Preview: Skate. é um bom jogo - mas se descola da franquia

Skate., o mais novo projeto da EA Games, finalmente chegou ao público por acesso antecipado - desde 16 de Setembro todos podem testar o jogo! A comunidade vem o analisando com atenção, já que se trata de uma nova investida da empresa que desenvolveu o renomado Skate 3 há 15 anos. Apesar de não se tratar de uma sequência, este título carrega uma enorme gama de recursos vindos do Skate 3.

A UmGamer jogou Skate. em seu acesso antecipado com o intuito de produzir este conteúdo de Primeiras Impressões. Confira!

Questões de desempenho e gráficos serão mencionados! Logo, seguem abaixo as especificações do PC utilizado para este review:

Processador: Ryzen 5 3600

Placa de vídeo: NVIDIA GeForce GTX 1650

Memória RAM: 16GB (2x8GB) DDR4

Armazenamento: SSD NVMe

Muitos vêm denominando a obra como Skate 4, uma suposta continuação da lendária franquia da EA, porém não é o caso - Skate. possui uma abordagem diferente. Pode ser frustrante, fãs da série que não recebem uma novidade há uma década e meia merecem uma continuação real de Skate 3, mas Skate. trabalha com outra proposta. O problema é que a comunicação da empresa atingiu principalmente este público, que pode ter se decepcionado ao entrar em San Vansterdam, cidade onde se passa o jogo.

Ao esperar uma sequência, parte da comunidade criou maiores expectativas em gráficos mais realistas e um modo carreira ou história presente, como no antecessor. Porém, com uma ideia de abranger uma maior fatia do mercado, a EA desenvolveu uma abordagem divergente.

Skate. é uma produção gratuita e as a service, não há uma história a ser descoberta - o foco principal está em realizar desafios pelo mundo aberto com os seus amigos enquanto progride no jogo, desbloqueando novos mapas e cosméticos.

A estrutura de gameplay em Skate. pode não ser a melhor, a falta de um modo história é perceptível e jogar sem rumo, fazendo missões aleatórias, para juntar o máximo de moeda e experiência a fim de receber novos cosméticos, não soa tão interessante.

Como é possível ver no mapa abaixo, existem diversos tipos de missões (ícones laranjas) e elas se renovam todos os dias - isso ajuda a manter o público interessado no jogo por mais tempo, porém, não sinto que seja o suficiente.

Porém, a jogabilidade em si está excelente e vale a pena ser testada. Começando pela volta do Flick-It, sistema exclusivo da série Skate, onde você executa as manobras com o analógico direito - tornando a sua imersão ainda maior ao executá-las. Por falar em manobras, as animações com os pés para elas nunca foram tão realistas.

A boa gameplay passa até pelos efeitos sonoros. Desde a trilha, com músicas incríveis, que condiz com o ambiente, até leves detalhes como, ao pegar o skate na sua mão após ele estar em movimento, ainda será possível ouvir o barulho das rodinhas por alguns segundos.

Os sons do skate batendo no chão ou em outros objetos também se encontram com refinos de alta qualidade.

Faltam melhorias

Ainda assim, alguns pequenos pontos do gameplay podem, e devem, ser melhorados. O movimento de “push”, que é o de alavancar a velocidade do skate com o seu pé, está um tanto quanto inconsistente - o skate começa a se movimentar bem lentamente, mas às vezes atinge picos muito rápidos, não há um meio-termo para facilitar a locomoção.

Talvez esse seja o ponto que mais destaca a vontade da EA em atrair uma nova comunidade em seu novo projeto. Uma parte dos veteranos vindos de Skate 3 criticaram a escolha por estilos mais cartunescos nos personagens, esperando receber gráficos mais realistas.

Você consegue incrementar o seu personagem com novas peças, algumas básicas são dadas ao atingir um novo nível, outras são vendidas na loja - utilizando uma moeda paga.

Não vejo problema na loja trazer cosméticos pagos, até pelo fato de Skate. ser gratuito - e a empresa precisaria utilizar esse método para faturar. Desde que não se torne algo Pay to Win, o que não é o caso até agora.

O maior contra da comunidade na questão da loja se dá pela moeda gratuita, dada como recompensa de desafios. Com ela, será possível comprar apenas loot boxes. A comunidade gamer já debateu inúmeras vezes os problemas desse sistema, que já foi banido em diversos países, em um jogo - principalmente aqueles com uma idade indicativa mais baixa.

Outra questão são as marcas, apenas algumas, como Thrasher e Vans das várias de Skate 3, se fazem presentes aqui. A maioria dos cosméticos delas é parte de conjuntos pagos, e os poucos itens disponíveis com a moeda comum - como o clássico Vans Old School - devem ser encontrados na box .

Skate., para a configuração da máquina citada ao início do artigo, está bem otimizado - sem trazer quedas de FPS mesmo ao jogar com os gráficos no Ultra. No entanto, alguns problemas apareceram durante minhas horas de gameplay.

Logo em seu dia de lançamento, passei por vários erros de servidor e desconexões, que me fizeram esperar por horas até finalmente conseguir entrar em San Vansterdam. Entendemos que se tratava de um período com maior número de acessos - mas é frustrante.

Fora isso, aponto apenas a física, que ainda não se encontra num estado excelente. Nos deparamos com movimentos e quedas incomuns ao colidirem com objetos da cidade.

No geral, Skate. te trará uma boa experiência neste tópico.

Skate. não é Skate 4! Este título será uma ótima opção para quem busca um playground aberto para desfrutar com os amigos, cada um com seu personagem único. A falta de uma história somada aos quesitos de microtransação e loot boxes frustram os jogadores mais assíduos da série, mas se apegue nos recursos de Flick-It, de adicionar novos objetos e rampas, além da edição dos seus próprios replays que voltaram, use isso para passar o tempo na cidade.

É um bom jogo, desde que você entenda e goste da nova proposta. Não vejo como uma obra que você gastará muitas horas todos os dias, mas é interessante para fazer algumas missões durante um tempo livre da sua semana. Por ser gratuito, vale o teste!

Espero que tenha gostado desse artigo, fico à disposição em caso de dúvidas ou sugestões.