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Review: Hollow Knight: Silksong - Quando a Espera Vale Cada Desafio

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Hollow Knight: Silksong é hipnotizante e cheio de desafios e recompensas inesquecíveis, onde a paciência é realmente uma virtude.

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revisado por Romeu

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Contexto Histórico

Após um longo período de espera e silêncio, finalmente Hollow Knight: Silksong chegou às mãos dos jogadores em setembro de 2025. O título foi anunciado ainda em 2019, inicialmente como um DLC para o jogo original, mas logo ganhou proporções próprias e se transformou em uma sequência de grande porte. A expectativa cresceu de forma quase mítica ao longo dos anos, alimentada por trailers ocasionais, pequenas entrevistas e longos períodos de ausência de novidades.

A desenvolvedora Team Cherry, formada por apenas três pessoas, demonstrou mais uma vez sua capacidade de transformar limitações em oportunidades criativas. O lançamento aconteceu em diversas plataformas PC, consoles da geração passada e atual, além do Nintendo Switch e seu sucessor.

O detalhe curioso foi como o jogo foi anunciado oficialmente para lançamento apenas duas semanas antes de chegar às lojas digitais, o que gerou uma onda de repercussões na indústria. Muitos jogos independentes adiaram seus lançamentos para não enfrentar a concorrência direta com Silksong, demonstrando o peso cultural que a franquia já havia alcançado.

A chegada de Silksong não apenas confirmou as expectativas, mas também consolidou o legado de Hollow Knight como um dos mais importantes jogos independentes de todos os tempos.

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Repercussão Imediata

O lançamento foi explosivo. Logo nos primeiros minutos, Silksong registrou números impressionantes de jogadores simultâneos no PC, batendo recordes para um título independente. As lojas digitais, como Steam, eShop e PlayStation Store, chegaram a apresentar instabilidades, tamanho o tráfego de acessos e compras.

Esse impacto imediato demonstrou a força da comunidade que acompanhava o projeto desde sua revelação. Milhares de jogadores transmitiram suas primeiras impressões em tempo real, gerando uma onda de engajamento que colocou o jogo entre os assuntos mais comentados nas redes sociais globais.

Embora o lançamento tenha sofrido com quedas de servidores e lentidão de plataformas digitais, nada disso ofuscou a grandiosidade do momento. O mundo dos games parou para receber Silksong, algo raro de se ver em produções independentes.

Trama e Ambientação

Silksong nos coloca no controle de Hornet, a carismática e enigmática personagem que já havia roubado a cena no primeiro jogo. Capturada e levada ao misterioso reino de Pharloom, Hornet desperta em terras desconhecidas, cercada de inimigos, mistérios e uma arquitetura que mistura ruínas decadentes, florestas exuberantes e estruturas de inspiração mecânica.

Enquanto Hollow Knight tinha uma atmosfera fortemente marcada pela melancolia de um reino em ruínas, Silksong expande esse conceito ao apresentar cenários que alternam entre vitalidade e decadência. Pharloom é um reino vivo, mas cheio de contradições. Há beleza nas paisagens, mas também ameaça constante, transmitida por criaturas hostis e pela própria narrativa ambiental.

A história é contada da mesma maneira sutil do jogo anterior. Não há longas explicações ou diálogos expositivos. O enredo se desenrola por meio de pequenos fragmentos: personagens excêntricos, inscrições escondidas, restos de batalhas passadas e o silêncio que ecoa nos corredores. Essa abordagem instiga a curiosidade e reforça a sensação de isolamento, fazendo com que cada descoberta seja significativa.

Jogabilidade e Desafio

No coração de Silksong está a sua jogabilidade refinada. A base é a de um clássico Metroidvania: exploração não linear, aquisição gradual de habilidades, backtracking e combate intenso. Mas, ao contrário do Cavaleiro do primeiro jogo, Hornet é uma personagem mais ágil, veloz e versátil.

Ela pode se movimentar com saltos mais rápidos, ataques fluidos e habilidades acrobáticas que alteram completamente o ritmo do jogo. Essa diferença deixa Silksong com uma identidade própria, menos pesada e contemplativa do que Hollow Knight, mas mais focada em precisão, velocidade e resposta imediata do jogador.

O nível de desafio é um dos pontos mais comentados. Silksong é notavelmente mais difícil que o jogo anterior, mesmo em suas áreas iniciais. Os inimigos comuns já apresentam padrões de ataque agressivos e exigem atenção total. Quanto aos chefes, cada encontro se torna uma verdadeira prova de habilidade, exigindo domínio dos controles e leitura apurada dos padrões de ataque.

A dificuldade pode assustar novatos, mas nunca soa injusta. Há uma lógica clara por trás de cada desafio, e a sensação de superação ao derrotar um inimigo poderoso é intensamente gratificante.

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Design Visual e Trilha Sonora

O visual de Silksong segue o estilo artesanal que marcou Hollow Knight. Cada cenário parece pintado à mão, com detalhes meticulosos que reforçam a identidade de Pharloom. As paletas de cores são variadas e trazem contrastes marcantes: áreas cheias de vida com tons vibrantes convivem com ambientes obscuros e silenciosos.

Os inimigos são um espetáculo à parte. Suas animações fluidas e design criativo os tornam memoráveis, mesmo quando aparecem em grande quantidade. A riqueza visual não é apenas estética, mas também funcional: os detalhes ajudam o jogador a identificar padrões de ataque, fraquezas e perigos iminentes.

A trilha sonora, novamente composta por Christopher Larkin, é outro destaque incontestável. Melodias melancólicas acompanham a exploração, enquanto composições intensas dão ritmo às batalhas contra chefes. A música não apenas preenche o espaço, mas amplia as emoções transmitidas pelos cenários e personagens. É uma experiência auditiva que se entrelaça perfeitamente ao aspecto visual.

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Pós-lançamento e Atualizações

Com o lançamento massivo, também vieram críticas construtivas da comunidade. Jogadores relataram que alguns chefes iniciais apresentavam níveis de dificuldade um pouco desbalanceados, causando frustração. A Team Cherry respondeu rapidamente, lançando atualizações de correção que ajustaram a curva de progressão, tornando o início da jornada mais acessível sem comprometer a essência desafiadora do jogo.

Além disso, pequenos problemas técnicos, como bugs visuais ou inconsistências em certas traduções, foram tratados em patches subsequentes. Esse cuidado reforça o compromisso do estúdio em manter o jogo polido e fiel à visão original, mas sem ignorar o feedback de sua base de fãs.

Outro detalhe que impressionou foi a revelação da trilha sonora completa: mais de cinquenta faixas originais, dobrando a quantidade do jogo anterior. Isso evidencia o quanto Silksong não foi apenas uma sequência, mas um projeto ambicioso que expandiu todos os aspectos do original.

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Impacto Cultural e Comercial

O sucesso de Silksong não se resume a números de vendas ou jogadores simultâneos. O jogo se consolidou como um marco cultural dentro da cena indie e do próprio gênero Metroidvania.

A espera de anos criou uma expectativa gigantesca, e ainda assim o jogo conseguiu entregar um resultado acima da média, provando que a confiança no trabalho da Team Cherry era justificada. O impacto foi tão grande que o próprio Hollow Knight original voltou a registrar recordes de jogadores ativos, mostrando o efeito retroalimentado da franquia.

Outro ponto relevante foi o preço acessível. Em um cenário em que grandes produções custam caro, Silksong chegou com um valor justo, reforçando o compromisso do estúdio em manter o jogo disponível para o maior número de pessoas possível.

Além disso, a inclusão no catálogo do Xbox Game Pass ampliou ainda mais seu alcance, permitindo que jogadores que talvez não conhecessem a franquia pudessem experimentá-la sem custos adicionais. Essa decisão ajudou a expandir a base de fãs e a consolidar a popularidade do título em múltiplas plataformas.

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Conclusão

Hollow Knight: Silksong é um daqueles jogos que aparecem de tempos em tempos para redefinir o que esperamos de um gênero. É ao mesmo tempo uma continuação digna e uma experiência totalmente nova, com personalidade própria.

Hornet entrega um gameplay ágil, desafiador e recompensador. Pharloom, com sua ambientação rica e misteriosa, prende a atenção e convida o jogador a explorar cada canto escondido. A trilha sonora emociona, enquanto a dificuldade elevada garante que cada vitória tenha um peso significativo.

É verdade que a longa espera criou uma aura quase inalcançável em torno do jogo, mas Silksong corresponde às expectativas. Ele não tenta ser apenas “mais do mesmo”: é uma evolução clara, que respeita o legado de Hollow Knight e, ao mesmo tempo, amplia seus horizontes.

No fim, o jogo não é apenas um triunfo para a Team Cherry, mas para toda a cena independente, mostrando que paixão e dedicação podem superar barreiras orçamentárias e competir em pé de igualdade com grandes produções.

Silksong é, sem dúvida, um clássico instantâneo e uma das experiências mais marcantes que os jogadores terão nesta geração.