O Retorno de um Titã do Action
Lançado originalmente em 2011, Warhammer 40,000: Space Marine foi um marco dos jogos de ação em terceira pessoa, unindo tiros precisos com combate corpo a corpo no universo grimdark. Quatorze anos depois, a Master Crafted Edition promete renovar a experiência para uma nova geração, com melhorias técnicas e controles modernizados. Contudo, enquanto a campanha do Capitão Titus mantém seu charme sangrento, problemas técnicos e algumas decisões podem ter manchado esta "edição definitiva". Nesta análise de vamos ver os detalhes deste remaster polêmico, desde os gráficos remasterizados até as falhas que geraram revolta na comunidade da Steam.
Retorno Glorioso ao Campo de Batalha
Para quem não conhece, Space Marine é um jogo de ação em terceira pessoa situado no universo sombrio de Warhammer 40K, criado pela Games Workshop. Aqui, você assume é o Capitão Titus dos Ultramarines, um guerreiro geneticamente aprimorado que lidera uma missão contra uma invasão Ork em uma importante forja imperial.
A principal característica do jogo original sempre foi sua mistura de combate corpo a corpo brutal com tiroteios intensos, em um ritmo constante. Essa versão Master Crafted Edition consegue preservar essa essência, entregando exatamente o que os fãs esperavam, um retorno à ação direta, agressiva e caótica, típica do universo de Warhammer 40K.

O que há de novo na Master Crafted Edition?
Essa nova edição não é apenas uma repaginada visual, embora os aspectos mais evidentes sejam os gráficos atualizados para 4K, texturas de alta resolução, melhorias de iluminação e suporte a taxas de quadros mais altas, a Master Crafted Edition também inclui todos os DLCs lançados anteriormente.
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Os conteúdos adicionais incluem skins alternativas, armas exclusivas, modos cooperativos e mapas multiplayer que, na época, estavam disponíveis separadamente. Master Crafted Edition é a versão definitiva do jogo, tanto para novos jogadores quanto para aqueles que desejam reviver a campanha com tudo incluso.
O cuidado com os detalhes visuais é notável desde o início. As armaduras dos Space Marines agora brilham com o reflexo das explosões, os cenários industriais têm mais profundidade e os efeitos de partículas foram muito melhorados. O resultado disso é um mundo mais imersivo, que transmite o peso do universo de Warhammer 40K.
Atualizações Técnicas: Brilho e Sombras
Avanços Visuais e de Performance
A mudança para 4K/60 FPS é o destaque mais notável desta edição. Texturas de personagens e ambientes ganharam um detalhamento significativo, especialmente nos modelos dos Orks, cujas expressões faciais agora nos transmitem uma ferocidade. A remasterização do áudio também merece elogios: rugidos guturais, o ronco das chainswords e as vozes imponentes dos Space Marines soam muito mais nítido e impactante, deixando o jogador bem imerso no caos de Graia.

Limitações e Problemas Persistentes
Apesar dos upgrades, a herança da era PS3/Xbox 360 ainda são visíveis:
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- Paleta de cores: Cenários industriais muito genéricos com uma palheta de cores opaca, pouca variação de ambiente, além de corredores estreitos e fábricas abandonadas. Ainda que estejam visualmente melhores, sentimos que falta algo ali.
- Bugs de IA: Os inimigos simplesmente travam em obstáculos, aliados com pathfinding quebrados e falhas de reação aos ataques, quebram muito a imersão durante os combates intensos.
- Problemas graves: Saves corrompidos (especialmente no PC) e crashes ocasionais no jogo foram relatados por dezenas de usuários na Steam. Nao tive esse problema jogando no console, mas é um ponto que os desenvolvedores precisam ver urgente.
Controles Modernizados, Frustrações Antigas
Combate Satisfatório com Interface Questionável
O combate de Warhammer continua viciante, alternarndo entre o Bolter para eliminações à distância e a Chainsword para execuções brutais, é tão satisfatório quanto em 2011. A roda de armas modernizada agiliza muito a troca de equipamentos, mas existe um delay de resposta e alguns travamentos, algo que prejudica o jogo em momentos críticos.
Mapeamento e Ajustes Pós-Lançamento
A decisão inicial dos desenvolvedores de mapear granadas no analógico direito (R3) gerou caos entre os jogadores que ativavam os explosivos ao tentar habilitar o Fury Mode (que exige pressionar ambos os analógicos). Um patch corrigiu parcialmente o problema, mas ainda existe a sensação de algo impreciso, especialmente quando as batalhas estão a todo vapor.
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Nostalgia com Ausência de Inovação
A campanha principal é praticamente igual a original em termos de narrativa e estrutura. Com cerca de 8 a 10 horas de duração, continua sendo uma experiência intensa, focada em ação e momentos cinematográficos.
A história, embora simples, cumpre o seu papel: o Capitão Titus e sua equipe são enviados para proteger uma forja imperial essencial de uma invasão Ork. No entanto, à medida que a história avança, uma ameaça ainda mais sinistra, as forças do Caos, entra em cena, levando o conflito a um novo patamar.
O protagonista Titus, com sua voz grave e postura inabalável, continua sendo um dos melhores retratos de um Space Marine no mundo dos videogames. Embora a trama mantenha a eficiência do original, mostra um pouco sua idade se compararmos com narrativas modernas. As missões lineares não têm checkpoints dinâmicos e o jogo tem uma progressão mais rígida, detalhes que mostram as limitações de design da época.
Jogabilidade
O sistema de combate é, sem dúvida, o ponto mais alto de Space Marine. A forma como o jogo combina tiroteios com combates corpo a corpo cria um ritmo brutal, permitindo ao jogador alternar entre armas de fogo e golpes de serra elétrica.
O sistema de regeneração de vida é ligado ao combate corpo a corpo, você precisa matar inimigos com execuções brutais para recuperar saúde. Isso estimula o jogador a um estilo mais agressivo, onde se esconder atrás de coberturas não será uma boa opção. Cada arma, do bolter ao martelo de energia, tem peso e impacto, e o feedback visual e sonoro das lutas contribui para uma sensação de poder.
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Atmosfera: O Centro do Remaster
A remasterização de áudio é uma das coisas mais impactantes. Titus continua icônico com sua voz imponente e as falas dos Orks ganharam novas linhas de audio, aumentando a imersão no jogo. A trilha sonora é um show épico, com corais litúrgicos e metais distorcidos que conseguem nos transportar perfeitamente para a grandiosidade do universo de Warhammer 40K.
Modo Multiplayer e Coop: Potencial Não Realizado
Modos PvP e PvE
A Master Crafted Edition revive os modos multiplayer online, que, embora não tenham uma base ativa tão grande atualmente, oferecem partidas rápidas e cheias de ação, com modos como Annihilation e Seize Ground.
O destaque entre os modos adicionais é o Exterminatus, uma experiência cooperativa para até quatro jogadores contra ondas de inimigos. Aqui, a sobrevivência depende da coordenação da equipe e do domínio do arsenal.
No entanto, o matchmaking pode ser problemático, especialmente em regiões com menor número de jogadores ativos.
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- O modo 8v8 (PvP) e o Exterminatus (horde mode) retornam ao jogo com suporte a cross-play, algo muito bom, mas... enfrentam problemas:
- Falta de servidores dedicados: Matchmaking lento e instabilidade. Demora muito entre uma partida e oura, algo que acaba tirando a vontade de jogar.
- Comunidade: Salas vazias na Steam, especialmente fora do horário
de pico, são um grande problema, principalmente quando desativam o padrão do cross-play.
- Progressão: Existe uma ausência de novos jogadores, principalmente por falta de de incentivos como, por exemplo, o sistemas de unlock que tem no original e sem recompensas exclusivas. Uma boa propaganda do jogo poderia resolver isso trazendo novos jogadores e enchendo as salas de jogos.

Qual o Valor de Remasterizar um Jogo?
Preço e Recepção da Comunidade
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Com preço sugerido de US$39.99, essa edição foi taxada pelos jogadores da Steam como "cash grab", onde possui uma avaliação Muito Negativa (81 avaliações). Se compararmos com a Anniversary Edition (vendida a ~US$7) é um preço muito salgado, especialmente quando bugs inexistentes na versão anterior aparecem nesta nova versão que custa muito mais.
Timing De Lançamento
Lançado logo após Space Marine 2 (2024), que foi aclamado pela crítica e pelos jogadores como um marco do gênero, este remaster acabou sofrendo com esse contraste, além é claro das comparações, algo totalmente compreensível. A tecnologia Swarm Engine de Space Marine 2, capaz de renderizar centenas de Tiranídeos na tela, faz os hordes de Orks de Warhammer40k parecerem insignificantes. Difícil não comparar os jogos quando existe um abismo entre eles.
Oportunidades Perdidas
Embora a Master Crafted Edition acerte em muitos pontos que esperamos de uma remasterização, ela ainda possui falhas. A principal crítica é a falta de melhorias ou conteúdo inédito na campanha. Não há missões novas, nem mesmo cenas extras para expandir a narrativa.
A movimentação do personagem e a IA dos inimigos continuam com os mesmos problemas da versão original. Hoje em dia algumas dessas mecânicas mostram parecem datadas. Também não há opções para melhorias de acessibilidade, algo que seria bem-vindo.
Pontos Fortes e Fracos
Pontos Fortes:
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- Nostalgia: Captura a essência do original com fidelidade.
- Melhorias técnicas: 4K, texturas refinadas e áudio imersivo.
- Custo-benefício no Game Pass: O jogo esta disponível para assinantes do Game Pass.
Pontos Fracos:
- Problemas técnicos graves: Saves corrompidos e bugs de IA.
- Controles não otimizados: Input lag e mapeamento pouco intuitivo.
- Multiplayer fantasma: Falta de jogadores em salas.

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Conclusão
Warhammer 40,000: Space Marine – Master Crafted Edition entrega exatamente o que se propõe: uma versão visualmente aprimorada de um dos jogos mais subestimados do universo 40K.
Apesar da falta de novidades na narrativa ou na jogabilidade, o pacote completo com todos os DLCs e as melhorias gráficas fazem deste um bom jogo de Space Marine. Porém, as falhas técnicas e decisões de design questionáveis impedem que ele mostre todo seu potencial e seu preço final acaba não justificando o investimento.
Para fãs saudosistas, a campanha ainda oferece uma jornada divertida, especialmente no Game Pass, mas jogadores modernos podem achar sua estrutura engessada e sua execução, pouco atraente. Esperamos que ouçam o feedback e lance correções, pois Titus merece o melhor.
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