Desde os tempos antigos, “amor” é retratado na arte como um sentimento enigmático e intenso, estudado e interpretado em diversas vertentes e simbolismos. Amor é transformação, e como tal, se molda conforme as gerações e culturas mudam seus hábitos sociais.
Sua empolgação, mistério e impulso são comumente retratados na ficção na forma de romances - uma narrativa onde personagens desenvolvem e exploram sentimentos profundos por outros, sejam eles por atração ou platônicos.
O romance se tornou parte essencial de inúmeras tramas da dramaturgia, literatura, cinema e, claro, também no universo dos games, onde podemos acompanhar o aprofundamento da relação entre dois personagens, ou até participar ativamente na construção deles, enquanto molda a jornada do seu herói ou heroína.
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Apesar de não se encaixar no segundo caso, a franquia Final Fantasy é conhecida pelo seu longo repertório de romances protagonizados por personagens marcantes e histórias comoventes. Sejam platônicos ou apenas simbólicos, a série consegue retratar o amor através da beleza, simplicidade, e da tragédia em torno deles, e neste artigo de celebração do Dia de São Valentim, separamos os melhores romances da franquia!
Os Melhores Romances de Final Fantasy
Diferente de outros artigos de listas da Um Gamer, este não terá um ranking e/ou posição específica para definir qual deles é o melhor da série. O conceito de amor e romance é altamente subjetivo e cada pessoa interpreta relacionamentos amorosos de maneira distinta, baseada em sua vivência e cultura em que está inserida.
Os romances que adentraram essa lista são as relações mais marcantes que a série já entregou, com algumas das melhores dinâmicas, personagens, desenvolvimento e lições que podemos aprender através delas, sejam sobre apoio, perda ou até a consequência de nossas atitudes perante os outros.
Cecil e Rosa (Final Fantasy IV)
Cecil e Rosa foram o primeiro romance de dois personagens jogáveis na franquia e, talvez, este tema não seria tão recorrente na série se eles não tivessem sido tão bem recebidos pelo público na época.
A relação de ambos é essencial para diversos eventos em Final Fantasy IV e no desenvolvimento pessoal de Cecil. Juntos, eles entregam um clássico conto de fantasia medieval onde amor, rivalidade e benevolência se entrelaçam em uma trama cheia de reviravoltas, com um desfecho que aquece o coração dos fãs até hoje.
Noctis e Lunafreya (Final Fantasy XV)
Noctis e Lunafreya formam o romance central de Final Fantasy XV, cujo papel de ambos na trama e sua relação se entrelaçam com o destino do protagonista. Ele é o rei escolhido para libertar o mundo da escuridão, e ela, a oráculo destinada a comungar com os deuses e guiar Noctis.
Ambos se conhecem ainda na infância e possivelmente se apaixonaram na mesma época, mas a invasão imperial os afastou durante 12 anos, período no qual se comunicaram por meio de cartas até que um casamento arranjado entre eles ocultasse os planos nefastos do Império.
O relacionamento de Noctis e Luna se solidificou após as várias atualizações pelas quais Final Fantasy XV passou. Ele é bonito, melancólico e dispõe de tantos simbolismos e reviravoltas que se torna uma emocionante montanha-russa para os jogadores.
Dion & Terence (Final Fantasy XVI)
Apesar de existirem outros casos nas entrelinhas de outros títulos, Dion e Terence são o primeiro casal homossexual da série, ou mais especificamente, o primeiro a ter um beijo em um jogo principal.
Segundo o livro Ultimania, Dion e Terence se conheceram quando jovens e se tornaram inseparáveis. Com a rápida ascensão de Dion como o Dominante de Bahamut, Terence precisou se esforçar muito para acompanhá-lo na cadeia de comando até que o romance de ambos florescesse muitos anos depois.
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Infelizmente, esses eventos ocorrem fora da tela e não são mencionados em qualquer parte de Final Fantasy XVI. Mas as poucas sequências que temos de Dion e Terence juntos demonstram duas pessoas com sentimentos genuínos um pelo outro, envolto de confiança, afeto e o notório conflito entre o amor deles e o senso de dever para Dion conforme a trama se desenrola.
O romance de Dion e Terence também é um marco importante para a série Final Fantasy e abre espaço para termos mais diversidade nas expressões de amor da série, sendo um passo certeiro do título principal mais recente da franquia.
Zidane & Garnet (Final Fantasy IX)
Zidane e Garnet são o típico romance improvável que toda história de fantasia medieval pode ter. Final Fantasy IX começa com a simples premissa entre um grupo de ladrões contratados para sequestrar uma princesa e, para a surpresa deles, uma princesa que deseja ser sequestrada para chegar até o seu contratante.
A relação deles é telegrafada desde seu primeiro encontro, mas ambos possuem percepções tão distintas da realidade que torna interessante de acompanhar seu desenvolvimento. Zidane e Garnet se apoiam mutuamente em superar seus maiores obstáculos e amadurecem no processo.
É através das aventuras até Lindblum e do encorajamento de Zidane que Garnet se torna determinada e forte o suficiente para proteger seu reino. Por outro lado, é com seu fatídico encontro com Garnet que Zidane aprende mais sobre lealdade, empatia e sua capacidade de fazer qualquer coisa para ajudar alguém.
Zidane e Garnet são um ótimo exemplo de uma relação que ganha sustância conforme ambos exploram o mundo, com dilemas que se encaixam nso temas de Final Fantasy IX, sua reflexão sobre as limitações do nosso tempo finito, e a importância da memória e dos vínculos que cultivamos enquanto estamos vivos.
Locke & Celes (Final Fantasy VI)
O enredo de Final Fantasy VI é notoriamente mais maduro que a de seus predecessores e muitos de seus sucessores, e essa maturidade se reflete em como os relacionamentos são abordados no jogo, em especial com Locke e Celes.
Ambos não se tornam um casal apesar da evidente reciprocidade afetiva entre eles e os sinais deixados pela história, e há um motivo consistente para isso: Locke e Celes são duas pessoas que viveram eventos muito traumáticos em suas vidas, sendo fundamental para ambos curarem-se antes de ceder a qualquer envolvimento emocional.
Diferente de outros romances da série, eles não parecem “feitos um para o outro” e nem dependentes da outra parte para seu desenvolvimento pessoal, mas precisam lidar com seus fantasmas e fardos para terem a oportunidade de se aproximarem de uma relação afetiva, sendo uma ótima reflexão sobre a maturidade necessária para o amor em tempos difíceis.
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Clive & Jill (Final Fantasy XVI)
A paixão entre amigos de infância que se reencontram é um tema recorrente na franquia, mas Clive e Jill se destacam pela maneira como eles representam um farol de esperança um para o outro, a liberdade em um mundo desolado.
Ambos foram escravizados até o seu reencontro fatídico em lados opostos do campo de batalha, motivando Clive a se rebelar contra seus opressores e iniciar sua busca pelo Dominante do Fogo. Enquanto demonstram confiança mútua desde o primeiro momento em que tem oportunidade de conversar após 13 anos, e buscam servir como um porto seguro e conforto um para o outro, ambos também possuem cicatrizes profundas e demônios dos quais precisam enfrentar.
Clive e Jill carregam uma relação profunda, paciente, resguardada e, muitas vezes, difícil de comunicar. Ambos amadurecem e levam anos até que eles lidem com suas dores e finalmente se sintam confortáveis para dar o primeiro passo, e uma vez que o fazem, Final Fantasy XVI garante que ela permaneça significativa até o fim, como também nos agracia com um dos romances mais bonitos da série.
Squall & Rinoa (Final Fantasy VIII)
O romance de Squall e Rinoa é tão fundamental para Final Fantasy VIII ao ponto de ser o logotipo do jogo, sendo telegrafado desde a introdução e até com diversos elementos narrativos e de jogabilidade construídos em torno deles.
Em uma história onde relações interpessoais, memória e a descoberta de sentimentos e o processo de lidar com a sua criança interior são pontos-chave, Squall e Rinoa simbolizam a necessidade de quebrar barreiras para estabelecer vínculos.
Final Fantasy VIII parece projetado para abordar o amor, tanto no seu impulso quanto em suas consequências. Seu roteiro com inspirações no cinema ocidental pavimenta o caminho para explorar um sentimento que muitos jovens, público alvo do jogo na época, costumam ter dificuldades em entender.
E quem não gosta de uma história de amor predestinado? Os destinos de Squall e Rinoa se entrelaçam antes mesmo de nascerem, e talvez, se eles nunca tivessem se conhecido, os eventos de Final Fantasy VIII nunca teriam acontecido e o mundo nunca seria salvo, tornando deste um dos casais mais importantes da série.
Zack & Aerith (Crisis Core: Final Fantasy VII)
Zack e Aerith possuem uma das melhores químicas da série desde o momento em que se conhecem. Juntos, ambos são excelentes paralelos entre o corporativismo da Shinra e a realidade fora dela nas favelas abaixo das enormes placas de Midgar, e a correlação de ambos com a corporação torna do seu vínculo ainda mais conflitante.
O romance deles é uma história cativante e trágica, a qual se torna ainda mais complexo conforme Crisis Core e outros jogos da saga se desenrolam. Reencontrar Aerith é a principal promessa que Zack busca cumprir, enquanto sua presença e seu destino são partes cruciais do amadurecimento de Aerith, possuindo um espaço permanente em sua vida, simbolizado pela sua relação com Cloud e pelo emblemático laço usado pela heroína na compilação de Final Fantasy VII.
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Cloud & Tifa (Final Fantasy VII)
Relacionamentos amorosos em Final Fantasy ficaram mais objetivos e mais implícitos a partir do fim dos anos 90. Antes, a maioria das relações interpessoais permaneciam em um território cinzento, com exceção de Cecil e Rosa em Final Fantasy IV.
Amigos de infância separados por um evento trágico e reunidos anos depois por acaso do destino. A história de Cloud e Tifa é um clássico da ficção, mas diferente de diversos outros romances nesses moldes, eles não parecem projetados para serem “apenas” o interesse afetivo um do outro.
Final Fantasy VII fez um excelente trabalho em aprofundar essa relação e fazer os jogadores entenderem como o vínculo deles está alguns passos além da amizade, Cloud e Tifa, compartilham uma conexão profunda desde jovens e sua relação molda alguns dos eventos mais importantes do jogo e criam alguns dos momentos mais memoráveis da compilação de FFVII.
Cloud & Aerith (Final Fantasy VII Remake)
O Remake de Final Fantasy VII aprofundou e trouxe melhorias tão grandes para as interações e relacionamento entre os personagens ao ponto de tornar do possível romance entre Cloud e Aerith muito mais interessante de acompanhar.
Assim como Tifa e com teor ainda mais enigmático, Cloud e Aerith convivem em uma zona cinzenta entre o interesse romântico, a amizade e o apego vindo do passado. No Remake, essa linha se torna mais difícil de interpretar quando percebemos que Aerith aparenta conhecer os eventos do jogo original.
Esse detalhe faz a interação entre eles no Remake partir nosso coração. Seus diálogos são um verdadeiro soco no estômago para os fãs que acompanharam a saga, e a marca permanente que Aerith deixa na vida de Cloud no desenrolar da obra original os deixam ainda mais apreensivos com todas as minúcias e ambiguidades do Remake... E com as possibilidades do que pode ocorrer em Final Fantasy VII Rebirth.
Cloud e Aerith protagonizam um romance trágico, poético, bem estruturado, melancólico e improvável. E todos nós, no fundo, adoramos acompanhar um romance improvável.
Tidus & Yuna (Final Fantasy X)
Final Fantasy X é um jogo com uma das narrativas mais bonitas da série. Ela é uma viagem ao desconhecido, uma jornada sobre lutar contra dogmas e costumes sociais porque eles não fazem sentido em um dilema entre modernidade e tradição, um caminho linear rumo ao autossacrifício e a esperança de encontrar soluções para problemas complexos, é um jogo sobre se sentir perdido e vagando em coisas além do seu controle, mas também sobre assumir a responsabilidade necessária para fazer as mudanças.
Em meio a esses dilemas, está Tidus, um aparente viajante de outro mundo que acompanha Yuna em sua peregrinação para trazer a calmaria a Spira, uma terra atormentada por uma criatura cósmica conhecida como “Sin”.
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O romance entre os dois heróis é telegrafado desde o início do jogo e diversos pontos da história parecem existir para reforçar o vínculo entre eles. Ambos compartilham uma conexão que perpassa gerações, sendo através dela que eles conseguem se identificar e, consequentemente, aprender um com o outro. Sempre que as coisas parecem se alinhar para eles em meio a desolação de Spira, Tidus e Yuna soam como um farol de esperança ao interlocutor.
Essa mistura de beleza e sacrifício, do preço entre o senso de dever e o amor, e a repercussão do jogo que levou a criação da primeira continuação direta da franquia tornam deste um dos romances mais emblemáticos da série!
Conclusão
Isso é tudo por hoje!
Agora, queremos saber de vocês: qual romance de Final Fantasy ou do universo dos games mais te marcou? E qual outro relacionamento você acredita que deveria estar nessa lista?
Obrigado pela leitura!
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