha, o jogo irá pausar e fornecer dicas importantes para aquele momento do jogo. Apesar de já estar presente no título antecessor da franquia, a novidade é que, em Tekken 8, você poderá assumir o controle do lutador da esquerda ou direita e tentar executar aquela dica.

O Missão Arcade também concede alguns tutoriais sempre que avançamos na história. Vale destacar que as dicas se tornarão cada vez mais avançadas, e fazem muita diferença aos jogadores.

As informações do PC utilizado já foram mencionadas no início, dado este contexto, não tive dificuldades em relação ao desempenho. O jogo me recomendou (baseada no meu hardware) a qualidade baixa, mesmo assim o configurei na média e em live stream.

Por conta disso, achei que enfrentaria mais problemas, precisando encerrar minha transmissão ou diminuir os gráficos para o baixo, mas não foi necessário. Tive uma queda para 30 ou 40 de FPS em alguns momentos, nada muito preocupante, ainda mais se considerar que joguei em uma qualidade acima da recomendada, e durou poucos milissegundos.

Durante minha avaliação nenhum tipo de bug ou crash, demonstrando o cuidado na qualidade do produto final nesse quesito.

Customizar seus lutadores em Tekken 8 pode ser mais divertido do que pensa, é mais um ponto positivo para o game. São muitos fatores que podem ser alterados, incluindo a adição de acessórios. Isso permite com que você faça personalidades únicas, ou tente replicar personagens dos seus universos favoritos, não se limite a simples skins já feitas pelos desenvolvedores.

Eu mesmo consegui alterar o visual da Lili para fazer um cosplay da “Yumeko”, protagonista do anime Kakegurui.

Você ainda pode trabalhar em dez modelos diferentes para cada lutador.

Veja o tanto de alterações disponíveis apenas para um pequeno acessório:

A melhor parte dessa customização é que Tekken 8 não possui microtransações até o momento, o que é excelente dado o contexto de jogos atuais. Os cosméticos “pagos” do game exigem apenas as moedas de batalha que conseguimos rapidamente ao jogar, sem a necessidade de inserção de dinheiro real.

Prós

Contras

NOTA: 9.5

Tekken 8 agrada muito! Apesar de uma história menor que o esperado, a adição do modo “Missão Arcade”, além de outros modos como Arcade Battle, Tekken Ball e Ghost Battle trazem uma vasta diversidade de opções ao single player

O online, apesar de pouco amigável para um iniciante, é bem feito e motiva os jogadores mais competitivos. Tekken 8 também fornece diversos recursos educativos para melhorar a sua habilidade, desde o tutorial e o Special Style até o replay.

Sem contar que estes modos se tornam ainda mais atrativos com gráficos que fazem jus à nova geração, jogar a história de Tekken 8 foi uma experiência cinematográfica.

Com isso, Tekken 8 leva uma nota 9.5, o título te motiva a dominar um personagem com estes modos e dicas no single player, para depois partir ao ranqueado. Recomendo para todos os fãs de jogos de luta, sinto que ele está a frente de seus concorrentes, fazia tempo em que não me divertia tanto em um jogo deste gênero.