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Review Assassin’s Creed Shadows

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Assassin’s Creed Shadows chega aos PC e consoles com uma história de vingança e lealdade no Japão feudal. Confira nosso review!

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revised by Romeu

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Apesar de toda a polêmica do mais novo jogo da série de jogos stealth da Ubisoft envolvendo o samurai Yasukelink outside website, figura real e detinha o título de samurai, e da torcida de alguns para que o jogo fracassasse, parece que dessa vez a empresa recuperou-se e conseguiu entregar um bom jogo como a muito não fazia.

Assassin’s Creed Shadows é um ótimo game como há muito tempo não víamos na franquia. Nem mesmo com a tentativa de “volta às origens” do jogo anterior, Assassin’s Creed Mirage, consegue entregar a mesma qualidade em questão de narrativa e história que este novo jogo entrega. Mas, será que ele é mesmo tudo isso? Será que não existem pontos negativos nesta nova aventura histórica?

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Recebi a chave como uma cortesia da Ubisoft e agradeço a oportunidade de jogar o game antes do lançamento. Por isso, vamos falar sobre o novo Assassin’s Creed Shadows e se vale a pena você investir nesse jogo e, caso tenha dúvidas, deixe um comentário.

De volta ao Animus

Assim como os jogos mais recentes da franquia, Assassin’s Creed Shadows começa como se tudo aquilo fosse uma experiência de entretenimento vendida pela Abstergo. Como se você fosse “jogar” a vida daqueles personagens, tendo inclusive a opção de ver os jogos anteriores, Valhala, Odyssey e Origins, como se fossem “capítulos anteriores” desse “filme interativo” que você irá experimentar.

Quando a “simulação” começa, acompanhamos um grupo de monges cristãos em busca de uma audiência com o xogum Oda Nobunaga, para dar permissão aos padres católicos pregarem pela região e, entre esses monges, um homem negro, bastante alto e forte, chamado de Diego, que os acompanhava e protegia.

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Eles conseguiram a audiência e Nobunaga fica impressionado com a altura e porte físico daquele “homem pintado” e pediu para falar com ele a sós. Depois da conversa, Nobunaga decide que Diego ficaria com ele em troca da livre passagem dos padres. Meses depois, Yasuke era um dos generais de confiança de Nobunaga e liderou e venceu várias batalhas e estava indo para mais uma: um ataque à cidade de Iga, que resistia ao domínio de Nobunaga.

Em outra parte, Naoe cavalga com seu pai em direção à batalha, elimina samurai de Nobunaga e se reúne com o líder de Iga para levar embora um importante objeto, uma caixa misteriosa que Naoe foi encarregada de proteger. Essa caixa estava em uma caverna com um símbolo entalhado na porta e a chave para abri-la era a Lâmina Oculta que Naoe recebeu de seu pai. Ela consegue recuperar a caixa, mas é atacada pelas costas por um samurai que lhe rouba.

Naoe, envergonhada por decepcionar a todos, com o líder de Iga e seu pai, organizarão um ataque a um castelo e recuperarão a caixa. Mas, o que segue, muda todo o destino da garota.

Uma história, dois protagonistas

Como já é de conhecimento geral, você joga este episódio da franquia com os dois personagens, Naoe e Yasuke. Diferente de Evie e Jacob, de Assassin’s Creed Syndicate, que eram praticamente iguais em sua jogabilidade, os dois protagonistas de Assassin’s Creed Shadows são muito diferentes entre si. As coisas que você pode fazer com Naoe são praticamente impossíveis para Yasuke e vice-versa.

Naoe é uma assassina no sentido mais tradicional da série. Ela é furtiva, usa a lâmina oculta para realizar assassinatos, se esconde em arbustos, escala paredes e dá os famosos “Saltos de Fé” quando ela sobe em locais altos que podem ser sincronizados. Mas, em combate, ela é muito mais frágil e pode morrer facilmente se for cercada por inimigos. Ela usa armaduras leves, seus golpes com espadas katanas, tanto (uma espada curta) ou kama (um tipo de foice curta com corrente), não são tão eficazes quanto os de Yasuke em combate aberto.

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Yasuke, por outro lado, é um gigante (principalmente se pensarmos que ele tinha cerca de 2 metros de altura em comparação aos 1,60m do homem japonês adulto médio), forte e pesado. Tentar agir de modo furtivo com Yasuke é praticamente pedir para falhar na tarefa. Ele também tem muita dificuldade para escalar paredes ou árvores e nadar, graças a suas armaduras pesadas, arcos e kanabo (um bastão de combate pesado) e o salto de fé dele é realmente engraçado de se ver. Porém, ele pode vir correndo, atravessar paredes e portas de madeira, destruindo tudo em seu caminho. Além disso, no combate, ele é uma máquina.

Além de tudo isso, você pode explorar o mapa com ambos os personagens escalando, correndo, nadando, cavalgando e tudo mais. Escolher com quem jogar, com quem avançar nas missões, define como será o seu estilo de jogo. Eu, particularmente, avancei a maior parte das missões com a Naoe, pois acho bem mais divertido jogar em modo furtivo, entrar nos lugares e sair sem ser visto.

O mapa desse jogo também é um refresco para quem está cansado de mapas gigantescos. Eu nunca terminei o Assassin’s Creed Unity porque, quando olho para o enorme mapa da França, com milhares de coisas para se fazer, me dá preguiça de simplesmente começar. Algo que não acontece aqui, porque o mapa do Japão não é tão grande quanto o dos jogos anteriores e nem tem tantas coisas para se fazer. Sim, há muito o que descobrir e explorar, mas não é uma sensação sufocante como a dos outros jogos.

Combate e Evolução dos Personagens

Assassin’s Creed Shadows é um dos jogos que parece ter sido influenciado pelos RPGs, similar aos games mais recentes da franquia, como Valhala e Origins, com momentos de decisão (que não influenciam muito, mas estão ali) e existe a opção de escolher o “modo canônico”, onde você não toma decisões e as escolhas são feitas conforme o que “aconteceram realmente”. Você tem uma árvore de habilidades em que gasta pontos para evoluir e aprender novos truques e habilidades.

Você pode também escolher quais armas usar, quais dar upgrade, quais desmanchar para recuperar materiais e pode usá-los para modificar seus equipamentos. Você também pode personalizar seus equipamentos, dando a eles a aparência de outro que você já tenha adquirido ou, em outras palavras, você pode fazer um item ter a aparência de outro item que você acham mais legal sem mexer nas estatísticas (combinando estética com bons atributos e tendo o melhor dos dois mundos). Também é possível ocultar o equipamento, caso não queira esconder o rosto do personagem com uma máscara fechada.

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Além dos inimigos comuns, você irá caçar uma organização secreta, chamada Onryu, que é equivalente aos Templários dos outros jogos, e reunirá pistas para localizar cada um deles em busca de vingança ou outros objetivos. Também há ronins aleatórios de uma organização desconhecida que está te caçando (assim como os Mercenários em Assassin’s Creed Odyssey) e, derrotando-os, você irá ganhar armas e equipamentos melhores.

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O combate é bastante similar também ao dos jogos mais recentes da franquia, como o Valhala e Origins, com influência de títulos soulslike, com movimentos de parry e rolagens para esquiva. Se um inimigo se prepara para atcar, sua arma fica com um brilho azulado e você pode dar um parry no golpe, para abrir a defesa do inimigo e atacá-lo.

Se o brilho for vermelho, então é um golpe letal, que não pode ser aparado e você deve esquivar dele. Ao esquivar do golpe, você pode atacar o inimigo que terá um brilho alaranjado, refletindo que ele estará vulnerável e vai receber mais dano.

Se o inimigo for muito superior a você, ele terá o nome exibido em vermelho, além de não ser possível dar um ataque furtivo. Se o nome estiver em amarelo, significa que ele irá receber dano dos ataques furtivos, mas não será letal. Saber como equilibrar esses momentos de parry, esquiva, ataque e contra-ataque é o que garante sua vitória no combate.

Bagus

Não vamos fingir que estamos surpresos, afinal, estamos falando de um jogo da Ubisoft e de um Assassin’s Creed, então, sabemos que o jogo teria muitos “bagus” (ou bugs, em japonês). Como um jogo grande, com um mapa enorme de mundo aberto, é muito comum que haja bugs e problemas. E no caso, os problemas chegaram a até me atrapalhar um pouco na experiência de jogo.

O principal problema que enfrentei foi com a lentidão para carregar texturas, objetos e até os NPC, mesmo nas configurações mais baixas. Eu tinha que ficar alguns bons segundos, até minutos, esperando que as texturas carregassem corretamente, sem contar o tempo que demorava para carregar até mesmo o HUD, o que me deixava sem saber para que lado ir na hora de continuar a missão. Neste tuíte da conta NikTeklink outside website é possível ver um corte de uma live oficial da Ubisoft onde acontece um bug ao tentar fazer carinho em um cachorro.

Abrir o mapa significava mais uns minutos sem carregar texturas, HUD, inimigos, NPC, texturas das paredes, etc. Tinha vezes que vi NPCs que pareciam bonecos de madeira, pois não tinha rosto, não tinha roupa correta, só aquele objeto 3D ali no meio do caminho, até que ele virava o NPC e começava a andar. Também tinha cachorros bípedes que “faziam moonwalker” pelo mapa e barcos que “dançavam break”, girando no ar como se fossem pipas descontroladas.

Havia momentos em que os inimigos “demoravam a morrer”. Eu pulava sobre eles com o ataque furtivo e Naoe não “completava o golpe”. Apertava o botão novamente, ela fazia o movimento, mas não completava o golpe. O inimigo ficava ali, olhando para ela, sem atacar e sem morrer. Eu simplesmente começava a atacar normalmente e tudo funcionava, mas a demora na resposta da ação era realmente frustrante e me impedia de jogar no modo furtivo o tempo todo.

Não sei se o problema será resolvido, mas uma atualização que chegou uns dias depois do que a chave foi liberada melhorou um pouco a qualidade do jogo, então imagino que algum tipo de atualização de “Day One” resolva isso. Vamos torcer para que isso aconteça.

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Pontos Fortes e Fracos

Pontos Fortes

Excelente história e personagens;

Mapa com um tamanho certo. Nem muito grande, nem muito pequeno;

Protagonistas distintos com diferenças visíveis entre eles;

Dá para fazer carinho nos cães e gatos!

Pontos Fracos

Problemas com carregamento de texturas e HUD;

Bugs nos NPCs que atrapalham o combate;

Falta otimização;

Conclusão

Assassin’s Creed Shadow é um dos melhores AC lançados nos últimos anos. Tem uma ótima história, personagens e, mesmo com toda a polêmica de pessoas destilando todo o racismo a ponto de querer reescrever a história e anular a existência de Yasuke, o jogo é ótimo e não dá preguiça de jogar e explorar todo o mapa.

Mas vale a pena esperar para pegar o jogo após alguns dias do lançamento, pois ele ainda está mal otimizado e vai precisar de algumas atualizações para funcionar bem. É normal que um jogo grande como esse tenha problemas, então, podemos relevar alguns bugs aqui e ali.

Temos um candidato a Game of the Year? Não acho que chegue a tanto, mas, se puder, dê uma boa conferida em Assassin’s Creed Shadows, pois vale a pena. Fale conosco se você concorda ou discorda da análise, deixando um comentário.