Review: Sonic x Shadow Generations

Sonic Shadow Generations acaba de sair do forno. O mais novo jogo da SEGA é uma versão aprimorada do jogo original de 2011. Porém, não se trata de uma simples remasterização do conteúdo clássico, mas também de uma nova campanha desenvolvida do zero, protagonizada por Shadow, adicionando uma nova experiência de gameplay, e uma profundidade maior no enredo do jogo.

Particularmente, fiquei muito animado com o anúncio desse lançamento. Que coincidentemente, aconteceu no mesmo período que eu estava imerso em uma série de jogatinas de Sonic, começando com Sonic Origins, que traz os clássicos do Mega Drive, e mais recentemente Sonic Mania, lançado em 2017, mas seguindo a mesma pegada 2D/Pixel Art dos clássicos, um jogo simplesmente perfeito.

Desenvolvedora: Sonic Team, SEGA

Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Switch, Xbox Series, Xbox One e PC

Gênero: Acão, Aventura

Lançamento: 22 de outubro de 2024*

As melhorias gráficas no jogo original são sutis, mas perceptíveis. Embora o visual de Sonic Generations já fosse lindo, agora há pequenos aprimoramentos tanto no visual in-game quanto nas animações. No entanto, o verdadeiro destaque gráfico está nas fases e cenários criados para Shadow Generations, que são absolutamente espetaculares.

A SEGA conseguiu manter e superar o nível de qualidade visual. No entanto, apesar de algumas alterações nos diálogos e cenas, o visual datado das cutscenes animações originais ainda transmite a sensação de que poderia ter recebido mais atenção para se alinhar à excelência das novas cinematográficas.

A SEGA poderia ter optado por lançar um jogo exclusivo do Shadow, mas enxergou a oportunidade de aprimorar a história contada em 2011, e isso foi uma ótima decisão. O enredo criado para o novo jogo se encaixa muito bem nos eventos do original, enriquecendo a trama de maneira orgânica. Além disso, o timing é perfeito, apresentando a origem de Shadow pouco antes do lançamento do terceiro filme nos cinemas, o que só fortalece a conexão entre as mídias e aumenta a expectativa dos fãs.

E a SEGA não parou por aí. Recentemente, anunciou que o jogo receberá uma nova fase inspirada no filme, como parte de uma atualização de conteúdo adicional. Embora poucos detalhes tenham sido revelados, a atualização deve contar com a participação especial de Keanu Reeves está prevista para o dia 12 de dezembro.

A jogabilidade do jogo original também recebeu algumas pequenas mudanças, sendo a principal delas a adição do Drop Dash, introduzida em Sonic Mania (2017). Essa habilidade permite ao Sonic realizar um Spin Dash no ar, ou seja, ele atinge o solo já rolando e mantendo alta velocidade.

Vale destacar que, embora essa habilidade seja extremamente útil na versão clássica do Sonic, ela também foi incluída no Sonic moderno. No entanto, nesse caso, sua utilidade é mais simbólica, já que a habilidade de boost faz mais sentido para essa versão do personagem.

Em relação a Shadow, ele conta com um arsenal de habilidades devido ao uso de uma das Esmeraldas do Caos e à influência de um tipo de Lodo que foi unido a ele por Black Doom. Essas habilidades são adquiridas ao longo da campanha e permitem a introdução de novos desafios, tornando a experiência mais dinâmica e divertida. Entre essas novas capacidades, estão surfar na água, crescer asas para voar, entre outras.

A estrutura de fases de Shadow se mantém as mesmas do jogo original, com atos em 2D e em 3D. A diferença é que senti a jogabilidade do 2D muito fluída para o Shadow, mesmo sem ter um Shadow Clássico e barrigudinho, os desenvolvedores acertaram a mão aqui.

Outro ponto interessante é o HUB de fases em Shadow Generations que é bem diferente da área linear em 2D do jogo original. O White Space é uma “zona aberta” semelhante ao que vimos em Sonic Frontiers (2022). Eu, particularmente, gostei mais da experiência em 3D, embora reconheça que pode ser um pouco mais confusa. Algumas melhorias poderiam ser feitas para deixar o mapa exibido na tela de pause mais intuitivo, por exemplo. Mas, sinceramente, considerando o tamanho desse mundo aberto, isso não chega a ser um problema.

Outra mudança significativa foi a transformação do sistema de vidas, que agora é opcional. Por padrão, o jogo não impõe um limite de vidas como ocorria nas versões anteriores, uma tendência comum nos jogos modernos que buscam evitar a dificuldade baseada na quantidade de vidas disponíveis. Acredito que essa foi uma decisão acertada, similar ao que foi feito em Crash Bandicoot 4, por exemplo.

A Fórmula de Generations: Sabemos do desafio que a SEGA enfrenta para agradar os fãs de Sonic, já que existe uma grande divisão entre o estilo de gameplay preferido por cada um. Por isso, acho que foi uma decisão segura apostar na estrutura de sucesso que apresenta fases 2Ds, 3Ds com durações mais longas e equilibradas, além dos Desafios curtos e rápidos, mas divertidos e variados.

Duração: Eu gastei um pouco mais de cinco horas para finalizar a campanha de Shadow. Embora não seja um jogo longo, se considerarmos as novas fases inspiradas no filme que serão lançadas em dezembro e a duração do jogo original, ele acaba oferecendo uma duração justa.

Localização: Diferentemente do jogo original, o remaster agora conta com legendas em português, tornando a experiência mais acessível.

Campanha do Shadow: O novo jogo entrega um resultado à altura da geração atual, com jogabilidade envolvente, uma boa história e gráficos de qualidade.

Trilha Sonora: Os produtores conseguiram manter o alto nível da franquia, e a trilha sonora está excelente. Além disso, caso você não goste ou se canse de alguma das músicas, existe a opção de trocar as faixas durante as fases, oferecendo uma experiência personalizada.

História e Cinemáticas do Jogo Original: Apesar das mudanças nas animações e diálogos, que melhoram a experiência em relação ao jogo original, a forma como a história da campanha do Sonic é contada acaba parecendo mais simples e menos elaborada em comparação à de Shadow. Além disso, geraram-se algumas inconsistências nas cenas, resultantes de diálogos alterados sem a devida modificação nas animações.

A Física do Sonic Clássico: Tive a impressão de que o Sonic clássico continua um pouco pesado, algo que alguns jogadores já apontavam em 2011. Pode ser que eu tenha sentido isso com mais intensidade por jogar Sonic Mania recentemente e ainda precisar de um tempo para me readaptar à jogabilidade do Sonic em Generations.

Dificuldade dos Chefões: As batalhas contra os chefões são visualmente impressionantes, divertidas e criativas, mas falta equilíbrio na dificuldade. No geral, são bem tranquilas, e sinto que poderiam ter desafiado mais os jogadores.

Sonic x Shadow Generations foi, sem dúvida, um jogo que me agradou muito. Tudo está lindo, dinâmico e divertido. Os pontos negativos são apenas detalhes que não impactaram de forma significativa na minha experiência. Recomendo fortemente o jogo, tanto para quem já jogou a versão de 2011 quanto para novos jogadores, especialmente para aqueles que, assim como eu, não conhecem muito sobre o Shadow.

Sonic x Shadow Generations é um jogo que será lembrado com carinho pelos fãs e que pode servir de referência para a franquia trilhar bons caminhos no futuro.