Introdução
Após 10 anos do lançamento do seu antecessor, Valiant Hearts Coming Home finalmente saiu para os consoles em 7 de março de 2024. Um ano antes, ele havia sido lançado exclusivamente para mobiles através do sistema de jogos da Netflix.
O jogo é uma sequência direta de Valiant Hearts: The Great War e nele vivenciaremos a história de 6 personagens que tem seus destinos entrelaçados pelo decorrer da Primeira Guerra Mundial.
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Para nosso Review jogamos a sua versão de Nintendo Switch, porém o game pode ser adquirido para PC, Playstation, Xbox, Android e iOS.
Bem-vindo ao 369° Regimento da Infantaria!
Dando sequência ao jogo anterior, Coming Home aborda os anos finais da Primeira Guerra Mundial, onde jogaremos com cinco personagens distintos, porém ligados por amizades, romances e acasos durante a guerra.
O jogo se passa quando tropas do exército americano começam a participar de vez na Guerra. Como a Alemanha buscava dominar os oceanos e mares, os Estados Unidos resolve intervir e inicia sua fase de recrutamento para participar da Guerra.
Com o sonho de se tornarem heróis ao ir e retornar da guerra, milhares de afro-americanos se alistaram, porém, com o preconceito da época, muitos soldados brancos se recusavam a lutar ao lado deles. Graças a esse preconceito, infantarias como o regimento 369 foram formados, e através do game, saberemos mais sobre sua importante participação na guerra e ajuda que forneceu, principalmente para a França.
Gameplay
Ao longo do jogo, controlamos quatro dos personagens principais, com cada um apresentando uma gameplay distinta.
O game segue uma linha side-scrolling narrativa, onde em cada uma das 19 fases espalhadas por três capítulos ,possuirá uma jogabilidade distinta, de acordo com o personagem jogável naquele momento.
Valiant Hearts é um game curto, que não apresenta dificuldade logo que foca em contar uma história. Apesar da gameplay leve, arte e diálogo minimalistas, a obra consegue em todos os momentos colocar o peso e emoção da situação vivida, desde momentos de descontração, onde os protagonistas estão fazendo alguma atividade de lazer e até mesmo as mais dramáticas em meio a tiroteios, bombardeios e urgências médicas.
Finalizei o jogo com 3 horas e, dependendo da habilidade e busca pelos 100% esse tempo pode variar para um pouco mais. Ele não conta com um fator replay forte, logo que o principal motivo que pode levar o jogador a querer rejogá-lo é a busca pelos coletáveis que podem ter ficado para trás em uma primeira run.
História contada de outra maneira
Algo que Valiant Hearts faz, desde o seu antecessor, com majestosidade é a forma de contar a história pouco difundida nas escolas e até mesmo nos livros de eventos, personagens e curiosidades durante o período da Primeira Guerra Mundial.
Diferente de jogos como Battlefield, Call of Duty, os antigos Medal of Honor ou até mesmo Brothers in Arms, onde a guerra era sempre vista limitada a tiroteios e batalhas sangrentas, Valiant Hearts traz a história com a interação do personagem com o cenário e demais personagens na tela, eventos simples, mas marcantes e principalmente fatos desbloqueados a cada tela avançada e coletável encontrado.
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Cada coletável conta uma história e explicação do uso ou participação dele na guerra e da época. Fatos curiosos como sobre as “Meninas Canários”, avanços da medicina, mapas são explicados e contados nesses colecionáveis que podem ser acessados através do menu do jogo.
Os Personagens
Três rostos novos serão apresentados nessa sequência, assim como o retorno de outros três que já participaram do primeiro game. Cada um possuirá fases com gameplays distintas, tornando o jogo dinâmico e nada enjoativo.
Freddie
Um dos melhores amigos do protagonista do primeiro jogo, ele retorna nessa sequência. Um personagem completo que traz toda a bagagem da trama anterior, sendo alguém forte, com grande empatia e preocupação com seu batalhão, irmão e pessoas próximas.
George
Ele é o nosso personagem sem rosto, piloto de avião que começara sua missão após um pouso forçado. Durante sua gameplay, passamos por missões aéreas e momentos de stealth.
Ernst
Um dos personagens mais marcantes e com conflitos internos e escolhas que o colocaram em situações que seriam difíceis para muitos, pois é um Alemão com amizade com diversas pessoas de nacionalidades diferentes.
James
O irmão mais novo de Freddie e protagonista que iremos jogar na maior parte do game. Ele é um dos membros dos Harlem Hellfighters. Possui a mesma coragem, bravura e amizade que seu irmão, buscando ir para o Fronte da guerra para reencontrará-lo e trazê-lo para casa. Durante sua jornada, teremos diversos tipos de gameplay como exploração em busca de itens, momentos de tensão fugindo de adversidades e outros de descontração com desafios rítmicos.
Anna
A médica belga, favorita por muitos, retorna nesse game sendo uma das melhores protagonistas da história. Sempre colocando a sua segurança em risco para ajudar os outros, ela continua a ajudar seus amigos e os demais feridos da guerra, presenciando momentos traumáticos e buscando sempre salvar todo tipo de pessoa com necessidade.
Sua gameplay, além de explorativa como a dos demais protagonistas, contem minigames onde deverá cuidar de enfermos, retirando fragmentos de estilhaços, limpando ferimentos e até usar faixas para cobrir os machucados.
Walt
Talvez o rosto que a maioria das pessoas se lembrem do primeiro jogo é do mais carismático e companheiro cachorrinho de Valiant Hearts: Walt.
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Ele retorna nessa sequência auxiliando os protagonistas durante algumas fases, exatamente como fazia no primeiro jogo. Em sua participação durante algumas gameplays, iremos dar ordens para ele coletar recursos ou avançar em locais que inicialmente não temos acesso.
Harlem Hellfighters
Algo que Valiant Hearts não poupa em homenagear é o esquadrão do regimento de infantaria 369, conhecidos como Harlem Hellfighters. Essa divisão era formada por homens afro-descendentes que, por preconceito de outros soldados brancos da época, não podiam lutar ao lado deles e acabaram sendo mandados para servirem como suporte, principalmente para as tropas francesas.
Eles foram de essencial importância na guerra, além de terem compartilhado parte de sua cultura com os franceses, como apresentando a eles o Jazz (muitos dos soldados da infantaria eram músicos), o basquete e até o baseball.
Ao longo do jogo poderemos saber mais sobre eles de uma maneira interessante, pois, infelizmente, seus feitos não são muito comentados em livros ou matérias escolares.
Veredito
Valiant Hearts: Coming Home é uma experiência prazerosa, que honra a memória de tantas personalidades importantes para o desfecho da Primeira Guerra Mundial. Sua gameplay simples, com artes minimalistas, consegue dar leveza e beleza para eventos tão trágicos, tristes e sangrentos da história da humanidade.
Apesar de ser um jogo relativamente curto e com pouca razão para ser rejogado, ele é essencial para amantes de história, principalmente voltada às Guerras Mundiais, trazendo outro ponto de vista sobre esses eventos, fugindo dos demais jogos que busca trazer esses fatos com batalhas agitadas e tiroteios, focando com pequenos puzzles, exploração e narrativa.
Sua trilha sonora consegue ser densa e completa, dando mais peso para os momentos agitados e marcantes do jogo, assim como a sua ausência em determinadas partes onde, somente o silêncio e sons ambientes são o suficiente para mostrar o drama daquela situação.
Não é necessário ter jogado o primeiro jogo da franquia, mas recomendo para o melhor aproveitamento da história e criação de laço com os personagens que retornam nessa sequência.
Dou uma nota 8/10 para Valiant Hearts, que assim como o seu anterior me fez rir, ficar tenso e até chorar em sua história. Coming Home mostra que um jogo simples pode contar uma história tão complexa e completa quanto os eventos vividos entre os anos de 1914 e 1918.
Gostou do nosso Review? Já havia jogado esse game ou pretende adquiri-lo em breve? Quais outros jogos com temática de guerra gostaria de ver por aqui? Confira também o nosso artigo sobre o Jogo do Esquadrão Suicida!
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