Não é exagero dizer que estamos vivendo uma nova era de ouro da franquia Final Fantasy.
Entre o sucesso estrondoso de Final Fantasy XVI em 2023 e o quão aclamado Final Fantasy VII Rebirth foi pela crítica no começo de 2024, além da aguardada nova expansão de Final Fantasy XIV, Dawntrail prevista para junho, é inegável que os fãs da série tiveram uma das maiores sequências de lançamentos em muito tempo - no entanto, isso vem com uma consequência: podem levar alguns anos até o próximo grande jogo sair.
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Com o Remake de Final Fantasy IX ainda não passando dos rumores e as conversas em torno de um novo Final Fantasy Tactics começando a tomar forma com uma entrevista recente de Naoki Yoshida, pode ser um bom momento para jogadores conhecerem e/ou revisitarem alguns dos maiores spin-offs e séries paralelas da franquia desde a sua origem.
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Final Fantasy Tactics
Final Fantasy Tactics foi a primeira e mais famosa iteração da série no gênero de RPG tático, onde personagens se movem em plataformas como peças de xadrez e tomam ações com base nas habilidades disponíveis.
Lançado em 1997 para o PlayStation e relançado na versão War of the Lions em comemoração ao seu décimo aniversário para PlayStation Portable, o jogo conta a história da guerra pelo trono no continente de Ivalice e o caminho percorrido por Delita para ser o primeiro plebeu a se tornar o Rei sob a ótica de Ramza Beoulve, um herói desconhecido cujo nome e feitos foram apagados dos livros de história.
Considerado até hoje como um dos melhores jogos da série, Final Fantasy Tactics traz um mundo medieval envolto de intrigas, traição e segredos em uma narrativa singular e muito a frente do seu tempo, além de ser aclamado por ter um dos melhores sistemas de Profissões da franquia, com uma grande variedade delas que garantem dezenas ou centenas de horas de diversão e experimentos.
A série Tactics também possui outros títulos amplamente reconhecidos pelos fãs, com Final Fantasy Tactics Advance, lançado para o GameBoy Advance em 2003 e o Final Fantasy Tactics A2, lançado para Nintendo DS em 2008 - Ambos possuem direções artísticas distintas do jogo original e histórias relativamente mais leves, cada um com seu próprio sistema de regras, classes e inovações que os tornam experiências únicas ao invés de apenas repetir a fórmula do seu antecessor.
Em abril de 2024, Naoki Yoshida, diretor de Final Fantasy XIV e Final Fantasy XVI, afirmou ser a hora de um novo Final Fantasy Tactics, abrindo especulações em torno de um título exclusivo da série ou um Remaster do jogo original produzida pelo estúdio liderado por ele, a Creative Business Unit III.
Final Fantasy Type-0
Considerado um dos jogos mais sombrios da franquia, Final Fantasy Type-0 faz parte da Fábula Nova Crystallis, uma antologia de histórias cujo tema principal é o destino pré-determinado por entidades superiores e incluem a trilogia de Final Fantasy XIII e, nos estágios iniciais de desenvolvimento, também incluiriam Final Fantasy XV.
Além de destino, um dos temas principais de Type-0 é a guerra e suas consequências em um universo onde todas as memórias sobre uma pessoa são apagadas no momento da sua morte. Seu mundo, Orience, é uma região onde quatro grandes nações são abençoadas pelo poder dos cristais e cujo Império de Militessi inicia uma guerra contra o Domínio de Rubrum.
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Diferente de outros títulos, Final Fantasy Type-0 não possui um protagonista específico. Ao invés, ele busca destacar os diversos personagens jogáveis da Classe Zero, um grupo de jovens treinados com meios especiais para usar as almas dos inimigos caídos como fonte de poder para conjurar magia, e o papel do grupo na grande guerra que se instaura no mundo.
Do início ao fim, este jogo é uma verdadeira montanha-russa de emoções - Seja com uma abertura onde vemos um mensageiro e seu chocobo implorando para não morrer, ou nas diversas vezes em que as causalidades da guerra são tratadas com a frieza de meros números, Type-0 expõe o lado mais tenebroso dos conflitos bélicos e se destaca muito bem ao fazê-lo.
O esboço de uma continuação do jogo, nomeada Final Fantasy Type-Next, foi divulgada oficialmente durante o lançamento oficial da remasterização de FF Type-0 em 2015, com uma cena pós-créditos aumentando as expectativas dos jogadores para um novo título na série. No entanto, nenhuma atualização do projeto foi anunciada desde então e a saída de Hajime Tabata, diretor de FF Type-0, da Square Enix em outubro de 2018, reforça as especulações de que o projeto tenha sido cancelado.
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin
Considerado um spin-off não-canônico do primeiro Final Fantasy, Stranger of Paradise é um Action RPG que conta a história de Jack Garland e seus aliados no objetivo de destruir Chaos, o grande vilão do jogo original, e o seu caminho para descobrir a verdade por trás desse desejo incontrolável.
Stranger of Paradise foi desenvolvido pela Team Ninja e foi a primeira (e até agora única) tentativa da franquia de entrar no universo dos Soulslike, com inimigos poderosos e desafiadores em uma história altamente inspirada nos personagens, regiões e localidades do primeiro jogo da série, mas com sua própria narrativa em torno da busca de Jack por matar Chaos a qualquer custo.
Disponível para o PlayStation 4 e PlayStation 5, este foi o título mais recente da franquia a adotar o famoso sistema de Profissões, onde Jack e seus aliados podem escolher entre diversas opções que se expandem conforme o jogador progride na história, além de seus equipamentos e visuais serem altamente customizáveis e darem nova vida a um universo já conhecido.
World of Final Fantasy
Disponível para o PlayStation 4 e PlayStation 5, World of Final Fantasy é um spin-off descontraído que une personagens, monstros recorrentes e outros elementos comuns da franquia e os colocam em um universo chibi chamado Grymoire, onde os protagonistas e irmãos gêmeos, Lynn e Reynn, possuem poder de capturá-los e usá-los em batalhas enquanto viajam pelos mundos em busca das suas memórias perdidas.
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Chamados de Miragens, os monstros e personagens capturados servem tanto para mecânicas de combate como empilhá-los para receber bônus ou espalhá-los no campo para ter uma maior cadência de ataques enquanto alguns, mais poderosos, são usados como invocações, além de haver circunstâncias onde Lynn e Reynn os usam para passar por obstáculos no mapa ou viajar para um canto de difícil alcance.
World of Final Fantasy é uma homenagem singular ao legado da série e parte da sua comemoração de 30 anos. Seu sistema de batalhas em turnos é intuitivo e de fácil aprendizagem, tornando-o ideal para jogadores e jogadoras de qualquer idade, mas sem deixar de lado aquele desafio habitual que todo jogo da franquia possui
Final Fantasy: Mystic Quest
Lançado em 1992 para o Super Nintendo/SNES, Final Fantasy: Mystic Quest foi um produto de introdução da franquia visando ser mais amigável para o público ocidental da época com a simplificação de diversas mecânicas dos jogos principais.
Apesar das diversas críticas recebidas pelos fãs por conta da sua história fraca, falta de diversidade de opções e por focar mais no fator de exploração ao invés de combate ou em um enredo mais complexo, Final Fantasy Mystic Quest se propõe a fazer uma coisa e o faz muito bem: ser divertido.
Como produto de introdução, o jogo fez um bom trabalho em mostrar um universo visualmente atrativo e com uma boa trilha sonora para manter jogadores engajados e, hoje, o sistema de exploração com o uso de equipamentos para ações ao redor do mapa o tornam mais singular do que ele realmente era em sua época, deixando-o em um espaço de jogo cult entre os fãs dos clássicos e lhe garantindo um espaço entre um dos principais spin-offs da série.
Menção Honrosa: Bravely Default
A série Bravely, produzida pela Square Enix, nasceu originalmente como um spin-off de Final Fantasy até se tornar um título próprio e herda a maioria dos elementos dos jogos clássicos da franquia, como o sistema de batalhas em turnos e os arquétipos de profissões, além de todas as fórmulas já conhecidas como frequentes em RPGs, como equipamentos, exploração, gerenciamento de equipe e outros.
Os aspectos narrativos da série também indicam uma forte influência de Final Fantasy, com conceitos como cristais ou um grupo de guerreiros escolhidos para salvar o mundo de um grande vilão visando destruí-lo ou dominá-lo de alguma maneira através dos Cristais, que representam os quatro elementos fundamentais (Água, Fogo, Terra e Ar).
Ele certamente agrada qualquer fã que sinta falta da atmosfera “clássica” de Final Fantasy proposta pelos primeiros títulos da franquia, enquanto possui suas próprias características que tornam da série Bravely uma marca própria e digna da atenção de veteranos e novatos dos RPGs.
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Conclusão
Final Fantasy é uma antologia de jogos extensa. Hoje, a série já conta com mais de cem títulos entre os jogos principais, remasters, spin-offs, prequels e sequelas, além de outras obras disponíveis para celulares e jogos que, eventualmente, foram cancelados ou cujo servidores foram desligados.
Estes são apenas alguns no amplo leque de spin-offs e jogos não-numerados disponíveis para o público nos últimos anos, sendo os principais títulos mais marcantes no fandom, garantindo horas de diversão, histórias envolventes, ou apenas uma maneira diferente e bem inovadora de jogar FF.
E o futuro próximo, com a ausência notória de novos títulos a vista após o lançamento de Final Fantasy VII Rebirth pode ser o presságio para o surgimento de outros projetos novos não-envolvidos nos títulos principais para consoles, ou até para o tão aguardado anúncio que confirmem os rumores do Remake de Final Fantasy IX.
Obrigado pela leitura!
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