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Como a SEGA Foi de Gigante dos Games a um Site de Vendas

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De sucesso no mundo dos videogames a um destino online de compras, a SEGA passou por uma transformação surpreendente.

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rezensiert von Romeu

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O começo de tudo (anos 1940–1960)

A história da SEGA começa bem antes de Sonic correr pelos consoles. Suas raízes remontam aos anos 1940, quando dois empresários americanos, Martin Bromley e Irving Bromberg, fundaram uma empresa no Havaí chamada Service Games. O foco inicial não era videogames, mas sim a importação e fornecimento de máquinas de entretenimento, como jukeboxes e caça-níqueis, voltadas principalmente para as bases militares americanas no Japão.

Com o passar do tempo, a Service Games se expandiu e, em 1960, fundiu-se a outra companhia chamada Rosen Enterprises, que trabalhava com fliperamas e máquinas fotográficas. Dali nasceu oficialmente a SEGA Enterprises (uma abreviação de "Service Games"). O primeiro sucesso da empresa veio em 1966, com Periscope, um arcade eletromecânico que simulava tiros de torpedo em navios.

Esse primeiro sucesso marcou o início de uma trajetória que mudaria a indústria do entretenimento.

Periscope
Periscope

O domínio dos arcades (anos 1970)

Nos anos 1970, a SEGA se consolidou como uma das maiores produtoras de arcades do mundo. Jogos como Killer Shark e Fonz (baseado no personagem de Happy Days) mostraram a criatividade da empresa.

Mas o grande impacto viria em 1979 com Monaco GP e, logo em seguida, com Turbo (1981), que introduziu gráficos de rolagem e inovações técnicas que impressionaram o público. Foi nessa era que a SEGA começou a ser vista como uma empresa inovadora em gameplay e tecnologia.

Quando os videogames caseiros começaram a ganhar espaço, a SEGA enxergou uma oportunidade e decidiu expandir seu alcance para além dos arcades.

O salto para os consoles (anos 1980)

Em 1983, a SEGA lançou seu primeiro console doméstico no Japão: o SG-1000, que competia diretamente com o Famicom da Nintendo. Apesar de tecnicamente competente, o console não conseguiu superar o fenômeno da Nintendo, que dominava o mercado com títulos como Super Mario Bros..

A SEGA não desistiu. Em 1985, lançou o Mark III, que no Ocidente ficou conhecido como Master System. Apesar de ser mais poderoso que o NES, o console enfrentou dificuldades nos Estados Unidos, mas teve grande sucesso em países como Brasil e Europa. No Brasil, graças à parceria com a Tectoy, o Master System tornou-se um fenômeno cultural, permanecendo popular por décadas.

Mesmo assim, a SEGA precisava de algo maior para enfrentar a Nintendo de frente.

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Mega Drive e a era de ouro (anos 1990)

Em 1988, a SEGA lançou no Japão o Mega Drive (Genesis nos EUA), o console que mudaria sua história. A máquina oferecia gráficos de 16 bits, jogos mais complexos e uma identidade ousada.

O grande trunfo da SEGA foi a criação de um mascote que pudesse rivalizar com Mario. Em 1991, nasceu Sonic the Hedgehog, o ouriço azul de atitude rebelde e velocidade eletrizante. Sonic não só se tornou um ícone instantâneo como ajudou a SEGA a conquistar milhões de jogadores, principalmente nos Estados Unidos, onde o Genesis chegou a superar o Super Nintendo em vendas durante parte da década.

A famosa campanha de marketing "Genesis Does What Nintendon’t" reforçava a imagem da SEGA como uma empresa jovem, ousada e inovadora.

Com o Mega Drive, vieram clássicos como Streets of Rage, Golden Axe, Shining Force e parcerias de peso como Mortal Kombat (na versão sem censura, ao contrário da Nintendo). Essa era ficou conhecida como o auge da SEGA.

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A diversificação e os tropeços (anos 1990)

O sucesso do Mega Drive deu confiança à SEGA, mas também levou a decisões arriscadas. A empresa lançou diversos periféricos, como o Sega CD e o 32X, que fracassaram em vendas. Esses lançamentos fragmentaram o público e criaram a imagem de uma empresa que lançava “meias gerações” sem consistência.

Em 1994, a SEGA lançou o Saturn, um console poderoso, mas de difícil programação. Ele até teve bons jogos, como Virtua Fighter, Nights into Dreams e Panzer Dragoon, mas foi rapidamente engolido pelo PlayStation, que trouxe jogos em CD com gráficos 3D revolucionários. O Saturn nunca conseguiu competir e acabou sendo um fracasso comercial, especialmente nos EUA.

O Dreamcast: um gênio incompreendido (1998–2001)

Em 1998, a SEGA decidiu tentar novamente. O Dreamcast foi lançado como o primeiro console da sexta geração, trazendo inovações impressionantes: gráficos 128 bits, conexão online integrada, memory cards interativos (VMU) e títulos inovadores como Shenmue, Crazy Taxi e Jet Set Radio.

Apesar de seu legado cult, o Dreamcast não conseguiu resistir ao lançamento do PlayStation 2, que oferecia suporte a DVDs e atraiu uma avalanche de desenvolvedores. Em 2001, apenas três anos após seu lançamento, a SEGA anunciou que deixaria de fabricar consoles e se tornaria exclusivamente uma desenvolvedora de software.

Essa decisão marcou o fim de uma era. A SEGA, que um dia foi a maior rival da Nintendo, abandonava o hardware.

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A era pós-consoles (2001–2010)

Após o fim do Dreamcast, a SEGA focou em lançar jogos para consoles rivais, incluindo justamente sua antiga concorrente Nintendo. Foi um choque para muitos fãs ver Sonic estreando no GameCube com Sonic Adventure 2: Battle.

Durante os anos 2000, a SEGA teve momentos de brilho e fracasso. Enquanto títulos como Yakuza, Total War (da Creative Assembly, adquirida pela SEGA) e remakes de clássicos mantinham a marca viva, a franquia Sonic passou por altos e baixos, com jogos criticados como Sonic the Hedgehog (2006) e tentativas de reinvenção que não agradaram a todos.

A empresa também expandiu seu alcance adquirindo estúdios, como a Atlus, responsável pela série Persona, que se tornou um dos pilares da SEGA nos anos 2010.

Reinvenção e foco no digital (2010–2020)

Na década de 2010, a SEGA deixou de lado as grandes ambições de hardware e se concentrou em três frentes:

Jogos para consoles e PC, com franquias de sucesso como Yakuza, Persona e Total War.

Relançamentos nostálgicos, como coletâneas do Mega Drive e o aclamado Sonic Mania, feito por fãs e aclamado pela crítica.

Expansão no mercado mobile e digital, aproveitando a força de sua marca clássica.

A SEGA também investiu em parcerias de cinema e animação. O filme Sonic the Hedgehog (2020) foi um sucesso inesperado, revitalizando o mascote e abrindo caminho para continuações.

Mesmo sem fabricar consoles, a SEGA manteve sua relevância na indústria, mas nunca mais recuperou o status de gigante que teve nos anos 1990.

A SEGA hoje (2020–2025)

Atualmente, a SEGA é mais lembrada pela nostalgia de sua era de ouro do que pela inovação. Seu site oficial funciona como um hub de vendas de jogos digitais, produtos licenciados e relançamentos de clássicos. Embora ainda publique títulos importantes, como a série Like a Dragon (antiga Yakuza), a sensação é de que a empresa vive da memória de tempos passados.

Enquanto Nintendo, Sony e Microsoft seguem na batalha do hardware, a SEGA se limita a ser uma editora e produtora que tenta manter sua marca relevante com nostalgia e algumas apostas certeiras.

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Conclusão: o legado da SEGA

A trajetória da SEGA é uma das mais fascinantes da história dos videogames. De uma fornecedora de jukeboxes para militares americanos, a empresa se transformou em gigante dos arcades, conquistou o mundo com o Mega Drive e Sonic, rivalizou de igual para igual com a Nintendo, mas acabou derrotada por seus próprios erros estratégicos e pela força dos concorrentes.

Mesmo após abandonar os consoles, a SEGA ainda é uma marca amada. Seus personagens, franquias e inovações marcaram gerações e continuam influenciando a indústria.

Hoje, pode ser apenas uma desenvolvedora de jogos e uma loja online, mas sua importância na história dos videogames é eterna. Afinal, sem a ousadia da SEGA, a indústria não teria sido a mesma.