Entre os dias 26 e 30 de Junho na São Paulo Expo, zona sul da capital Paulista, aconteceu a Gamescom Latam, para jogadores acompanharem os novos lançamentos de suas franquias e empresas favoritas, assim como os desenvolvedores independentes que tiveram a oportunidade de expor seus mais recentes trabalhos para o público.
A UmGamer fez uma cobertura completa do evento, incluindo os Dez jogos Indie que você precisa conhecer, e resolvemos aproveitar o hype de tantos lançamentos e novidades incríveis para investigar quais as possíveis tendências que podemos esperar de games independentes nas próximas gerações, tanto em consoles quanto em PC e Mobile.
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O Cenário Atual
Estamos passando por um período em que a moda dos games está fortemente baseada no conceito de Passado e Futuro, ou Nostalgia vs. Inovação. Grandes empresas seguem lançando reworks, versões e continuações de franquias já conhecidas, antigas e consolidadas, e isso acaba gerando um grande desafio para criadores independentes.
O fator Nostalgia vs. Inovação não existe apenas para continuar e retrabalhar nomes já grandes, mas também da grande variedade de tecnologias e engines, gráficos e histórias que podem variar dos mais belos e simples Pixelarts até jogos ultrarrealistas com gráficos que, dez anos atrás, muitos achavam impossível de serem alcançados em videogames.
Esse nível mais alto em plataformas modernas e engines avançadas pode ser um ponto positivo para desenvolvedores mais experientes e estúdios independentes mais consolidados, que podem inserir mais novidades e apetrechos em seus jogos, tornando-os mais completos em um ponto de vista generalizado.
Em contrapartida, pode afetar diretamente desenvolvedores menores que podem não ter os recursos necessários para produzir um jogo com tudo o que poderia ter, muitas vezes ficando para trás em um mercado muito concorrido e recheado de talentos - o que nos leva a uma discussão muito importante dentro da bolha de gamedevs e que foi muito bem desenvolvida durante uma das palestras que a UmGamer acompanhou durante o primeiro dia aberto ao público da Gamescom Latam: o uso de Inteligência Artificial e como a mesma pode afetar os criadores.
O Uso e o Abuso da Inteligência Artificial
Na quinta-feira, 27 de junho, a equipe da UmGamer assistiu a uma palestra onde o entrevistador Damien Sarrazin perguntou questões-chave sobre as Principais Tendências de Videogames Para 2024 para três grandes nomes do jornalismo e criação de conteúdo sobre jogos, sendo eles Joshua Duckworth da Gamerant, Eleni Thomas da Dexerto e Dom Peppiatt, representando a VG247.
O tema do debate foi a direta influência para trazermos tal tema aqui para o nosso site, e dividir com nossos leitores tais tendências e seus pontos positivos e negativos.
Dentre todos os aspectos técnicos e artísticos mencionados no palco, um ponto tocado com muita pertinência foi o uso de Inteligência Artificial. Enquanto muitos criadores de conteúdo e desenvolvedores de jogos acabam utilizando este tipo de recurso, a comunidade no geral olha para tais ferramentas com muito receio.
Enquanto seja verdade que o custo de produção de jogos pode ser muito caro e o uso de ferramentas de IA, seja uma saída barata para alguns criadores, o que essas ferramentas fazem no fim das contas é basicamente furtar outras fontes de informação, arte, programação ou o que quer que seja para gerar um resultado literalmente mecânico, sem qualquer verdadeira arte ou carinho por trás. E obviamente não podemos deixar de mencionar a quantidade de artistas, programadores, desenvolvedores no geral que perdem seus empregos, seus freelancers ou comissões para resultados que costumam ser objetivamente inferiores.
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Os três entrevistados concordaram plenamente durante uma afirmação de Peppiatt a respeito do assunto, que mencionava o fato de “nenhuma IA conseguir de fato criar uma arte ou um roteiro que tenha a profundidade, o sentimento e a emoção que apenas um humano poderia atingir”.
O conceito de IA pode ser algo a ser explorado e ser útil, mas ele não deve substituir funções intrinsecamente humanas, tais como a capacidade de se contar uma história por meio de artes, o que obviamente inclui videogames.
Tendências Para o Futuro Próximo
Enquanto não conseguimos prever o futuro e saber quais novidades e tendências surgirão em um momento distante, as tendências atuais nos dão uma perspectiva sobre quais podem ser os próximos passos do cenário.
Tendências Artísticas
Para bater de frente com grandes franquias e reworks de grandes sucessos do passado, criadores independentes têm encontrado certo sucesso ao mirarem no mesmo fator de Nostalgia. Gráficos e mecânicas retrô, muitas vezes fazendo referências a grandes sucessos em seu estilo de gameplay ou simplesmente inovando completamente enquanto se mantêm em pixelart ou lindos 2.5D/3D que fazem seus jogadores sentirem uma versão mais lapidada de grandes paixões da época do PS1 ou do Nintendo 64.
Isso não exclui a existência de diversos criadores independentes de se aventurarem em gráficos super avançados ou novas tecnologias por conta própria, mas muito provavelmente devido ao seu alto custo, a tendência no momento provavelmente continuará pendendo para o aspecto mais nostálgico do retro-gaming.
Tendências em Gameplay
Estamos passando por um momento em que vem se tornando cada vez menos complexo e burocrático o processo de publicar um jogo em grandes plataformas e consoles. Claro, não é possível dizer que já é algo extremamente fácil e acessível, mas existe uma abertura muito maior atualmente do que víamos a poucas gerações atrás. Cada vez mais jogos independentes serão adicionados às listas de games compatíveis para qualquer console, PC e Mobile, ou pelo menos assim esperamos que aconteça.
Outro aspecto positivo do cenário de desenvolvedores atual é a abertura para mais inclusão e acessibilidade em seus jogos. A otimização de games para possibilitar qualquer jogador de ser capaz de admirá-lo é algo que sempre foi necessário, mas nem sempre levado tão a sério ou sequer efetuado durante muito tempo.
Não apenas a inclusão de pessoas com deficiência ou neuro divergentes, mas a própria representatividade destes indivíduos e suas comunidades, assim como de outras minorias sociais que outrora sequer eram retratadas em videogames e na cultura pop, atualmente vê sua oportunidade de mostrar o tamanho de sua importância e necessidade.
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O Que Podemos Aguardar?
Em uma geração que está mais aberta à acessibilidade e inclusão, com um leque de talentos incontáveis no mercado de jogos e tantas histórias boas contadas por aí, o primeiro ponto que sabemos que podemos esperar de um futuro próximo é que essa tendência se mantenha, pelo menos, no mesmo ritmo. Ainda há muito a ser trabalhado na comunidade gamer no geral, mas é bom vermos que estamos vendo os primeiros passos sendo dados na direção certa.
Devemos continuar vendo essa explosão de versões retrabalhadas e/ou continuações de grandes franquias e nomes já conhecidos, assim como muitas inovações e criações independentes únicas e memoráveis em estilos retrô. VR Gaming também é algo que vem crescendo ao longo dos anos e já conta com diversos sucessos, e pode ser uma nova porta a ser aberta para desenvolvedores de todos os tipos.
Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, tantos jogos novos, reworks e DLCs, novas versões e concorrentes, nós que somos os jogadores apaixonados por bons games não sabemos se ficamos perdidos, confusos ou felizes de vivermos em uma era de tanta evolução no universo dos videogames. Pelo menos podemos ter uma breve ideia do que esperar pelos próximos meses e, se estivermos corretos, teremos muito o que curtir e aproveitar.
Não esqueça de deixar nos comentários suas opiniões sobre as Tendências para Videogames e se você concorda com os tópicos que trouxemos em nosso artigo. Obrigado pela leitura!
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