Falamos anteriormente aqui na Um Gamer sobre como Mortal Kombat influenciou muitos games de luta que vieram depois dele. Seja por seus gráficos digitalizados, com atores reais e violência além dos limites aceitáveis da época, o game da Midway mudou a indústria dos jogos como um todo e não há como voltar.
E, como já dizia o ditado “nada se cria, tudo se copia”, vários jogos de luta pegaram esses elementos que MK popularizou e tentaram copiar a fórmula, com resultados que iam de tão ruins que nem foram lançados a tão violentos que nem foram lançados. Vamos então falar um pouco sobre dez desses clones de MK que se destacaram em meio a enxurrada de cópias lançadas nos anos 90 e destacar algumas curiosidades sobre elas. E se você ficar com dúvidas ou tiver outros games clones que ficaram de fora da lista, deixe um comentário.
Don't Make me Laugh
Aqui a gente vai destacar os clones que tentaram apenas embarcar no trem de MK com sua violência e gore exagerado, mas sem entregar um conteúdo com substância para atrair jogadores. Desde mortes ridículas a pura sexualização, esses clones de Mortal Kombat devem ser jogados no fundo do “The Pit da história.
“Tattoo Assassins” (Cancelado)
Este é, sem dúvida, o exemplo mais famoso de clones “de Mortal Kombat”, talvez até mesmo o garoto-propaganda das tosquices feitas na hype do jogo da Midway. “Tattoo Assassins” estava tentando desesperadamente encontrar maneiras de superar MK com alguns métodos de publicidade ridículos. Um exemplo disso foi o número absurdo de fatalidades que havia no jogo: mais de 99 maneiras diferentes de acabar com meu oponente.

Sim, maneiras idiotas, banais e sem graça de acabar com seu oponente, como peidar nele ou deixá-lo nu. Embora o jogo tenha sido concluído, ele nunca foi lançado. O único meio de comunicação que já o analisou, a revista de jogos norte-americana Next Generation, só tinha coisas horríveis a dizer sobre o jogo, citando controles ruins, gráficos falhos, finais ridículos e desempenho terrível.
“Way of the Warrior” (1994)
“Way of the Warrior” tinha muita coisa a seu favor. Tinha sua própria identidade única, semelhante aos filmes de artes marciais, tinha um elenco único de personagens e se inclinava mais para o realismo do que “Mortal Kombat” (mais ou menos). No geral, foi um jogo um tanto competente quando se tratava de apresentação e desempenho.

Então, o que deu errado? Bem, lançar seu principal jogo de luta com controles ruins, com certeza, vai afastar as pessoas imediatamente dele. Resumindo, “Way of the Warrior” nunca conseguiu a atenção que poderia ter tido se seus controles fossem menos terríveis e quebrados. E você acreditaria se eu te dissesse que este jogo foi feito pela Naughty Dog? A mesma que está por trás de jogos como “Uncharted”, “Last of Us” e “Crash Bandicoot”, você acreditaria?
“Xenophage: Alien Bloodsport” (1995)
Assim como “Way of the Warrior”, “Xenophage: Alien Bloodsport” tinha potencial para conquistar um número decente de fãs. Seu conceito de feras alienígenas lutando entre si para salvar seus planetas natais era uma premissa legal com a qual muitos jogadores teriam abraçado. No entanto, parte do fracasso do game pode ser responsabilidade da publisher Apogee Software.

Com “DOOM” tendo sucesso graças ao fato de ser um game freeware, muitos desenvolvedores e publishers estavam tentando replicar a mesma ideia: mandar cópias gratuitas suficientes do jogo na esperança de gerar hype suficiente entre os jogadores para torná-lo o próximo grande hit dos jogos. Mas, aparentemente, o negócio não funcionou porque o jogo estava longe de ser bom como Doom era.
“Kasumi Ninja” (1994)
Falando em clones MK nada impressionantes, “Kasumi Ninja” quase não entrou na lista porque esquecemos completamente que ele existia! E você, já tinha ouvido falar? Tanto o design dos personagens quanto os cenários são extremamente genéricos. E o pior é que isso foi resultado de intromissão corporativa!

Segundo o produtor Jim Gregory, a editora Atari forçou os desenvolvedores a reduzir sua lista de lutadores de vinte para oito e ninguém sabe se os doze que foram cortados tinham designs interessantes ou não. O que sabemos é que os oito escolhidos basicamente selaram o destino de “Kasumi Ninja”. Já era ruim o suficiente que o jogo fosse quase impossível de jogar graças a seu som e controles péssimos, e focar em personagens completamente esquecíveis não colaborou.
“Catfight” (1996)
O mundo do entretenimento, em geral, gira muito em torno de duas coisas: sexo e violência. Qualquer pessoa que trabalhe com jogos, filmes, televisão, quadrinhos e outras mídias sabe bem disso. Mas alguns acham que isso é tudo o que você precisa ter em um produto para ter sucesso e, um exemplo disso, é “Catfight”, que era apenas um Mortal Kombat com um “elenco exclusivamente feminino” e você já sabe o motivo disso ter sido feito e para quem foi feito, especialmente quando você percebe que isso a publisher do game era uma empresa de entretenimento adulto.

A desenvolvedora Phantom Card até conseguiu que a atriz Katalin Zamiar, que interpretou Kitana, Jade e Mileena na captura de movimentos de MK2, atuasse como uma das personagens do jogo! Mas a gente sabe que o apelo sexual só leva você até certo ponto. Os gráficos, controles, áudio e todo resto renderam a “Catfight” a reputação de um dos piores jogos já feitos.
Flawless Victory
Nem todos os clones de MK são tão ruins assim. Alguns apenas tentaram embarcar no hype da violência exagerada, mas entregaram muito mais do que isso, como boas histórias originais, personagens interessantes ou mecânicas que realmente valiam a pena serem experimentadas. Alguns estão aí até hoje, mesmo após anos de lançamentos, e outros ainda têm uma base de fãs leais que esperam que, um dia, seus lutadores preferidos vejam a luz do dia novamente.
“Killer Instinct” (1994)
O engraçado sobre “Killer Instinct” é que ele foi desenvolvido inicialmente para desafiar “Mortal Kombat”. Foi apresentado a Namco; eles disseram “Não” e foram lá fazer seu próprio clone de MK fracassado chamado “Weaponlord”. Enquanto isso, nas mãos improváveis da Nintendo, “Killer Instinct” fez um enorme sucesso tanto nos fliperamas quanto nos consoles domésticos.
Os monstros ameaçadores, a jogabilidade incrivelmente rápida, combos inacreditavelmente longos e a música alucinante que eram absolutamente contagiantes e ainda são até hoje! Claro, não foi tão sangrento, mas, no geral, entregou adrenalina de todas as maneiras possíveis, e é por isso que ele recebeu um reboot com novos personagens e muitos continuam jogando essa versão de 2013 publicada pela Microsoft Studios até hoje.
“Eternal Champions” (1993)
Lançado para o Mega Drive e desenvolvido pela SEGA, esse clone é um dos que deu relativamente certo graças a combinação de uma história boa envolvendo um torneio que reúne lutadores de várias eras, personagens interessantes (incluindo uns bizarros como um pinscher, uma cobra, um macaco, uma coruja e um galo), embora, esquecíveis, músicas decentes e controles competentes.

O game tinha seus fatalities, chamados de Overkills, mas, fora isso, não havia nada que realmente destacasse “Eternal Champions”, principalmente tendo o próprio Mortal Kombat COM SANGUE (algo que não havia no Super Nintendo), disponível para você jogar. Contudo, a versão do SEGA CD vinha com uma música muito melhores e alguns Overkills em cenas 3D. Valia a pena conferir.
“Primal Rage” (1994)
Outro game que buscou se destacar através da violência e fatalities para embarcar no hype do jogo da Midway, mas, em vez de tentar criar um elenco de personagens (e falhar como muitos clones) eles simplesmente pegaram dinossauros e animais para compor seu hall de lutadores, colocaram eles para brigar e pronto. Não precisava nem de desculpa para que um monstro destruísse o outro com garras e dentes. Era só os deixar fazer o que sabiam fazer.

Usando bonecos animados manualmente, fotografados no estilo stop-motion e depois digitalizados para o jogo, “Primal Rage” conseguiu criar um estilo próprio e uma base de fãs que não estavam só de um jogo violento com decapitações e mortes (embora ele não fosse tão pesado quanto o próprio MK, havia sim sua dose de gore.) “Primal Rage” é, assim como Killer Instinct, um dos clones que merecia um revival e uma nova chance. Imagine ver os bichões se matando feito na Unreal Engine 5?
“The Kung-Fu Master Jackie Chan” (1995)
No que diz respeito a cópias de Mortal Kombat, não há nada mais estranho do que “The Kung-Fu Master Jackie Chan”. Afinal, este é um jogo de luta com três versões diferentes do astro de filmes de kung-fu, Jackie Chan, lutando contra uma série de personagens digitalizados, com lutadores usando falcões e se vestindo com roupas tradicionais chinesas. Além disso, embora o game tenha seus fatalities, o astro Jackie não elimina seus inimigos! Ele se levanta e faz um sinal positivo, indicando que está tudo bem. Sim, é bizarro, mas resulta em um jogo de luta surpreendentemente divertido.

Criado a partir de um acordo entre a desenvolvedora Kaneko e a produtora de Chan, Chan estrelou o jogo de luta em troca de financiamento para seu filme “Thunderbolt - Ação Sobre Rodas”. Apesar das origens excêntricas, The Kung-Fu Master Jackie Chan consegue adicionar uma velocidade sem precedentes à fórmula de Mortal Kombat, aproximando-se mais de Marvel Vs Capcom do que da série de jogos que o inspirou.
“Thrill Kill” (1998)
Esse aqui chegou a ser chamado de “o Mortal Kombat da geração 32-bits” e, diferente de outros, tinha qualidade suficiente para realmente ameaçar causar impacto. Desenvolvido pela Paradox Development para PlayStation, o jogo foi praticamente finalizado, mas acabou cancelado pela própria Electronic Arts, que não queria sua marca associada a um título absurdamente violento.
O jogo tinha uma proposta direta: lutas de quatro jogadores em arenas fechadas, cheias de sangue, fetichismo, sadismo e personagens grotescos, cada um com um visual mais perturbador que o outro (uma dominatrix com máscara de gás, um paciente psiquiátrico, um anão demoníaco etc). A jogabilidade era rápida, responsiva e já trazia várias ideias que migrariam mais tarde para outras séries (inclusive Wu-Tang: Shaolin Style, que usou o mesmo motor gráfico). Apesar do cancelamento, Thrill Kill vazou em forma de cópias piratas e se tornou um jogo cult.
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