Hideo Kojima: Uma Trajetória Marcante na Indústria dos Games
Hideo Kojima é considerado uma lenda da indústria dos jogos. Não apenas por seus jogos criados e ter sido vice-presidente da Konami, mas também pela sua paixão e inovações que trouxe para os vídeo-games.
Nascido em 24 de agosto de 1963 no Japão, na cidade de Tóquio. Koijma sempre foi apaixonado pela sétima arte. Passou parte de sua infância indo aos cinemas ver os filmes clássicos, que, eventualmente, seriam inspirações para uma de suas obras mais conhecidas: Metal Gear.
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Ele sonhava em ser diretor de cinema, mas acabou se tornando designer de uma empresa de jogos em 1986: a Konami. O primeiro game no qual trabalhou e como diretor assistente foi Penguim Adventure. O primeiro jogo desenvolvido por ele seria Lost World, no mesmo ano, mas a Konami cancelou o projeto.
Em 1987, Metal Gear foi lançado para MSX2. O jogo utilizava diversos elementos como ação, tiro, explosões e espionagem, que eram muito populares nos filmes da época. A Konami foi relutante no início, porém, seguiu com o projeto e deu seu devido valor após seu sucesso de vendas e críticas. Apesar de não ter sido o primeiro jogo Stealth, Metal Gear foi quem revolucionou nessa área e redefiniu seus elementos.
A parceria entre Kojima e a Konami teve um fim tumultuado. Durante a produção de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain (2015), surgiram desentendimentos entre Kojima e a Konami, culminando na saída do desenvolvedor da empresa. Foram muitos anos trabalhando juntos e lançando diversos jogos, mas, após esse evento, Kojima daria um novo passo em sua história com os jogos ao fundar o seu próprio estúdio: Kojima Productions.
Fundação da Kojima Productions
Após sua saída da Konami, Hideo Kojima fundou a Kojima Productions como um estúdio independente. Sua missão era continuar a criar experiências inovadoras e desafiadoras. O primeiro projeto do novo estúdio foi Death Stranding em 2019, uma obra ambiciosa que desafiou as convenções dos jogos de ação e aventura, principalmente com a sua premissa de um mundo isolado onde o protagonista era um entregador.
Death Stranding foi inspirado em um conto do escritor Kōbō Abe (Bō ni natta otoko) para o desenvolvimento dos temas e jogabilidade. Este jogo não apenas marcou o retorno de Kojima ao cenário dos videogames, mas também introduziu conceitos inovadores, como a conectividade online de maneiras inusitadas e uma narrativa densa e simbólica.
Hideo Kojima percorre uma jornada na indústria dos games marcada por uma busca incessante por inovações, originalidade, detalhes e abordagem de temas e conceitos de forma cinematográfica e visionária. Servindo de inspiração para gerações de desenvolvedores, ele prova que os jogos possuem uma capacidade muito além de entreter, mas sim, de ser uma arte profunda e impactante na vida das pessoas.
Os 10 Jogos Mais Marcantes de Hideo Kojima
Conheça um pouco sobre os dez jogos mais marcantes de Kojima. Obras que marcaram gerações, consoles e causaram impactos que refletem na indústria dos games até hoje!
Metal Gear (1987)
Metal Gear trouxe diversos elementos que eram muito populares nos filmes do cinema da época. Inicialmente sendo lançado para MSX2, graças ao seu sucesso e vendas foi posteriormente feito uma versão para NES.
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No game, assumimos o papel de Solid Snake, um membro da unidade de forças especiais FOXHOUND enviado para infiltrar a nação fictícia de Outer Heaven. Lá, ele deve destruir o protótipo de um tanque nuclear, o Metal Gear, que ameaça desencadear uma crise mundial. Apesar de não ter sido o primeiro jogo de stealth, foi o título que definiu novos elementos para o gênero e revolucionou o mercado pela sua ousadia.
Snatcher (1988)
Seguindo sua paixão por cinema, no ano seguinte, Kojima lança o visual novel Snatcher. Ambientado em um futuro distópico, onde androides conhecidos como Snatchers se infiltram na sociedade substituindo seres humanos, a trama segue Gillian Seed, um detetive amnésico.
Sua missão é investigar e erradicar os Snatchers enquanto desvenda seu próprio passado. Nele podemos explorar diversos ambientes, coletando pistas e tomando decisões que alteram o desenrolar da história. Apesar de originalmente lançado no Japão, versões posteriores do game foram lançadas para o público ocidental. Snatcher foi publicado para PC-8801, MSX2, PC Engine, Sega CD, PlayStation, Sega Saturn.
Metal Gear 2: Solid Snake (1990)
Lançado apenas no Japão para o MSX2 e disponível como bônus de Metal Gear Solid 2: Subsistance em 2006, Metal Gear 2 foi muito elogiado pela sua história intricada e jogabilidade.
Comparado ao seu antecessor, foi adicionado novos elementos de gameplay como a possibilidade de rastejar, a inclusão do radar e melhorias na IA. O game é situado em 1999, onde seguimos Solid Snake, chamado para infiltrar a nação fictícia de Zanzibar Land. Lá, ele enfrenta uma nova ameaça, Grey Fox, e deve impedir o uso de uma nova arma biológica, o Metal Gear D.
Policenauts (1994)
Lançado para 3DO, PlayStation, Sega Saturn e com um relançamento para o PlayStation Portable, Policenauts foi um jogo que misturava exploração, resolução de quebra-cabeças e elementos em primeira pessoa.
Focado em sua narrativa, a trama se passa em um futuro próximo onde humanos colonizam o espaço. O protagonista, Jonathan Ingram, é um Policenauta - um policial no espaço. Quando é considerado morto e retorna à Terra, Jonathan se envolve em uma conspiração. Este título foi reconhecido muito bem fora do oriente como uma referência de visual novel e marcou a incursão de Hideo Kojima no gênero.
Metal Gear Solid (1998)
Um game que se tornou um marco na história dos vídeo-games. Metal Gear Solid foi um sucesso de vendas, recebeu aclamação crítica por sua história, inovações de gameplay, personagens e jogabilidade envolvente.
No game, Solid Snake é convocado para neutralizar uma ameaça terrorista liderada por Liquid Snake. A história envolve intriga política, conspirações e o legado genético dos personagens, explorando temas de clonagem e manipulação genética.
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Kojima aproveitava cada elemento possível da onde o jogo foi lançado. Fato curioso que, para derrotar um dos chefes, era necessário substituir a porta do controle do player 1 para a porta do player 2, para assim, ele não reconhecer os seus movimentos. Caso um jogador usa-se um controle turbo para, dessa forma, trapacear no desafio da tortura, o jogador perdia instantaneamente - esses elementos nunca haviam sido explorados com tanto ênfase em um jogo de console.
Foi por meio de Metal Gear Solid que Kojima se tornou uma celebridade no mundo dos jogos. Com seus gráficos 3D, dublagem e cenas cinematográficas, ele deu uma experiência muito mais imersiva aos jogadores.
Zone of the Enders (2001)
A cultura em torno de robos gigantes é muito forte no oriente, especialmente devido aos Tokusatsus e animes relacionados a esse tema e Kojima não deixaria de explorar esse universo. Lançado para Playstation 2, Zone of The Enders se passa em um futuro onde colonos em Marte são atacados, levando o protagonista, Leo Stenbuck, a pilotar um mecha de combate conhecido como Jehuty. A narrativa explora temas de guerra, poder e moralidade.
Possuindo uma gameplay de ação rápida e combate fluído, os jogadores controlam o mecha em batalhas aéreas e terrestres contra diversos tipos de inimigos. O jogo oferece uma experiência intensa e visualmente incrível, fazendo qualquer fã de robôs de batalha se sentir parte de um anime ou série do tema.
Embora Kojima não tenha dirigido diretamente o jogo, ele atuou como produtor executivo. Zone of the Enders foi originalmente lançado com uma demo de Metal Gear Solid 2, aumentando a antecipação pelo título.
Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (2001)
Ambientado em 2007, Solid Snake é novamente chamado para uma missão, mas desta vez, os jogadores também controlam Raiden, um novato em situações de combate.
A trama envolve conspirações políticas, controle de informações e questões filosóficas. A narrativa de Metal Gear Solid 2 explorou temas que estão ligados a assuntos contemporâneos, como a manipulação de informação e questionamentos da realidade.
Com esse novo título da franquia, Kojima surpreendeu os fãs utilizando Raiden como protagonista ao invés de Solid Snake. Na sua versão posterior com bônus, Metal Gear Solid 2: Substance, temos as VR Missions, onde podemos jogar com Solid Snake através das Snake Tales e o Skateboarding Mode, onde andamos de skate com Raiden e Solid Snake, ao melhor estilo Tony Hawk’s.
Boktai: The Sun Is in Your Hand (2003)
Boktai foi um jogo extremamente inovador, afinal, junto da sua fita de GBA ele acompanhava um sensor de luz solar embutido no cartucho!
Ao jogar com o protagonista Django, um caçador de vampiros, devemos derrotar diversos inimigos usando a sua arma especial conhecida como "Gun del Sol" (Arma Solar). A combinação de RPG e elementos do mundo real trouxe uma inovação inesperada pelos jogadores e experiencia única.
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Devido a seu sensor, emular esse jogo atualmente é um desafio, e impossibilita muitas pessoas de jogá-lo atualmente.
Metal Gear Solid 3: Snake Eater (2004)
Dando sequência a sua franquia mais poderosa, Metal Gear Solid 3: Snake Eater foi um sucesso assim como seus antecessores. Ambientado durante a Guerra Fria, Snake é enviado para a União Soviética para resgatar um fabricante de armas e sabotar uma super arma experimental.
Diferente dos anteriores que se passavam em ambientes urbanos e industriais, esse novo título explorava as florestas soviéticas repletas de armadilhas tecnológicas. O uso de camuflagem e mecânicas novas impressionaram o público. Era possível, por exemplo, acender um cigarro e queimar com ele as sangue-sugas presas em seu corpo após mergulhar em algum lamaçal.
Lançado para PlayStation 2, Metal Gear Solid 3 recebeu posteriormente uma versão de Xbox e de 3DS onde Kojima buscou usar o 3D do portátil para, mais uma vez, inovar nas mecânicas e experiencias do jogador ao entrar naquele ambiente. Além do uso do 3D do portátil, essa versão foi a única que possuia a mecânica mais avançada de suas versões anteriores: caminhar abaixado e mirar na terceira pessoa foram dois recursos essenciais dele que migraram para o próximo título da série.
Death Stranding (2019)
Baseado em um conto do escritor Kōbō Abe, Death Stranding aborda temas como a conexão entre a vida e a morte. Ele foi o primeiro jogo publicado pela Kojima Productions após a saída de Hideo Kojima da Konami. O game foi inicialmente lançado para o PlayStation 4 e teve sua apresentação em uma conferência da mesma em 2016.
Nele, vivemos o personagem Sam Bridges, que deve enfrentar um evento apocalíptico conhecido como Death Stranding: uma chuva que faz envelhecer tudo aquilo que toca. Sendo um entregador, Sam carrega a última esperança para o futuro de um mundo aniquilado.
Kojima incluiu alguns elementos que conectam as pessoas pelo sistema online do game, mesmo sem que os jogadores precisassem interagir de forma direta um com os outros, mas através do ambiente. Os jogadores podem deixar escadas para auxiliar no caminho e entrega dos próximos players que passarem pelo mesmo local, além de deixar mensagens e dicas de onde o jogador poderá encontrar conflitos, secretos ou até mesmo uma rota mais segura a se seguir.
Apesar de inicialmente lançado com exclusividade para o Playstation 4, o game recebeu uma versão melhorada para o Playstation 5, Windows e uma versão de iPhone está sendo produzida!
Conclusão
Hideo Kojima emergiu como um ícone indiscutível na indústria dos videogames, moldando-a com sua visão ousada e inovações narrativas.
Desde os primórdios com Metal Gear até a criação da Kojima Productions e o lançamento de Death Stranding, sua trajetória é um testemunho da capacidade de transcender limites, desafiar convenções e estabelecer um legado sem deixar suas influências e inspirações de lado. Seus jogos mais marcantes refletem uma carreira dedicada a redefinir a experiência dos videogames, deixando uma marca única na história da indústria.
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