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Guia: Jogos Curtos que Valem a Pena Jogar

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Algumas vezes você só quer sentar e jogar um pouco, então, veja jogos que são uma pausa bem-vinda para jornadas intermináveis e mais de 100 horas de gameplay

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Ficar o dia inteiro na frente do computador cansa. Some o tempo que você trabalha, mais as horas de TV enquanto almoça, uma série ou filme à noite e, de repente, a ideia de jogar jogos como um The Withcher 3link outside website ou olhar aqueles mapas gigantes de Assassin’s Creedlink outside website já te deixa cansado. Já não era tão divertido quanto antes.

Esses jogos não precisavam ser necessariamente longos e repletos de missões secundárias, mapas com milhares de pontos de interrogação esperando para serem descobertos e nem 200 horas de gameplay para ser bom. A ideia era jogar passando o tempo, se divertindo e relaxando. Então, vamos fazer uma lista, priorizando jogos focados em narrativa que valem a pena seu dinheiro (afinal, as coisas estão caras). Nada que dependente de habilidade ou reflexo, para ninguém se sentir travado por não conseguir passar de uma parte específica.

A lista que montei mistura alguns gêneros, mas, no fim das contas, jogos de puzzle, plataformas com foco em atmosfera e histórias interativas são os que mais funcionaram nesse formato. Vamos a eles e, se ficar com dúvidas, deixe um comentário.

Her Story

Her Story é um jogo em FMV (Full Motion Video) e, ao mesmo tempo, um excelente thriller. Nele, você não sabe exatamente quem está perdido e nem o que está procurando. O que tem à disposição são horas de entrevistas em vídeo com uma mulher que, aparentemente, matou o marido. A partir daí, o jogo é você tentando entender o que aconteceu usando uma barra de busca para encontrar trechos das entrevistas.

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Her Story praticamente não tem “jogabilidade”: você pesquisa, assiste a um vídeo curto, pega uma palavra-chave e pesquisa de novo. Simples, mas extremamente envolvente. O jogo vai construindo a tensão aos poucos, com reviravoltas bem posicionadas. É como resolver um bom escape room: vocês se envolvem juntos numa história de mistério, tentando juntar as peças como um detetive.

Evite Telling Lies, do mesmo criador. Apesar da proposta parecida, o ritmo é arrastado, os vídeos são longos demais e a história acaba ficando em segundo plano. No final, você só quer que acabe logo. Fica o aviso.

Inside

Talvez eu devesse citar Limbo, mas Inside é, de longe, o melhor dos dois. Aqui, você controla um garoto fugindo por um mundo industrial sombrio, onde cientistas parecem fazer experimentos em corpos sem alma. Ao contrário de Limbo, onde certos puzzles parecem jogados ali só por existir, Inside te dá a sensação de que tudo tem um propósito. Cada passo parece contar alguma coisa.

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O jogo é sombrio, estranho, desconfortável — e exatamente por isso é ótimo. Do começo tenso ao final grotesco, você se vê preso naquela atmosfera. Os desafios são justos, e tem uma parte com uma “criatura aquática” que vai ficar na sua cabeça por muito tempo.

Journey

Journey sempre aparece em listas de melhores jogos curtos, e com razão. É uma experiência de cerca de duas horas, onde você só precisa caminhar e explorar. E curtir.

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Não há inimigos, não há morte, só paisagens lindas e trilha sonora perfeita. O jogo tem um ar de fábula, de algo maior do que você entende à primeira vista. E mesmo sem uma história “contada” de forma tradicional, ele marca.

Se você curtir essa pegada, vale experimentar também Gris, que é lindíssimo e emocional (às vezes até demais, mas, ainda assim, vale a pena).

Mika and the Witch's Mountain

Temos umas boas listas de jogos relaxanteslink outside website aqui no site, mas nem sempre o jogo cozy é curto. Algumas vezes se trata de gerenciar fazendas, recolher itens e descobrir o que o seu parceiro romântico quer ganhar de presente (e ainda lembrar o dia do aniversário dele). Acaba virando uma segunda profissão. Mas não é o caso de Mika and the Witch's Mountain.

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Fortemente inspirado na animação Kiki Delivery Service do Estúdio Ghibli, aqui você controla a aprendiz de bruxa Mika voando de vassoura por uma ilha, entregando pacotes e conhecendo os habitantes amigáveis do local. Em, no máximo, duas horas, você terminou todas as entregas e pode ir só passear pelo local e conversar com os moradores.

There Is No Game: Wrong Dimension

TING (conforme abreviado às vezes) é um point and click fora do comum. Ele brinca com a interface, desafia a lógica dos jogos e quebra a quarta parede o tempo todo.

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No começo, pode frustrar um pouco até você entender a lógica “meta” dos puzzles. Mas, depois disso, o jogo engrena e surpreende. A ideia de que “não existe um jogo aqui” vira uma desculpa criativa para zoar com vários gêneros de games, de RPG a arcade. O final é meio morno, mas o caminho até lá compensa.

Doki Doki Literature Club

DDLC foi a primeira visual novel em que você se envolve com meninas bonitas, descobre seu passado, gostos e até problemas, ajudando-as e, no fim, terminando como um parceiro romântico. Um tipo de jogo que muita gente torce o nariz, pois há pouca interatividade real e muito texto (a grande maioria desse tipo de game também é focada no sexo também, os chamados “eroge”) Mas o burburinho em torno de DDLC e seu rótulo de “jogo de terror” foge desse esteriótipo.

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A primeira hora é difícil: parece só um simulador bobinho em que você faz parte de um clube de literatura na escola. Mas aí vem a virada. E que virada. O jogo quebra totalmente a expectativa e começa a brincar com os próprios arquivos do jogo, criando uma experiência única. Mesmo sendo linear e limitado, o impacto é real. Só precisa ter paciência no começo.

MiSide

Na mesma pegada de DDLC, MiSide é um game que também brinca com seu gênero e subverte as expectativas do jogador no final. Aqui, estamos em uma casa bonita, colorida e edílica com a animada e simpática Mita, que faz de tudo para te divertir e encantar, pedindo para que você fique com ela para sempre. Vocês jogam videogame, conversam, ela é fofa e engraçada. Tudo parece perfeito.

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“Vá à cozinha, pegue uma coisa para mim, mas não olhe na gaveta/armário/geladeira/etc.”. Você vai à cozinha, pega o item e o lugar que ela pede para você não olhar, se mexe ou faz barulho, você olha e tudo começa a dar errado.

Coisas estranhas acontecem e você, curioso para investigar, acaba embarcando em uma jornada por essa estranha casa e conhecendo diversas variantes da Mita. Algumas um pouco diferentes em aparência e personalidade, outras assustadoras e perturbadoras. O jogo ficou tão famoso em redes sociais de vídeos como o TikTok que é bem provável que você até já conheça o mistério final, mas saber o final de um caminho não é o mesmo que o trilhar por conta própria.

Little Nightmares

Little Nightmares também te coloca no papel de uma criança fugindo de um mundo bizarro. A estética é de um conto de fadas distorcido e perturbador. Não há como enfrentar as estranhas criaturas que rondam os cenários escuros e tudo o que você tem que fazer é correr, se esconder e evitar ser pego por criaturas de braços cumpridos e que ainda esticam.

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Não tem uma narrativa clara, mas tudo ali comunica alguma coisa: os ambientes, os inimigos, os sons. A direção de arte é impecável e cria um universo que dá vontade de explorar, mesmo sendo tão hostil. Se tivesse que escolher entre este e Inside, ainda ficaria com Inside. Mas Little Nightmares é um ótimo complemento para quem curtiu a vibe.

That Dragon, Cancer

Um jogo um tanto pesado, mas se você quer uma experiência imersiva e emocionante, então, essa história narrativa vai te acertar em cheio. Não é um jogo exatamente, That Dragon, Cancer é apenas o relato de um pai que viveu e lutou contra o câncer de seu filho de quatro anos. Você navega em cenários simples, interage com objetos e descobre a história dessa família.

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Usando uma mistura de perspectiva em primeira e terceira pessoa e interação de apontar e clicar, esta experiência narrativa de duas horas convida o jogador a desacelerar e mergulhar em um relato profundamente pessoal, com áudios extraídos de vídeos caseiros, poesia falada e temas de fé, esperança, desespero, desamparo e amor, além de homenagens no jogo aos entes queridos de mais de 200 dos apoiadores do Kickstarter que ajudaram a construir e financiar esse projeto.

The White Door

Dos jogos da Rusty Lake, The White Door é um dos mais aclamados, que merece ser jogado, seja porque você quer algo curto ou não. O visual lembra uma graphic novel em preto e branco, e a história acompanha um homem lidando com depressão.

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Como em outros jogos cheios de puzzles, nem tudo faz sentido imediato, mas aqui isso incomoda menos. A interface dividida em duas partes da tela é criativa, os enigmas são simples e satisfatórios, e o clima triste nunca chega a ser opressivo demais. Outros jogos da Rusty Lake também são bons, mas esse tem algo que prende mais rápido.

Untitled Goose Game

Untitled Goose Game é sobre ser um ganso — e tocar o terror numa vila britânica. Simples assim. Com uma lista de tarefas absurdas, você tem que irritar os moradores, roubar objetos, causar caos. Sozinho ou com outra pessoa, é impossível não rir.

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Tem alguns bugs e pode cansar se jogar por muito tempo seguido. Mas em sessões de 30 a 45 minutos, é diversão garantida. É o tipo de jogo que merecia uma versão online com bandos de gansos causando juntos.

Oxenfree

Oxenfree é um caso difícil. A ideia é ótima: adolescentes presos numa ilha assombrada, com fenômenos sobrenaturais e viagem no tempo. A execução… nem tanto. Ainda assim, é um jogo curto, com boas ideias. Se não te pegar na primeira hora, pode parar sem culpa — ele não vai melhorar muito depois disso.

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O que funciona bem é o sistema de diálogos: você precisa responder em tempo real, como em uma conversa de verdade. Isso dá ritmo e naturalidade às interações, o que é raro. Mas os personagens reagem de forma estranhamente calma a eventos bizarros. O tom da história parece confuso, e o final não entrega tudo que promete.

Considerações Finais

Esses jogos curtos mostram que nem sempre é preciso passar 60 horas em frente à tela para viver uma boa história ou curtir uma experiência marcante. Eles são ideais para quem quer jogar algo bom, mesmo que curto, sem a sensação de que gastou dinheiro à toa, sem pressão, ou só dar uma pausa nas maratonas de sempre.

Se você sente que o ato de jogar virou mais obrigação do que prazer, dar uma chance a essas experiências mais curtas pode ser exatamente o que faltava. E o melhor: se um jogo não te pega, tudo bem. Você investiu pouco, gastou duas ou três horas, não semanas da sua vida.

Quem disse que para valer a pena precisa ser longo? Concorda? Discorda da lista? Deixe um comentário.