Introdução
Subnautica é um jogo do gênero sandbox e exploração onde o protagonista cai de uma nave espacial em um planeta completamente desconhecido, sem perspectiva de que ocorra um resgate. A situação ainda é mais complexa, o planeta é completamente aquático, o espaço terrestre beira o mínimo, e somente com suas ferramentas e descobertas de novos recursos, é possível sobreviver, e conviver com a fauna e flora dos ambientes.
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O jogo é premiado em diversas instâncias, em 2018 foi escolhido para a categoria Fan Favorite Indie Game do Gamers’ Choice Awards, além de ganhar a categoria PC Game of the Year no Golden Joystick Awards. Não só esse mérito, o jogo também carrega um enredo e mecânicas que defendem fortemente a visão ecologista de seus autores, o que também é um destaque. A premissa, em suma, é que nós como espécies somos capazes de conviver em um ambiente, sem necessariamente que nosso desenvolvimento ultrapasse as barreiras ecológicas que permitam que esse habitat exista em harmonia.
Gameplay
Como dito, a base do gênero sandbox e exploração aqui se aproveita de mecânicas de ação e aventura em um jogo de sobrevivência. É necessário conhecer, analisar e avançar em locais nunca vistos, e que agora devem ser conhecidos. Você como um ser humano, deve administrar sua fome, vida, sede além de oxigênio caso esteja embaixo da água, vulgo onde se passa 95% do jogo.
A ferramenta primária a ser feita com os materiais iniciais é o Scanner, utilizado ao longo do jogo como um todo. Ao apontá-lo para materiais por um tempo determinado, especialmente espécies de peixes e corais, é possível obter informações sobre a biologia e fisiologia do investigado, o que permite ponderar sobre seus usos: um grande exemplo é o Bladderfish, uma espécie herbívora, menos ativa a noite, que pode ser usada para produzir água filtrada, ou comido para restaurar alguns pontos do seu oxigênio.
Ao longo do seu avanço, novas tecnologias serão descobertas, assim como transmissões de outros sobreviventes serão detectadas, e se torna útil investigá-las para adquirir tecnologias que não possuímos. No entanto, tudo que te resta de pistas são apenas as transmissões com vagas informações da localização de outros “Escape Pods” como o seu, e cabe ao jogador saber se orientar com uma bússola (se ela já tiver sido construída) para chegar a esse destino. De novo, aqui temos uma escolha feita deliberadamente pelos desenvolvedores: não existe uma estrutura de missões, mas sim, alguns rastros, opções que o jogador pode investigar por mérito e prazer próprio; essa filosofia permite que tanto a exploração, quanto a investigação sejam prazerosas a partir do interesse do próprio jogador, e não de uma linha guiada que precisa ser seguida.
Desarmamento e proteção ambiental
Há quem diga que Subnautica tem um aspecto de terror em sua exploração, e isso é completamente justificável. Alguns animais da fauna possuem habilidades de ecolocalização, e, entre outras coisas que podem te assustar além de descer a 300m de profundidade apenas em um traje na completa escuridão, são as vocalizações dos animais agressivos.
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Os animais da Classe Leviatã, classificados como risco iminente à vida quando encontrados, são territorialistas, e é possível ouvi-los de bem longe da sua região. No entanto, mesmo essa sensação de medo reflete a dificuldade que temos de conviver em ambientes que não são familiares a nós; conforme avançamos, descobrimos tecnologias de como distrair e nos proteger desses animais, além de mapear quais são suas regiões favoritas, e assim, o medo daquilo passa, e existe certa harmonia nisso.
Em Subnautica, possuímos duas ferramentas apenas que são consideradas armas, mas utilizadas como mecanismos de defesa e sobrevivência: a faca, que pode ser melhorada para uma faca termal, e serve tanto para coletar materiais como corais, quanto para abater pequenos peixes para a própria alimentação; e o rifle de stasis, que mantém qualquer objeto no lugar mediante a carga do tiro, o que o torna útil para escanear espécies agressivas (Como os colossais da Classe leviatã). É possível utilizar o rifle com a faca para abater animais de ameaça extrema, no entanto, não existem recompensas ao fazê-lo. Em outras palavras, é deixado claro que o objetivo não é eliminar o que não convive bem com o ser humano, mas sim entender como coexistir pacificamente, outro reforço da visão ecologista.
História - Contém Spoilers
Como um grande aspecto do jogo é a exploração, e a história não pode ficar de fora porque reforça a importância da preservação ambiental, devo avisar que haverá spoilers nessa seção. Um milênio antes dos eventos do jogo, uma espécie antiga e super desenvolvida conhecida como os Precursores chegou no planeta conhecido como 4546B,para adquirir uma cura para uma infecção causada pela bactéria Kharaa. Após irem para diversos planetas em busca dessa fórmula, somente nesse ambiente onde o jogo se passa existia uma espécie, conhecida como Leviatã Imperador do Mar, em que havia uma enzima capaz de curar a Kharaa. No entanto, só existia apenas um indivíduo vivo da espécie, incapaz de produzir essa enzima devido à senilidade; somente com a eclosão de seus ovos, seria possível.
Após múltiplas falhas nessa eclosão, devido ao método agressivo de pesquisa com a espécie, os pesquisadores decidiram estudar outra espécie de Leviatã, o Dragão do Mar, e obtiveram um ovo desta espécie. A mãe rastreou o laboratório de estudo, destruindo toda a estrutura para recuperar o ovo, e assim a bactéria acaba sendo espalhada pelo planeta, infectando ainda mais indivíduos. Em uma defesa final, os Precursores colocam o planeta em quarentena, instalando um canhão capaz de abater qualquer nave que tentar se aproximar ou sair do planeta; e assim, começa a história de Subnautica, em que caímos depois da nossa nave, a Aurora, ser atingida.
Conclusão
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O jogo é um dos favoritos pelos fãs de sandbox e exploração, pois existe uma liberdade vasta de opções e caminhos que podem ser tomados. Subnautica, mesmo sendo um jogo lançado em 2018, traz temas e questionamentos atuais sobre como é a relação da nossa espécie com os diversos ecossistemas.
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