Introdução
Com certeza muitos fãs de Kingdom Hearts já se encontraram nessa posição: você está em uma conversa na qual por algum motivo o jogo é mencionado, e imediatamente alguém solta aquele comentário sobre a história ser impossível de acompanhar. Agora, você vai ter o contra-argumento perfeito!
Eu admito que a Square não facilita o nosso lado, tendo lançado jogos da saga para praticamente todos os grandes consoles e portáteis que existiram a partir do PS2, além de mais de um título mobile, mas aqui nessa série de artigos nosso objetivo e foco é a história, e após ter jogado todos os títulos mais ou menos umas quinze vezes (pelo menos uma vez por ano desde que conheci Kingdom Hearts, em torno dos 13/14 anos. Pode-se dizer que os jogos marcaram minha vida um pouco) e mais de uma vez forçado alguém a sentar do meu lado e me ouvir explicando a história inteira durante algumas horas, eu tenho certeza que consigo te provar que dá para entender tranquilamente a história de Kingdom Hearts!
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Antes da gente começar, só duas coisas para levar em consideração! A primeira é que iremos seguir a ordem de lançamento dos jogos! Mas, se você tem interesse nela, você pode conferir a Linha do Tempo Completa de Kingdom Hearts aqui!.
A segunda é que o foco não serão detalhes, deep lore e revelar todos os segredos que os jogos escondem, e sim explicar a história geral da série, de uma forma que até quem nunca zerou nenhum deles consiga entender! Se você quer saber de cada último detalhe, recomendo jogar você mesmo, e experienciar em primeira mão a emoção que Kingdom Hearts consegue trazer!
Conceitos de Kingdom Hearts 1
O Primeiro Trio
Como vai ficar claro mais para frente, uma das constantes na série toda é a presença de trios de personagens principais, compostos por dois homens e uma mulher e unidos por um forte laço de amizade entre eles. O primeiro para o qual somos apresentados, logo no primeiro jogo, é o Destiny Islands Trio
Sora é um clássico protagonista de JRPG: O jovem garoto que dá tudo de si pelos seus amigos, corajoso, aventureiro, com um penteado todo espetado e uma quantidade maior do que a necessária de cintos e zíperes espalhados pela roupa. Ele é o protagonista da saga e da maioria dos jogos, e tem uma personalidade forte e determinada. Sora morou sua vida toda em Destiny Islands, junto a seus dois melhores amigos.
Riku é tanto o melhor amigo quanto o maior rival de Sora, tendo com ele uma ligação profunda e complexa envolvendo sentimentos bons e ruins. Ainda no começo do jogo, essa dinâmica nos é apresentada por meio de dois minigames que colocam o jogador no controle de Sora e competindo com Riku, e da insinuação da existência de um “triângulo amoroso”, com ambos tendo algum interesse no último membro desse primeiro trio de protagonistas.
Kairi é a única do trio que não nasceu em Destiny Islands, tendo se mudado para lá ainda quando criança e não desgrudando de Sora e Riku desde então. Os três formam uma amizade muito forte, e passam os dias no arquipélago próximo à ilha principal onde moram, sonhando com aventuras em mundos desconhecidos além do horizonte.
No jogo, existe uma superstição de que duas pessoas que dividam uma Paopu Fruit terão seus destinos eternamente entrelaçados reciprocamente, e isso é usado como motivador para introduzir uma rixa entre o grupo de amigos: Tanto Sora quanto Riku querem dividir uma com Kairi.
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Personagens da Disney/Square Enix
Donald, Goofy e Mickey são os mesmos personagens que sempre foram, apenas em outro contexto! Suas personalidades, vozes, trejeitos e até mesmo linguagem corporal permanecem completamente fiéis a suas versões canônicas que todos nós já conhecemos bem das obras da Disney, o que imediatamente traz uma sensação de familiaridade ao jogo.
Nesse universo, porém, Mickey é o Rei do mundo de onde vem, e Donald e Goofy são dois membros da sua corte e seus amigos, sendo Donald o poderoso mago da corte (e bota poderoso nisso, canonicamente o nosso pato rabugento preferido ocupa o posto de mago mais forte da franquia de Final Fantasy, equiparando-se apenas com Dion Lesage do Final Fantasy XVI já que os dois são os dois únicos magos da história da Saga a terem castado Zettaflare com sucesso… mas ainda temos muito chão até chegar lá!) e Goofy é o valente Capitão da Guarda Real.
Ambos saem em uma jornada em busca do Rei Mickey, que sumiu enquanto investigava o desaparecimento dos mundos e deixou para eles uma mensagem críptica, sobre eles se unirem ao portador de uma chave.
Enquanto Donald e Pateta estarão com a gente quase tanto quanto o Sora através da nossa aventura pela história de Kingdom Hearts, o Rei Mickey aparece um pouco menos, mas ainda é um personagem com importância para a trama.
Entre os diversos personagens da Disney que famosamente também fazem parte dos jogos, alguns como a fada-madrinha da Cinderela e os magos Merlin, saído diretamente do clássico A Espada era a Lei e Yen Sid, de Fantasia, fazem aparições mais constantes e são mais importantes para o plot principal da história.
Embora vários outros personagens de jogos da franquia apareçam em outros lugares e contextos mais específicos, como Cloud e Tifa fazerem parte de uma storyline e o trio do FFX-2, Yuna, Rikku e Paine, fazerem uma breve aparição em KH2, Vivi fazer parte de uma gangue juntamente ao grupo de Seifer de FF8, Auron ser um dos melhores membros temporários da party, e os amigos de infância do trio principal em Destiny Islands incluir Wakka, Tidus e Selphie, existe um pequeno núcleo de personagens que tem uma importância e presença maior, mais frequente e mais relacionada à trama central, fazendo parte de vários momentos essenciais. São eles Squall (que prefere ser chamado de Leon), Yuffie, Aerith e Cid (de FF7).
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Como mencionado, ainda aparecem centenas de personagens tanto da Disney quanto de Final Fantasy, variando de membros que podem ser incluídos na sua party a meros NPCs, de vilões importantes para a história a objetivos de side quests como coletar os 99 filhotes de dálmata em KH1, e todos têm seu grau de relevância para o mundo onde estão situados e para a história do jogo num âmbito mais específico.
Vilões
Muito em breve a quantidade de vilões muito relevantes para a trama vai aumentar significativamente, com a chegada na história de mais ou menos sete versões de um mesmo personagem e um grupo chamado Organization XIII, que já chegou a ser composto por quatorze membros… Mas vamos devagar, e por enquanto vamos aproveitar a simplicidade do primeiro jogo!
Semelhante ao que acontece com os personagens da Disney e de Final Fantasy acima, o mesmo vale para os vilões: A maioria dos grandes vilões da Disney está presente em Kingdom Hearts, bem como alguns vilões muito icônicos da franquia de JRPGs (não é à toa que a boss fight secreta contra Sephiroth é famosa entre os fãs), mas são poucos os que tem muita ligação com a trama central da saga, a maioria sendo mais relevante na história de seus próprios mundos, mas não interferindo tanto no “arco principal”. Porém, alguns têm uma ligação que vai bem mais fundo:
Malévola
Malévola, ou Maleficent como os fãs de KH provavelmente estão mais acostumados, é apresentada no primeiro jogo como a “líder” de um grupo de vilões que está contra Sora, Donald e Goofy, que inclui diversos dos vilões dos filmes mais icônicos da Disney, como Jafar, Úrsula, Hades e a Rainha de Copas, mas ao contrário destes, ela é sempre um Boss mais forte e deixado mais para o final dos jogos, e interfere diretamente nas partes mais centrais e importantes da história mais do que qualquer outro, juntamente ao seu segundo-em-comando.
Bafo
Bafo, ou conforme conhecido nos jogos, Pete, é juntamente com Maleficent um dos principais antagonistas da saga, e está sempre ou com ela ou cumprindo suas ordens em algum lugar, normalmente atormentando alguém no processo. Já que o Mickey é um personagem tão clássico e tão importante, nada mais justo que seu rival mais clássico e mais antigo também tenha um lugar no holofote, né?
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Ansem
Ansem, Seeker of Darkness é o primeiro dos vilões originais de Kingdom Hearts apresentado pra gente, e é dele que vem o nome do grande primeiro arco da saga, o Darkseeker Saga. Ele é o responsável pelo motivo do Rei Mickey ter enviado Donald e Goofy na missão de investigação durante a qual eles conhecem Sora: O fato de os mundos estarem, pouco a pouco e um a um, desaparecendo e sendo tomados pela escuridão.
Conceitos Centrais
Afinal, como funcionam esses mundos, que já foram mencionados algumas vezes acima? Para facilitar o entendimento do resto da trama que vem por aí, vamos antes estabelecer o que significam alguns conceitos muito importantes para o entendimento da história.
Mundos
Dentro do universo onde o jogo se passa (que tem se tornado cada vez mais meta nos jogos recentes, lidando com conceitos de realidades paralelas, virtuais e até mesmo de videogames dentro do game, bem Inception mesmo), todos os filmes da Disney coexistem, cada um como seu mundo isolado, junto a mundos originais como Destiny Islands e o primeiro mundo que Sora visita fora das ilhas, Traverse Town.
Idealmente, os habitantes de cada mundo não devem saber da existência de mundos além dos seus próprios, e apenas alguns indivíduos com treinamento e habilidades especiais conseguem viajar entre os mundos, justamente para manter a paz caso algo arrisque afetar o balanço no qual todos coexistem. O Rei Mickey é um desses indivíduos, e Sora acaba se tornando um.
De um ponto de vista de gameplay, todo Kingdom Hearts segue o mesmo padrão: O jogador viaja de mundo em mundo e em cada um deles enfrenta um vilão da Disney e/ou um vilão original da saga, em cada mundo avançando tanto aspectos e partes do arco principal quanto a história individual deles, que sempre está ligada à história do filme original da Disney. Já os mundos originais de Kingdom Hearts servem apenas para avançar o arco principal da história.
Keyblade
Com o formato original de uma chave comicamente grande, a Keyblade é tanto a arma principal usada por Sora e pelos protagonistas futuros quanto um instrumento fundamental para a dinâmica entre os mundos do jogo: ela é a única coisa capaz de abrir e fechar as barreiras entre os mundos, e, portanto, aqueles que possuem a habilidade de portar uma keyblade e de se locomover entre eles são chamados de Keyblade Masters, literalmente mestres da Keyblade.
Ela ainda possui a habilidade de abrir magicamente qualquer fechadura e até mesmo os corações das pessoas, o que nos leva ao próximo conceito.
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Heartless
Os Heartless são os inimigos do jogo, logo no primeiro tutorial você já irá encontrar alguns deles em sua forma mais básica, e ao longo do jogo eles vão variando de aparência, poder, etc.
Um Heartless é criado quando o coração de alguém é tomado pela Escuridão e separado do seu corpo: A pessoa deixa de existir e seu coração toma a forma física de uma entidade hostil. Pessoas comuns tornam-se os heartless básicos que enfrentamos aos montes no jogo, e pessoas mais poderosas tornam-se heartless mais poderosos ou com habilidades únicas, ou seja, os chefões que enfrentamos ao longo do gameplay.
Escuridão
A Escuridão, com E maiúsculo, é de certa forma ao mesmo tempo, um conceito, uma força e uma entidade física. Como os aspectos mais complexos envolvendo isso só entram em prática mais para frente, por agora basta saber que a Escuridão, sempre que mencionada, não se refere apenas ao conceito básico de escuridão, e sim a uma força obscura com uma certa independência, capaz tanto de corromper e “controlar” pessoas quanto de “emprestar” seus poderes para outros.
A História de Kingdom Hearts 1
Agora que os personagens mais importantes foram apresentados e os conceitos-base explicados e definidos, podemos finalmente partir para a parte mais legal e mais louca dessa mistura toda: A história.
O Começo de Tudo
O jogo começa (depois do tutorial introdutório) com a pacata vida de Sora e seus amigos em Destiny Islands. Cansados de apenas sonhar com grandes aventuras e locais distantes, os três planejam reunir provisões e partir em uma jangada mar afora.
Na noite anterior à concretização de seu plano, uma estranha tempestade assola a ilha, e quando Sora vai investigar, se depara com a Escuridão destruindo tudo, incluindo a jangada. Ele encontra Riku, que está claramente deslumbrado pelo poder em frente a ele, cedendo às partes mais obscuras de sua mente e logo em seguida é atacado pelas estranhas criaturas que nós sabemos que são os Heartless, embora Sora ainda não tenha a mínima ideia de nada.
Em meio ao desespero de sua espada de madeira não causar nenhum dano visível às criaturas, ela de repente se transforma na keyblade, e os inimigos passam a ser derrotados quando Sora os ataca. Explorando a ilha, ele também encontra Kairi, porém em uma estranha forma espectral que logo em seguida some ao atravessar os braços de Sora. Ele também acaba se tornando incapaz de resistir ao caos causado pela Escuridão e perde a consciência, sendo “jogado” para outro mundo.
Sora vai parar em Traverse Town, um mundo original do jogo, onde ele encontra o primeiro pequeno núcleo de personagens de Final Fantasy (Leon, Cid, Aerith e Yuffie, por enquanto), responsáveis por explicar para o garoto o que são os Heartless, a Keyblade, e o básico de como derrotá-los. Ainda aqui é onde formamos nossa party principal, inicialmente a contragosto da parte de Sora e Donald, mas assim que os três se encontram eles percebem que tem um objetivo em comum: descobrir o que está acontecendo com os mundos que estão sumindo e sendo destruídos pela Escuridão, Sora buscando por seus amigos, e Donald e Goofy pelo Rei, e partem nessa jornada juntos.
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Os Clássicos da Disney, Mas Escritos pelo Tetsuya Nomura
Daqui pra frente é quando visitamos os mundos da Disney. Em Kingdom Hearts 1, a ordem na qual eles idealmente devem ser visitados é:
Ao longo de suas explorações nesses mundos, Sora interfere na história de cada “filme” ao mesmo tempo em que vai descobrindo informações sobre o que está acontecendo neles, que inclusive estão todos cheios de heartless aterrorizando os personagens e sofrendo efeitos da Escuridão que tenta tomar seus corações.
Uma das primeiras coisas que descobrimos é que as 7 Princesas do Coração - princesas com o coração cheio de pura Luz - estão sendo raptadas: Branca de Neve, Aurora, Bela e Cinderella sumiram e tiveram seus mundos destruídos, Jasmine e Alice são levadas debaixo do nariz dos nossos protagonistas apesar dos esforços para evitar isso e a sétima princesa tem sua identidade ainda desconhecida.
A outra é que Sora consegue usar o poder da Keyblade para fechar o Keyhole de cada mundo, e isso faz com que ele volte a seu estado normal, sem Heartless nem a Escuridão capazes de causar problemas. O trio parte, então, na missão de fechar os Keyholes de cada mundo enquanto procuram por Riku, Kairi e Mickey.
No mundo do País das Maravilhas temos que reunir provas da inocência de Alice e apresentá-las à Rainha de Copas, para salvá-la de ser presa e acusada de tentar roubar o coração da Rainha, mas em meio a uma batalha com seu exército de cartas, Alice acaba sumindo.
No Olympus Coliseum nós encontramos Hércules e seu treinador, Phil, e podemos tomar parte em diversos torneios do Coliseu, lutando contra esquadrões de Heartless, contra personagens como Leon, Yuffie e Cloud e até mesmo contra os titãs da mitologia grega e o próprio Hércules. Cada torneio e batalha vencida confere prêmios cada vez melhores e achievements dentro do jogo. Embora Hades seja um dos vilões conspirando junto a Maleficent, nesse primeiro jogo não acontece muita coisa no Coliseu além de algumas cutscenes que revelam informações da história, e o grande foco do mundo são os torneios.
Em Deep Jungle nos unimos a Tarzan para ajudar Jane a salvar os gorilas do cruel caçador Clayton e do perigoso leopardo Sabor enquanto continuamos nossa busca por nossos amigos. De lá, seguimos para Agrabah, onde está a única princesa do coração que ainda não foi raptada, Jasmine. Aqui, Maleficent e Jafar estão procurando por ela, e eventualmente Sora, Donald, Goofy e Aladdin juntam forças para impedir que isso aconteça. Porém, enquanto nossos heróis estão ocupados lutando com o feiticeiro, Maleficent some e Riku cumpre suas ordens e rapta Jasmine.
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No caminho para o próximo mundo a bordo de sua Gummi Ship, Sora, Donald e Goofy são engolidos juntamente com a embarcação onde estavam por uma criatura gigantesca. Soa Familiar?
O próximo mundo, na verdade, é o interior de Monstro, a baleia gigante que engole o barco na história do Pinóquio. No seu interior encontramos Pinóquio, Geppetto e, a pedido deste, saímos em busca do boneco que foi explorar mais a fundo a criatura.
Em meio ao labirinto psicodélico que são os interiores do Monstro, Sora encontra mais do que ele esperava: Riku, que o acusa de estar “diferente”, de ter o substituído com novos amigos e foge com Pinóquio, tentando roubar o coração dele com a ajuda de um Heartless gigantesco no estômago da baleia mas falhando graças ao trio, que derrota o Heartless e salva o boneco, levando ele para Traverse Town juntamente com Geppetto, que se torna o NPC que possibilita a customização da Gummi Ship.
É importante mencionar que logo depois desse momento, vemos uma cutscene mostrando Riku junto a Maleficent no navio do Capitão Gancho, com o corpo desacordado de Kairi nos braços e recebendo da bruxa o poder de controlar os Heartless.
De lá, vamos para o mundo que todo jogador de Kingdom Hearts tem… sentimentos fortes a respeito, para dizer o mínimo e não baixar o nível. Lembram daquela parte em que os habitantes dos diferentes mundos (ou seja, os personagens de cada filme da Disney) não podem saber da existência de outros mundos além do seu próprio?
Nos mundos nos quais existem pessoas e personagens humanoides num geral ninguém acha absolutamente nada estranho encontrar com um moleque usando sapatos comicamente grandes acompanhados de um cachorro e um pato que falam, mas aqui um humano e dois animais provavelmente morreriam afogados rapidamente e isso iria chamar atenção, então é o primeiro mundo onde a party principal muda de forma: Atlântica.
Sora como um “meio-tritão-meio-golfinho”, Donald como um polvo e Goofy como uma tartaruga, aqui eles se juntam a Ariel para procurar o Keyhole desse mundo, apesar dos avisos do Rei Tritão, que revela saber a verdade sobre Sora ser um Mestre da Keyblade e seu real objetivo, mas ordena que eles vão embora e alega ter tudo sob controle.
Enquanto isso, semelhante ao filme original, mas sem o Príncipe Eric na jogada ainda, Úrsula convence e engana Ariel a roubar para ela o tridente de seu pai, em troca de possibilitar seu maior sonho: visitar outros mundos. Depois de uma batalha extremamente chata por conta dos controles da mecânica de nado e da própria bossfight, Sora encontra e fecha o Keyhole.
O próximo mundo é o favorito de muitos: Halloween Town! E sim, podemos ter o Jack na nossa party. Aqui, Jack pede ajuda do Doutor Finkelstein para criar um jeito de controlar os Heartless que apareceram na cidade e fazê-los participar da parada anual de Halloween. Ele tenta criar um coração para controlar as criaturas, mas este é roubado por Oogie Boogie.
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Após derrotarmos o vilão tanto na sua forma normal quanto na forma de um monstro-mansão gigantesco, Sora fecha o Keyhole do mundo e o trio parte para o último mundo da Disney com relevância para a história.
Na Terra do Nunca encontramos Peter Pan após termos sido capturados por Gancho, e depois de abrir nosso caminho lutando através do seu navio, Riku foge levando o corpo de Kairi e o trio fica para trás, derrotando o vilão e selando o Keyhole do mundo, localizado na torre do relógio e acessado com a nossa nova habilidade adquirida graças a Tinker Bell: Voar!
E daqui, temos apenas mais dois mundos originais que completam nossa primeira grande história: Hollow Bastion e End of The World.
Endgame, ou O Verdadeiro Kingdom Hearts são os Amigos que Fizemos pelo Caminho
Chegando em Hollow Bastion, encontramos duas caras conhecidas se enfrentando: Riku, e Beast, a Fera, que está ali em busca de Bela, raptada por ser uma das Princesas do Coração. O Trio confronta Riku e ele revela ser o real portador da Keyblade, e inesperadamente ela passa a obedecer seu comando, e vai para suas mãos. Donald e Goofy debatem o que fazer, mas decidem seguir as ordens deixadas pelo Rei, seguir o portador da chave, e deixam Sora, indefeso e ferido, para trás.
Beast e Sora não desistem, e seguem atravessando o confuso castelo repleto de puzzles. Eventualmente, eles encontram Riku, Donald e Goofy novamente, e em meio a mais um confronto entre os dois ex-melhores amigos, Sora declara que mesmo que ele perca seu corpo, nunca deixará seu coração ser tomado pela Escuridão. Riku o ataca, mas Goofy e logo em seguida Donald partem em sua ajuda e decidem que sua amizade com Sora significa mais do que as ordens do Rei nesse momento.
Sora declara que não precisa da Keyblade, seus amigos são todo o poder que ele precisa, e nesse momento por conta da força de seu coração, a Keyblade deixa o porte de Riku e volta a pertencer a Sora.
Riku não fica nada feliz, é derrotado na luta que se segue e foge, encontrando-se com Ansem, que promete ao garoto tornar seu coração mais forte através do poder da Escuridão, para que ele consiga tomar a Keyblade de volta novamente. Riku aceita e é consumido por ela, tornando-se semi-possuído por Ansem. Ele se reúne com Maleficent, que está tentando revelar o Keyhole de Hollow Bastion, e para isso precisa dos corações das sete Princesas.
Após resolver mais puzzles, derrotar Maleficent duas vezes e ver ela ser consumida pela escuridão de uma vez por todas, encontramos Riku-Ansem novamente e ele revela que a sétima Princesa é, na verdade, Kairi, e o motivo dela estar totalmente desacordada é que seu coração sumiu. Sem o coração, Ansem não consegue acessar o Keyhole do mundo, mas Sora também não consegue fechá-lo.
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Após lutar com Riku sem a ajuda de seus dois companheiros e vencer, Sora lembra-se do momento ainda em Destiny Islands quando encontrou a visão espectral de Kairi que desapareceu ao tocá-lo, e percebendo onde o coração dela esteve esse tempo todo, pega a Keyblade que Riku havia criado, e vira ela contra si próprio, liberando os corações de Kairi e das outras seis Princesas… e o seu próprio.
E o Sora finalmente cai nas garras da Escuridão, desaparecendo exatamente no momento em que Kairi retoma finalmente a consciência.
Ansem, totalmente em controle do corpo de Riku, reaparece e tenta matar Kairi, mas o coração de Riku consegue retomar controle o suficiente para evitar o golpe fatal e abrir caminho para que Kairi, Donald e Goofy escapem. Enquanto isso, o todo-poderoso portador da Keyblade no final do jogo, com quase todos os melhores buffs e habilidades possíveis, nível alto, etc, ao perder seu coração para a Escuridão virou… Um heartless do mais básico, o formigão-preto de olhos amarelos que você vê aos montes por aí.
Controlando esse Heartless, corremos em direção ao trio no hall de entrada, e apesar do Donald tentar matar a gente mais de uma vez, Kairi percebe quem somos, e corre para abraçar o Heartless. Os dois são então completamente cobertos por uma horda de Heartless inimigos.
No melhor estilo Poder da Amizade, um flash branco joga todos os inimigos para longe e no lugar do Heartless, Kairi aparece abraçada com Sora, que retornou a sua forma original. Beast fica para trás para segurar os Heartless e deixar a gente fugir, já que ele não pretende deixar Bela e as outras Princesas ali sozinhas, e os quatro fogem dali.
Logo depois de uma daquelas pausas estrategicamente inseridas na história para permitir que o jogador complete alguma sidequest, compre itens e suba de nível, antes de entrar na sequência final da história e de batalhas e chefes, o trio principal está de volta em Hollow Bastion, para lutar com um Behemoth, selar o Keyhole do mundo finalmente, e assim permitir que os moradores originais daquele mundo, antes dele ser consumido pela Escuridão, retornem: os personagens de Final Fantasy que antes estavam em Traverse Town.
No Fim do Mundo, Literalmente
Daqui, seja você o jogador que só quer saber mais da história logo ou o perfeccionista que completa 100% dos objetivos opcionais e sidequests (geralmente um é amigo do outro), vai chegar um ponto em que não resta nada a não ser seguir para o End of the Worlds.
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Fazendo jus ao nome, esse mundo nada mais é do que um conglomerado dos destroços e restos dos mundos que foram destruídos pela Escuridão, e as primeiras partes dele consistem em uma sequência de batalhas com Chefes ou grupos de Heartless poderosos, culminando primeiro na bossfight contra um dos figurões clássicos da Disney: O Chernabog. Daqui vamos para o último save point do game, e a sequência final de lutas e cutscenes.
O Trio vai parar em uma versão corrompida de Destiny Islands, onde Ansem aparece novamente, primeiro na forma de Riku e depois na sua forma verdadeira, e argumenta com Sora que a escuridão é a verdadeira essência de todos os corações, e por isso eventualmente tudo e todos irão sucumbir a ela.
Como um bom protagonista de JRPG, Sora contra-argumenta que isso não é real, que mesmo em meio à escuridão, no fundo, existe uma luz que nunca se apaga. Depois de uma batalha contra Ansem e o Heartless nas suas costas, e daí uma batalha contra o World of Chaos, o navio de guerra gigantesco e todo feito de material orgânico no qual ele se transforma porque afinal de contas ele é um Boss de JRPG, o trio com a ajuda do coração de Riku derrota o vilão.
Em um último esforço desesperado, Ansem abre a Door to Darkness, literalmente a porta que leva para o Realm of Darkness, o mundo onde a Escuridão domina tudo, na intenção de assim summonar o Kingdom Hearts, o coração de todos os mundos, implorando para que este o encha com o poder da Darkness.
Já Sora rebate que o Kingdom Hearts não é como o vilão pensa, e sim que ele contém o poder da Luz, e é provado que ele estava certo quando a porta se abre e o poder da Luz emana dela, destruindo Ansem de uma vez por todas. Ou será?
Sora, Donald e Goofy correm para a porta e tentam fechá-la, já que ela leva para o Realm of Darkness, infestado de milhões de Heartless, mas mesmo com a ajuda de Riku, que com a destruição de Ansem conseguiu retomar sua forma original e está do outro lado da porta, não conseguem.
É então que aparece, também dentro do Realm of Darkness com Riku, o Rei Mickey, portando uma Keyblade igual a Kingdom Key de Sora, só que com as cores invertidas! Com uma Keyblade de cada lado, eles conseguem fechar a porta para a Escuridão permanentemente, ficando cada grupo de um lado, e logo antes Mickey os assegura de que sempre haverá uma Porta para a Luz, então tanto ele e Riku quanto Sora, Donald e Goofy conseguirão sair eventualmente de onde forem parar.
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Os mundos que haviam sido consumidos pela Escuridão começam a se restaurar, e Kairi começa a ser levada de volta a Destiny Islands. Ela e os restos do mundo eventualmente somem, com uma última promessa feita por Sora de que ele vai conseguir voltar, um dia.
Conclusão
E assim estão nossos personagens principais ao final do primeiro jogo: Riku e Mickey no Mundo da Escuridão, Kairi sã e salva com seu coração no lugar e de volta no seu mundo que foi completamente restaurado, e Sora, Donald e Goofy seguindo direto para sua próxima aventura, que iremos contar em breve no próximo artigo dessa série!
Qualquer dúvida ou comentário é muito bem-vindo! Obrigada pela leitura!
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