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Guia: Jogos de PlayStation com Trilhas Sonoras Inesquecíveis

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Neste artigo, compilamos oito jogos das gerações mais recentes de PlayStation com trilhas sonoras inesquecíveis.

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revisado por Romeu

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Trilhas sonoras fazem parte da identidade dos videogames desde os seus primórdios. Na época dos sons de bit, quando a memória dos cartuchos limitava qualquer ambição, a música já era usada para criar atmosfera, dar ritmo às fases e reforçar momentos-chave da aventura. Ao longo das décadas, as composições evoluíram em escala e sofisticação, transformando-se em arranjos orquestrais capazes de rivalizar com o cinema.

Hoje, falar de um jogo de destaque sem mencionar a sua música parece impossível. Canções como o tema de The Last of Us, composto por Gustavo Santaolalla, ou o inesquecível One-Winged Angel, de Nobuo Uematsu em Final Fantasy VII, são símbolos de como música e narrativa se entrelaçaram de forma definitiva. Até as canções-tema originais de bandas famosas entraram para a história, como Ludens, do Bring Me the Horizon, em Death Stranding.

Pensando nisso, reunimos oito jogos marcantes do ecossistema PlayStation que, além de suas histórias e jogabilidade, brilharam por suas trilhas sonoras. De Bloodborne e seus temas sombrios a Astro Bot com suas batidas vibrantes, cada título mostra como a música pode ampliar a experiência de jogar.

The Last of Us Part I & II

The Last of Us é uma experiência completa por conta própria. O primeiro título foi aclamado como um dos melhores de todos os tempos pela sua narrativa profunda e bem solidificada, que prioriza contar uma história sem se perder nas tendências de mundo aberto.

A jornada de Joel e Ellie é complementada por uma trilha sonora minimalista, silenciosamente melancólica e desoladora. O compositor Gustavo Santaolalla aproveita instrumentos acústicos, como o violão, que honram as suas origens sul-americanas. Já na segunda parte, novas faixas incorporam o banjo para representar a personagem Abby.

A trilha de The Last of Us Part II contou com a parceria de Mac Quayle para as cenas de combate. Suas faixas mantêm o senso de urgência e estabelecem uma atmosfera sufocante, refletindo com precisão a tensão da gameplay. Para além das composições originais, o jogo também apresenta covers de artistas renomados, com destaque para Future Days, da banda Pearl Jam, música-tema que define a relação entre Joel e Ellie na trama.

Horizon Zero Dawn / Horizon Forbidden West

A música foi parte essencial da imersão em Horizon Zero Dawn, lançado em 2017. A trilha composta por Joris de Man, em colaboração com a dupla The Flight e outros artistas, combina instrumentos tribais, camadas eletrônicas e orquestrais para dar vida ao universo pós-apocalíptico. O contraste entre o tom ancestral e a sonoridade futurista traduz o encontro da protagonista com um mundo dominado por máquinas e pela natureza selvagem.

Faixas como Aloy's Theme e Meridian se tornaram ícones da franquia, marcando a jornada de uma heroína que precisa lidar com a própria identidade enquanto enfrenta desafios colossais. A música não se limita a acompanhar as cenas, mas atua como uma extensão das emoções da personagem, reforçando o impacto narrativo em momentos decisivos.

Em Horizon Forbidden West, de 2022, a trilha ganha novos contornos sem perder a essência estabelecida no primeiro jogo. Compositores como Niels van der Leest e Oleksa Lozowchuk juntaram-se a de Man para criar uma experiência ainda mais grandiosa.

Final Fantasy VII Remake / Final Fantasy VII Rebirth

Recriar um dos maiores RPGs de todos os tempos, que definiu uma geração de jogadores, não é tarefa fácil. A Square Enix aceitou o desafio e entregou, nos dois capítulos da trilogia do Remake de Final Fantasy VII, uma das experiências audiovisuais mais marcantes dos videogames da última década.

Para além de recriar o mundo e os personagens do jogo original, aprofundando-os com novas camadas narrativas, o projeto também aprimorou a aclamada trilha sonora de 1997. O trabalho marcante de Nobuo Uematsu ganhou vida nova, ao lado de novas canções como Hollow, tema interpretado por Yosh, vocalista da banda Survive Said The Prophet*.

Músicas famosas do jogo original foram expandidas e retrabalhadas. A canção do mapa-mundi ganhou frescor nas regiões de Wildlands em Final Fantasy VII Rebirth, enquanto temas de chefes como J.E.N.O.V.A. e One-Winged Angel receberam novas versões que, sem abdicar da essência que as consagrou, soam mais poderosas do que nunca.

God of War / God of War Ragnarök

A trilha sonora de God of War (2018) marcou a virada da série para uma nova fase. Composta por Bear McCreary, ela abandonou o tom puramente épico dos títulos anteriores e trouxe uma identidade mais profunda e emocional. O tema principal, guiado por coros masculinos graves e percussão pesada, mesclados com faixas como Memories of Mother apresenta um lado mais delicado de Kratos, acompanhando a relação com Atreus e mostrando que, por trás do guerreiro implacável, existe um pai em transformação.

Na continuação, God of War Ragnarök, McCreary amplia esse universo sonoro. A base estabelecida em 2018 está presente, mas a trilha explora instrumentos e influências da mitologia nórdica com maior profundidade. O destaque fica para as participações especiais, como a cantora Eivør, que reforça o clima místico e sombrio, e Hozier, responsável por momentos mais introspectivos.

Astro Bot

Enquanto a maioria dos jogos mencionados até aqui aposta na música para aprofundar narrativas e gerar impacto emocional, a trilha sonora de Astro Bot tem um objetivo alinhado ao do jogo, eleito o Melhor do Ano em 2024: proporcionar diversão pura por meio de uma experiência completa.

As canções, compostas por Kenny Young, são animadas, quase dançantes, e estabelecem uma atmosfera divertida e enérgica que complementa com perfeição a gameplay do título. Faixas como I am Astro Bot ou Crash Site grudam na mente dos ouvintes, mesmo quando eles estão longe do controle e do robô colorido que comanda na tela.

Bloodborne

A espera por um remaster de Bloodborne pode estar longe do fim, mas se há um elemento do título que sempre será destacado pelos fãs é a sua trilha sonora. Isso é especialmente verdade para as faixas de batalha contra chefes, que os jogadores ouvem repetidamente enquanto tentam desviar desesperadamente de ataques, aplicar o parry perfeito e evitar ver, pela décima ou centésima vez, o famoso "You Died" na tela.

Composta por um time talentoso que inclui Cris Velasco, Yuka Kitamura e Ryan Amon, entre outros, Bloodborne entrega a mescla perfeita entre coros épicos e uma atmosfera gótico-vitoriana. O resultado estabelece o elo ideal entre a tensão dos confrontos e a estética do jogo, com momentos supremos em faixas como Lady Maria of the Astral Clocktower e Orphan of Kos.

Ghost of Tsushima

Ghost of Tsushima é um prato-cheio que mistura beleza estética e de apresentação com uma gameplay intuitiva, porém desafiadora. Seguir a história de Jin Sakai enquanto ele enfrenta o dilema entre salvar seu povo e manter sua honra torna a jornada cativante, mesmo quando o único som é o do ambiente: as folhas sob os pés do protagonista, as trotadas do cavalo ou o ruído de uma raposa ao longe.

Ilan Eshkeri e Shigeru Umebayashi fizeram um trabalho exemplar. Quando as canções começam, mesmo em tons minimalistas — como quando Jin se depara com um pequeno exército inimigo —, oferecem uma experiência que integra música tradicional japonesa com orquestra em um casamento quase perfeito.

Death Stranding I & II

A trilha sonora de Death Stranding é um dos elementos que mais marcam a experiência criada por Hideo Kojima. Ludvig Forssell assina composições sombrias e atmosféricas, que se misturam a arranjos mais delicados para traduzir a solidão do protagonista em um mundo fragmentado. O uso das músicas da banda Low Roar é um dos grandes trunfos: elas surgem em momentos-chave da jornada e funcionam quase como um abraço silencioso, dando ao jogador a sensação de que, mesmo em meio ao vazio, ainda existe espaço para esperança.

Em Death Stranding 2: On the Beach, Forssell amplia esse universo sonoro sem perder a identidade. A nova trilha mantém o tom melancólico que marcou o primeiro jogo, mas adiciona mais camadas de intensidade, alternando entre passagens calmas, quase contemplativas, e explosões de tensão que acompanham os pontos mais dramáticos da narrativa. As participações especiais também merecem destaque.

A colaboração com Woodkid, por exemplo, acrescenta um peso emocional extra, trazendo novas texturas que deixam a experiência ainda mais envolvente. E não podemos nos esquecer da icônica Ludens, da banda Bring Me the Horizon, canção criada para o jogo que se tornou uma das canções mais conhecidas da fase Post Human da banda.

Concluindo

Trilhas sonoras acrescentam uma camada extra ao ato de imaginar nos videogames. Funcionam como um portal para a imersão dos jogadores com a trama, os personagens e o mundo em que estão ambientadas, transmitindo emoções, agregando urgência e, não raro, tornando-se parte da rotina dos fãs em seus fones de ouvido.

O reconhecimento da importância dessas composições extrapolou as telas, e as músicas de videogame conquistaram um destaque maior nas apresentações ao vivo, movimentando orquestras em palcos e auditórios ao redor do mundo. Prova disso acontece na edição de 2025 da Brasil Game Show. O evento contará com duas apresentações musicais de peso. Para os fãs de PlayStation, ocorre, pela primeira vez na América Latina, o PlayStation | The Concert nos dias 11 e 12 de outubro.

Já os fãs de Final Fantasy podem aproveitar o A New World: intimate music from FINAL FANTASY, que faz sua estreia brasileira nos dias 9 e 10 de outubro.