Antigamente, os jogos eram simples. Você ia da esquerda para a direita com um objetivo simples: vencer o vilão, salvar animais ou salvar uma princesa, bater em todo mundo na rua e resgatar sua namorada. Enfim, nada era muito complexo e seu objetivo sempre foi simples. Atualmente, com o tamanho dos jogos, com mapas cada vez maiores e mais elaborados, é preciso encher aquele mundo com coisas legais a se fazer além da missão principal. E aí entram as side quests, ou missões secundárias.
Em geral, essas missões são mais simples, mas fáceis de se realizar e terminar em pouco tempo, para que você não perca o rastro da missão principal e cumpra o seu objetivo. Mas, algumas, às vezes, se destacam e são mais memoráveis que a missão principal e fazem você lamentar ter terminado aquela quest que estava divertida, interessante ou apenas tão bizarra que cada objetivo cumprido fazia você pensar “o que acabou de acontecer?”
Skippy, a arma falante – Cyberpunk 2077
Aqui poderíamos destacar as missões que fazemos ao lado de Ozob, o personagem do Azaghal, do grupo Jovem Nerd, mas vamos falar de outra. No meio do caos e das missões violentas de Cyberpunk 2077, uma missão secundária se destaca pelo humor e pelo absurdo: “Machine Gun”. Nela, V encontra uma pistola inteligente com personalidade própria, chamada Skippy.

A arma conversa com o jogador, canta músicas, faz piadas ruins e ainda pede que você escolha entre dois modos: um que só atira nas pernas e outro que mira direto na cabeça. Mas depois de alguns tiros, Skippy muda o modo sozinho, sem aviso. Skippy é uma das melhores armas do game. O que parece só uma piada acaba virando uma missão estranha e divertida.
Porém, em algum momento, a arma tenta convencê-lo a devolver Skippy para sua verdadeira dona e, se o jogador decide devolver a arma, perde Skippy de vez. Se não, ela insiste em tentar convencê-lo ou você fica ouvindo reclamações da própria arma. É uma missão curta, mas com tanto carisma que virou uma das mais lembradas do jogo.
“Encontrar o Sangue de Lathander” - Baldur'sGate 3
Ad
“Encontrar o Sangue de Lathander” é uma missão secundária em Baldur's Gate 3 curta que acontece no Mosteiro Rosymorn durante a parte da missão pessoal de Lae'zel para visitar o berçário githyanki. A missão é uma mistura de mistério e resolução de enigmas, enquanto o grupo segue pistas deixadas nos momentos finais do mosteiro antes de sua queda para os githyanki. Além do objetivo de encontrar o Sangue de Lathander e dos diversos quebra-cabeças, a quantidade de lore sobre Lathander e Faerûn aprendida durante essa missão é fantástica e, ao mesmo tempo, comovente.
O mosteiro precisa ser explorado minuciosamente para encontrar todas as peças do primeiro enigma, o que permite ao grupo entender o quanto foi perdido quando os githyanki invadiram esse local de peregrinação. Depois que o grupo se encontra com os githyanki e conversa com Vlaakith, um túnel secreto leva ao enigma final, onde armadilhas devem ser desarmadas antes que o Sangue de Lathander possa ser alcançado. E, se você deixar o templo cair em cima do Astarion, você vai ter uma das melhores performances de Neil Newbow do jogo ao revivê-lo.
“Birth of the Conservation Movement” – Red Dead Redemption: Undead Nightmare
O que começa como uma missão simples rapidamente se transforma em algo perturbador e difícil de esquecer. Em Red Dead Redemption: Undead Nightmare, a missão “Birth of the Conservation Movement” é passada para John Marston por um estranho que delira sobre sasquatches comedores de bebês vivendo nas florestas de Tall Trees.

A missão exige que o jogador cace e elimine essas criaturas, que, na verdade, são pacíficas e fogem quando percebem a aproximação. Só isso já é desconfortável. Mas o tom muda completamente quando encontramos o último Sasquatch, que implora para ser morto após testemunhar o extermínio de todos os seus semelhantes. Ele revela que sua espécie é herbívora e jamais fez mal a um humano sequer. O jogador se vê diante de uma escolha sem sentido ou satisfação: dar fim ao sofrimento da criatura ou simplesmente ir embora.
Essa missão marcou muitos jogadores por sua carga emocional inesperada. Um exemplo de como até um spin-off zumbificado como Undead Nightmare pode entregar algo genuinamente memorável.
Ad
Silver Shroud – Fallout 4
Essa missão secundária de Fallout 4 é completamente diferente das outras. “The Silver Shroud” permite ao jogador viver um super-herói retrô dos quadrinhos, com direito a traje, dublagem e falas ao estilo rádio dos anos 1940. O personagem principal assume o papel do Shroud, aplicando justiça à sua maneira em uma Boston pós-apocalíptica.

O charme dessa missão está no tom exagerado, como se fosse um episódio de rádio antigo misturado com um filme noir de baixo orçamento. É uma mudança completa de tom em relação à atmosfera mais séria do jogo. E mesmo assim, não perde impacto.
A missão ainda conta com transmissões de rádio que guiam o jogador pelas etapas da jornada, mantendo o clima teatral até o fim. Ela é tão marcante que muitos fãs consideram uma das melhores missões não apenas de Fallout 4, mas de toda a franquia.
Perfect Crime – Batman: Arkham Knight
A série Batman Arkham tem várias missões com pegada de horror psicológico, especialmente quando o Espantalho está envolvido. Mas em Arkham Knight, uma missão paralela chamada “Perfect Crime” leva isso a outro nível. Enquanto patrulha os céus de Gotham, o jogador pode ouvir uma música de ópera estranhamente deslocada. Ao investigar a origem do som, encontra-se uma cena de crime grotesca: um corpo mutilado e posicionado como se fosse uma obra de arte macabra.

Ad
O caso se desenrola conforme o jogador encontra outros cadáveres dispostos da mesma forma. Usando suas habilidades de detetive, Batman conecta os crimes a um personagem tão perturbador quanto pouco conhecido: o Professor Pyg.
Pyg é um cirurgião insano que tenta criar “corpos perfeitos” a partir de pessoas comuns. Quando falha, ele mata a vítima ou a transforma nos "Dollotrons", aberrações sem identidade que atacam Batman na parte final da missão. A tensão, o clima de horror e o senso de urgência fazem dessa uma das missões mais pesadas e marcantes da franquia Arkham.
Treason - Mass Effect 2
Tali, um membro da tripulação do Comandante Shepard em Mass Effect 2 é acusado de traição contra a frota quarian. As acusações afirmam que ela enviou geth ativos para os quarians, o que é uma ofensa grave, dado o conflito de longa data entre as duas raças. Shepard acompanha Tali ao seu julgamento a bordo da Flotilha Quarian.

O julgamento revela rapidamente que a situação é complexa, envolvendo o falecido pai de Tali e suas pesquisas sobre os geth. Shepard pode escolher defender Tali reunindo provas, usando persuasão ou demonstrando lealdade, o que impacta o status dela perante seu povo e sua jornada. A missão pode terminar com Tali sendo absolvida, exilada (a menos que Shepard intervenha) ou com a verdade sobre as ações de seu pai vindo à tona, afetando a posição de Tali na sociedade quarian.
A missão destaca temas de lealdade, família e as consequências de ações passadas, aprofundando ainda mais o personagem de Tali e sua relação com Shepard e a tripulação. Agora, quando conhecer o capitão da nave Qwib-Qwib, não pergunte para ele o motivo do nome.
The Bloody Baron – The Witcher 3: Wild Hunt
Ad
“The Bloody Baron” talvez seja a missão secundária mais famosa da última década. E com razão. Ela começa como uma simples busca de Geralt por uma mulher desaparecida, mas rapidamente se transforma em uma das histórias mais densas e emocionalmente complexas já contadas em um jogo.

O Barão Philip Strenger pede ajuda para encontrar sua esposa e filha. Aos poucos, Geralt descobre camadas de abuso doméstico, trauma, feitiçaria e um passado envolto em arrependimento. Dependendo das escolhas do jogador, os desfechos variam — mas nenhum deles é feliz. A missão mostra como decisões erradas podem levar a consequências trágicas, como o suicídio do Barão ou a destruição da família.
Além disso, a missão apresenta criaturas bizarras como o Botchling — um feto amaldiçoado que pode ser transformado em um espírito guardião, se o jogador escolher o caminho mais difícil. É uma história que poderia ser adaptada para cinema ou TV facilmente, e que prova como The Witcher 3 elevou o padrão de narrativa em games.
Shoot This Guy in the Face – Borderlands 2
Na contramão da seriedade de The Witcher 3, Borderlands 2 entrega uma das missões mais absurdas e hilárias da história dos games. “Shoot This Guy in the Face” é exatamente o que o nome diz. Um NPC chamado Face McShooty pede, implora e grita para que você atire bem na cara dele. Sem pegadinha, sem enrolação. Só isso.

A missão não tem desenvolvimento emocional, não faz parte de nenhuma trama maior e não traz nenhuma revelação. Mas o tom exagerado, o humor agressivo e a quebra completa de expectativa fazem dela inesquecível. O absurdo é tão grande que se torna genial. E é esse tipo de nonsense que define o espírito de Borderlands.
Ad
Whodunit? – The Elder Scrolls IV: Oblivion
Entre todas as ótimas missões de Oblivion, “Whodunit?” é um destaque absoluto. Nela, durante a quest da Dark Brotherhood, o jogador recebe a tarefa de eliminar cinco convidados em uma mansão, sem ser visto por nenhum deles. Então, todos são trancados em uma casa com a desculpa de que será uma caça ao tesouro e quem vencer, poderá ficar com o dinheiro.
A ideia é transformar um simples assassinato em uma espécie de jogo psicológico, onde o jogador age como assassino e manipulador ao mesmo tempo.

A genialidade da missão está no comportamento dos NPCs. Eles começam a desconfiar uns dos outros, brigam, entram em pânico, e o jogador pode usar isso a seu favor. É possível até fazer com que se matem entre si, enquanto você assiste. A missão mistura mistério, humor negro e estratégia de um jeito que quase nenhum jogo conseguiu replicar desde então.
Demolition Man – GTA: Vice City
Nem toda missão memorável é querida. Às vezes, o trauma deixa uma marca tão grande que a missão entra para a história — como “Demolition Man”, em GTA: Vice City. A missão parece simples no papel: usar um helicóptero de controle remoto para plantar explosivos em um prédio em construção. Mas os controles travados e a física bugada transformam essa tarefa em um inferno.

Ad
Muitos jogadores ficaram presos nessa missão por dias. A frustração de tentar manobrar o helicóptero por corredores apertados e escadas cheias de obstáculos, tudo com limite de tempo, foi o suficiente para quase fazer muita gente desistir do jogo. Mesmo assim, vencer essa missão virou um troféu pessoal. Quem passou, nunca esqueceu. Quem não passou, provavelmente ainda sente raiva.
— تعليقات 0
كن أول من يعلق