Wildgate Open Beta - Uma Batalha Espacial Com Asteroides Pela Frente

Desenvolvido pela Moonshot Games (estúdio da Dreamhaven, fundada por ex-executivos da Blizzard), Wildgate surge como uma ambiciosa fusão entre combate tático de naves e ação FPS. Durante o beta aberto (9–16/06), o jogo se revelou uma proposta única: 20 jogadores (organizados em 5 tripulações de 4 jogadores cada) competem em partidas de 15–60 minutos para roubar um artefato cósmico ou aniquilar rivais. Inspirado em Sea of Thieves com elementos de extraction shooters como Hunt: Showdown, Wildgate promete inovar ao unir a tensão de jogos de saque em sessões frenéticas de FPS.

Sua Nave É Sua Fortaleza

Em Wildgate, os jogadores formam tripulações de até quatro Prospectors, ocupando diferentes papéis dentro da nave, o objetivo é derrotar embarcações inimigas. Cada partida ocorre na região chamada “The Reach”, um ambiente gerado proceduralmente, repleto de tempestades cósmicas, criaturas alienígenas e estruturas misteriosas. A aleatoriedade desses cenários faz com que o jogador tenha que se adaptar ao ambiente, uma das maiores forças do jogo no competitivo e cooperativo.

Cada jogador assume uma classe (Prospector) com funções únicas, similar aos heróis de Overwatch, mas com ênfase em cooperações:

- Piloto: Responsável pela nave e manobras evasivas, gestão de escudos e uso de propulsores de emergência. Um bom piloto pode esmagar inimigos contra asteroides ou fugir de tempestades cósmicas.

- Engenheiro: Repara danos e sistemas da nave, hackeia naves rivais e gerenciar utilitários como Campos Eletromagnéticos para desabilitar escudos. Caso a nave fique sem um engenheiro durante um bombardeio, pode condenar a tripulação.

- Batedor: Especializado em reconhecimento e embarques furtivos. Pode usar Jatos de Fixação para empurrar naves inimigas para armadilhas.

- Artilhairia: Controla armas pesadas com sistemas de mira tática, como o Bloqueio de Alvo para perfurar escudos hexagonais.

Comunicação constante é essencial. Em uma partida-teste, uma equipe perdeu o artefato após colidir com uma nave rival porque o Engenheiro se distraiu reparando um incêndio interno enquanto o Piloto ignorava alerta de escudo.

Criatividade Sob Fogo

O gameplay é fluido, tudo acontece em primeira pessoa, mesmo durante a navegação ou uso das armas das naves, o que reforça a necessidade de comunicação constante.

- Escudos Hexagonais: Diferente de jogos tradicionais, os escudos exigem precisão. Artilheiros devem mirar em partes expostas, enquanto pilotos reposicionam a nave para proteger partes danificadas, um sistema elogiado por criar táticas imprevisíveis.

- Embarcar ou Não Embarcar? Embarcar em naves rivais é arriscado, caso a pessoa morra, mesmo o respawn rápido (10 segundos) pode comprometer a tripulação. Para a equipe ter sucesso, o ideal é comunucação e sincronia: um Batedor pode sobrecarregar o núcleo da nave inimiga enquanto o Artilheiro dispara contra seus escudos.

- Sabotagem Criativa: Itens como Granadas de Gravidade ou Jatos de Fixação permitem à equipe criar táticas precisas para derrotar os rivais.

- Riscos Ambientais: Tempestades cósmicas drenam escudos, asteroides tóxicos e "vermes espaciais" forçam movimento constante da nave. Durante o beta, 70% das partidas toveram mortes por perigos ambientais.

Wildgate revoluciona a fórmula de loot shooters quando prioriza a nave sobre o individual do jogador. Ou todos são unidos, ou a nave será explodida por adversários:

- Foco em Melhorias da Nave:* 80% do saque são armas, módulos e utilitários para a nave (ex.: canhões de plasma, propulsores de emergência). Itens pessoais são descartáveis (granadas, kits de reparo), ou seja, sua nave é mais importante que suas armas.

- Prospectors Táticos: Personagens como Kae (teletransporte tático) e o robô ION (imune ao gerenciamento de oxigênio) são ótimos para estratégias. ION se tornou o favorito no beta por simplificar a exploração espacial.

- Economia de Risco:* Saquear locais oferece recompensas, mas atrai rivais. Equipes que priorizaram saque sobre o combate direto tiveram 40% mais vitórias via extração do artefato.

Os requisitos para Wildgate são:

- Mínimo:* GTX 1070 Ti/Ryzen 5 5600X/16GB RAM (1080p/30fps).

- Recomendado: RTX 2070/Ryzen 7 3700X (1440p/60fps) .

- Desempenho: Estável na maioria dos casos (≥60fps em médio), mas com stutters em explosões múltiplas e superaquecimento de CPUs em menus, problemas reportados por 25% dos testadores.

- Crossplay Impecável: Integração fluida entre PC/console, com progressão via conta Dreamhaven. Ferramentas como LagoFast foram recomendadas para reduzir lag em servidores transcontinentais.

- Estilo Visual e UX: Os graficos e a arte do jogo são muito bonitos, mas a UI tem botões confusos e menus pouco intuitivos.

O jogo ainda precisa de ajustes, a sensação geral é que apenas os jogadores habilidosos em FPS têm grande impacto, ações de invasão, onde conseguem sabotar módulos e assumir o controle da nave adversária. Enquanto isso, papéis de suporte encontram-se menos valorizados. Além disso, alguns armamentos secundários são pouco eficazes, o rifle padrão domina o jogo, enquanto as demais opções parecem ineficazes.

Outros pontos a se corrigir:

- Curva de Aprendizado Íngreme: Os tutoriais são muito superficiais, o que deixava novos jogadores perdidos em mecânicas complexas (ex.: redistribuir energia entre escudos e propulsores).

- Dependência de Comunicação: Jogadores sem microfone ficavam perdidos. A ausência de um sistema de ping robusto (como em Apex Legends) acaba isolando jogadores casuais e resolveria muitos problemas.

- Progressão Resetada: Nenhum progresso do beta será transferido para o lançamento, algo que muitos reclamaram, pois ninguém queria fazer grind durante o teste.

- Risco de Longevidade: Como Exoprimal, Wildgate pode definhar sem base de jogadores suficiente. Seu preço (US$29.99) é um risco em um mercado dominado por F2P.

Wildgate é ambicioso e único, com combates que recompensam a criatividade e trabalho em equipe. Sua fusão de gêneros cria situações memoráveis como fugir de uma tempestade de plasma enquanto enfrenta inimigos, mas esbarra em desafios de acessibilidade e jogadores casuais.

O jogo tem potencial para ser um "Sea of Thieves espacial" que os fãs de sci-fi desejavam, se conseguir equilibrar jogabilidade e diversão. Um jogo altamente recomendado para fãs de shooters cooperativos. Os jogadores casuais devem aguardar atualizações de acessibilidade (ex.: tutoriais expandidos, sistema de ping).

O Beta Aberto mostrou que há muito a ser refinado, mas também revelou um potencial em jogos competitivos modernos. Em um setor tão saturado, esse é um diferencial. Wildgate nos convida a experimentar algo inesperado, confiar na equipe e improvisar diante do caos. Se isso conseguirem sustentar o jogo com consistência após o lançamento, não será surpresa vê-lo conquistar seu espaço entre os grandes nomes do gênero.

Sua sobrevivência a longo prazo depende de como a Moonshot Games responderá ao feedback do beta. Se corrigirem problemas de curva de aprendizado, este pode ser um farol para jogos AA criativos. Do contrário, pode ser mais um Exoprimal no cemitério de IPs promissores.