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Vale a Pena Jogar The Elder Scrolls IV: Oblivion em 2025?

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Com mods ou não, The Elder Scrolls IV: Oblivion proporciona uma experiência única que parece à frente de seu tempo e, ao mesmo tempo, datada.

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A franquia The Elder Scrolls é bem antiga. Ela passou dos computadores em DOS, teve sua dose de intros com atores reais e chegou aos dias de hoje com um dos mais bem-sucedidos RPGs da história, TES V: Skyrim, com lançamentos para praticamente todas as plataformas (se duvidar, tem Skyrim até na geladeira smart). E enquanto ainda não temos nenhuma novidade sobre o próximo game da franquia, jogar os games anteriores pode ser uma boa forma de se aventurar pelas terras de Tamiel.

Porém, fica a dúvida: vale a pena essa volta no tempo? TES: Arena e TES II: Daggerfall são bem antigos e fica até difícil de rodar esses jogos nas máquinas mais atuais. Você pode encontrar emuladores onlie que rodem esses jogos, mas não dá para garantir que eles estão completos. TES III: Morrowind, lançado no Xbox original e PC em 2002, está disponível por aí até hoje, mas com gráficos de personagens quadrados que deixam o game bem datado, pode não ser tão atraente para os novos jogadores.

Fica então a dúvida: Se os 3 primeiros são tão antigos que podem não ser atraentes para os jogadores atuais e o quinto título já foi explorado a exaustão, por que não jogar TES IV: Oblivion?

Lançado em 2006, Oblivion é um dos mais ambiciosos jogos da Bethesda e introduziu boa parte da fanbase a franquia. Um jogo tão marcante para TES que há debates sobre um remake oficial dele. Sem contar o audacioso projeto de fãs Skyblivionlink outside website – uma tentativa ambiciosa de refazer Oblivion na engine do Skyrim, ao mesmo tempo, em que melhora o design de masmorras e outros elementos desatualizados.

Mas, enquanto nada disso é lançado, vale a pena se aventurar por Cyrondil jogado o TES IV: Oblivion original? Vamos debater um pouco sobre esse jogo e falar se vale a pena começar a jogá-lo agora em 2025 e, se você ficar com dúvidas, deixe um comentário.

Mecânicas de Evolução

Oblivion tem um dos sistemas de escalonamento de nível mais quebrados de qualquer jogo: 0 sistema “use para aumentar” é onipresente em toda a série, mas juntar isso com inimigos que escalam com o nível geral do jogador resulta em um desequilíbrio absurdo para os players.

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Após assistir à abertura épica do game estrelando Patrick Stewart (o Professor Xavier dos filmes de X-Men) como o Imperador de Cyrondil, apertamos o botão de agachar e descobrimos que subimos de nível. Naturalmente, agachamos sempre que possível depois dessa descoberta. E isso se repete ao pular e ver o nível de Acrobacia subir.

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Coisas como alquimia também é interessante e, ao mesmo tempo, difícil de entender e aprimorar. Junte um pedaço de queijo e uma roda de queijo faltando um pedaço e faça uma poção. Mas, não vale a pena fazer diversas poções ou carregar ingredientes, pois elas enchem seu inventário rapidamente e, em poucos minutos, você está sobrecarregado de peso na mochilo, sem poder andar, pular ou fazer a viagem rápida. O mesmo vale para encantar itens, pois você tem que carregar muito equipamento para desencantar e aprender a magia, antes de encantar um item seu.

Claro que uma boa esquiva e furtividade sempre parecem o caminho rápido para superar seus inimigos e, no jogo, os níveis de atributo contribuem para o aumento geral do nível de personagem. Porém, quando você está sendo atacado por um Daedra de alto nível equipados com armadura de demoníaca durante a batalha de Kvatch e sem nada para se defender, exceto acrobacias e furtividade e skills de negociação, é aí que você percebe um problema do jogo.

Ao jogar Oblivion, boa parte do tempo você passará andando de um lado para o outro no mundo aberto, correndo por gramados, florestas e estradas (oque vai aumentar acrobacia e atletismo) e, fora de masmorras ou dentro dos portais de Oblivion, você não vai encontrar muito combate para poder aumentar seus níveis de armaduras ou armas. E mesmo dentro dos portais, você vai preferir ser furtivo na maior parte do tempo porque não vai querer enfrentar vários inimigos ao mesmo tempo.

Então, quando você chega a um momento em que seus inimigos estão no mesmo nível que você, mas as skills deles são armas grandes e armadura pesada e as suas são acrobacia e alquimia, você sabe que está com problemas. Oblivion dá a você a ilusão de liberdade de escolha quando, na realidade, pune você por priorizar habilidades e atributos não relacionados a combate.

Radiant AI

Os NPCs, antes uma das maiores inovações do jogo, hoje também fazem o Oblivion parecer ultrapassado para jogar graças, em parte, ao pequeno grupo de talentos de voz e falas repetidas que os NPCs tem programadas. Apesar disso, temos que dar crédito ao Oblivion por inventar a tecnologia da Radiant Ai, embora seja um pouco rudimentar por ser uma novidade.

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Para quem não sabe, a Radiant Ai dá a todos os NPCs cronogramas diários para serem seguidos durante um mês, com horários de sono regulares, locais onde comem no café da manhã e no jantar e com quem falam durante o dia, para onde vão e quanto tempo ficam lá. Isso permitia aos jogadores planejarem emboscadas e roubos já que era possível prever onde o NPC poderia ou não estar. Embora fosse um pouco repetitiva, a Radiant Ai continua sendo um dos sistemas mais revolucionários em jogos.

Contudo, encontrar o mesmo NPC apenas para ouvi-lo ter três vozes diferentes e diálogos repetidos certamente quebra a ilusão de um mundo vivo e pulsante. E sem mencionar a frequência com que um NPC era morto acidentalmente ou saía do jogo. Ainda assim, poucos jogos correspondem ao escopo que Oblivion fez em 2006.

Outro elemento inovador de Oblivion era a, até então, nova engine de física chamada Havok, que permitia ao jogador manipular qualquer coisa, de cadáveres dos inimigos a sweetrolls. Atirar uma flecha em um balde e ver o quão realista o balde reagia ao peso e à força do impacto era impressionante.

Mesmo hoje, muitos jogos de mundo aberto não têm esse tipo de impacto físicolink outside website realista em relação aos efeitos de ragdoll e à manipulação de objetos no ambiente, então esta ainda é uma área que pode impressionar os jogadores ainda hoje.

Mundo Aberto

Claro, no centro de qualquer jogo TES está a exploração de mundo aberto, e Oblivion não decepcionou. As florestas majestosas de Cyrodiil dão uma boa quantidade de densidade dividida entre cidades, ruínas, masmorras, Portões de Oblivion e vários outros lugares de interesse não marcados.

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Os cronogramas dos NPCs e a qualidade das missões ajudaram a dar suporte à exploração de mundo aberto de Oblivion. Contudo, apesar de impressionante, os ambientes eram um tanto repetitivos. Explorar uma floresta ou descampado não era diferente de explorar qualquer outra floresta do jogo.

Mas as masmorras em Oblivion não tinham design e personalidade. Cada masmorra parece mais ou menos a mesma, com uma dispersão aleatória de recursos e armadilhas e nenhum atalho de volta para a entrada, tornando a exploração bem linear. Uma reclamação parecida com a de Dragon Age 2link outside website, que veio cinco anos depois.

As cidades, sim, cada uma tinha sua personalidade e eram relativamente diferentes uma das outras. Você sabia bem quando estava na capital Cyrondil ou na cidade de Bruma, que fazia fronteira com Skyrim. Cada uma tinha detalhes diferentes nos prédios, nas ruas e seus castelos eram variados, embora fosse difícil explorar sem ser preso ou impedido por algum guarda (os guardas tem algum tipo de “superpoder” de detectar crimes, pois eles surgem mesmo que você esteja em um quarto sozinho sem testemunhas). E isso leva a nosso próximo tópico.

O Combate

O combate geralmente compensa algumas falhas em jogos, mas não no caso de Oblivion. Como outros títulos Elder Scrolls, lutar em Oblivion não é muito bom. Seu combate corpo a corpo consiste em um golpe básico de um-dois, ataque pesado e bloqueio. A magia é mais interessante, mas ainda bastante simples e sem visceralidade.

Você basicamente fica andando (ou deslizando como se fizesse um moonwalker) de um lado para o outro, apertando botões, sem saber se acertou ou não, se levou um golpe ou não e, no final, acaba morrendo sem perceber a quantidade de dano que tomou. Sem contar o sistema de estamina, que decai a cada golpe e precisa ser gerenciada para não ficar sem.

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Outros aspectos que não funcionam muito bem é a furtividade. Não importa o quão alta ela seja, os inimigos, guardas e NPC vão te detectar. Mesmo que você esteja nu e sem armas, você será visto e ouvido pelos NPCs. Um golpe fatal em um NPC desavisado não é possível no game.

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A parte da magia é mais interessante e ajuda mais na hora do combate, pois você pode lançar bolas de fogo e raios nos inimigos, sem muita dificuldade, pois eles podem atingir um inimigo e causar um dano considerável. Sinceramente, eu nunca me aprofundei muito na parte de magia do jogo, pois dá muito trabalho nivelar ela, então, se você joga de mago no TES IV: Oblivion, deixa aí no comentário.

Missões

Em contraste, as missões em Oblivion são consideradas algumas das mais interessantes e satisfatórias da série. As missões da Dark Brotherhood, como a festa que se torna um verdadeiro cenário de filmes de mistério e assassinato ao estilo "Whodunnit", e a DLC Shivering Isles, onde podemos nos tornar um verdadeiro deus no final, são particularmente notáveis, mas a missão principal do jogo também é excepcionalmente ótima.

A missão principal de Oblivion apresenta o talento da voz de Sean Bean (o Ned Stark em Game of Thrones e o Boromir em Senhor dos Anéis) como o irmão Martin, o herdeiro legítimo do recentemente assassinado Uriel Septim (Patrick Stuart). Suas interações com Martin são bem escritas e, talvez mais importante, servem para destacr ELE como o herói principal da história e não você e seu personagem.

Oblivion é o único Elder Scrolls que não sofre da “síndrome do personagem principal” - o estereotipo repetitivo de Bethesda - onde a história inteira gira em torno de você.

Ajudar a estabelecer um herdeiro para o trono vazio é bastante satisfatório em Oblivion e os coadjuvantes dessa peça e o cenário (como o Príncipe Daédrico Mehrunes Dagon pisoteando pela Cidade Imperial) é incrível demais. E no fim você pode fechar permanentemente todos os portões do Oblivion ao terminar a missão principal. Qual recompensa melhor do que essa?

Conclusão

Oblivion ainda tem seus encantos hoje, com um sistema de programação de IA revolucionário, um belo mundo aberto e algumas grandes missões incríveis. Graficamente falando, as caras que parecem “máscaras de borracha” dos NPCs podem ser difíceis de encarar por muito tempo, mas dá para relevar em nome de uma boa história e, se não, tem mods que podem amenizar isso.

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Combate desajeitado e sistemas de escalonamento de nível frustrantemente desequilibrados podem afastar alguns jogadores do jogo hoje. Há muitos mods por aí que melhoram aspectos da jogabilidade e gráficos, então surge a pergunta: vale a pena investir suas horas nele? Claramente ainda há uma demanda por um remake de Oblivion, como visto pelo apoio que Skyblivion recebeu e recebe ao longo dos anos.

Então, talvez valha a pena revisitar esse game, seja ele puro, com mods ou jogando a parte já disponível de Skyblivion, pois o universo de Elder Scrolls e o reino de Cyrondil, capital do império, vale sua visita. E, pelo trailer do próximo jogo apresentado, provavelmente visitaremos a cidade novamente, então, vale a pena conhecer o lugar antes e depois da influência dos Thalmors, não vale?