Review - Call of Duty: Black Ops 7

Mesmo jogando com grande parte dos gráficos em qualidade média ou baixa, os cenários do multiplayer continuaram detalhados e vibrantes. A iluminação é bem trabalhada e os modelos de personagens e armas agradam. Porém, na campanha, algumas texturas e animações dos "monstros" podem parecer um pouco menos refinadas, e o modo em terceira pessoa apresenta falhas visuais.

No geral, o jogo é lindo. As cutscenes são de extrema qualidade e você conseguirá aproveitar de uma tecnologia de ponta mesmo com uma configuração que não te permita experienciar o título na qualidade mais alta.

Quanto aos efeitos sonoros, Call of Duty os mantém como um dos pontos fortes. Os tiros e explosões são extremamente impactantes e o áudio 3D é preciso, permitindo que você possa identificar a direção de passos e tiros inimigos com precisão.

A trilha sonora, quando presente, complementa bem a atmosfera - especialmente nos cenários mais tensos da campanha e no modo Zombies. A dublagem também mantém a qualidade.

As campanhas de Call of Duty sempre foram conhecidas por oferecer enredos cinematográficos e sequências de ação memoráveis. Em Black Ops 7, a Treyarch tentou redefinir essa experiência - mas sem tanto sucesso.

A história nos leva ao ano de 2035, com foco em David Mason - filho de Alex Mason - e um novo conflito envolvendo a enigmática Guilda. A grande aposta foi a introdução de uma arma química que manipula o medo, mergulhando os jogadores em cenários de alucinações. Espere encontrar monstros e locais distorcidos, o que traz uma mudança drástica ao se comparar com os campos de batalha militares tradicionais de CoD.

O problema central é que a campanha foi claramente desenhada para o co-op de 4 jogadores. Se você optar por jogar sozinho, sentirá a ausência de bots aliados, que deixa David em diálogos solitários que quebram a imersão e ilustram a lacuna no roteiro.

Além disso, o tão esperado retorno de um vilão clássico da série se revela uma decepção, sendo utilizado de uma forma que pode ser vista como um desrespeito ao material original e aos fãs mais antigos.

O endgame da campanha traz um modo de mundo aberto em Avalon, transformando-se em um extraction shooter genérico que, infelizmente, não se destaca. Há também a opção de jogar em terceira pessoa, mas esta modalidade, como mencionado, carece de polimento e pode apresentar bugs - tornando a perspectiva clássica em primeira pessoa a mais recomendada.

Em suma, a campanha de Black Ops 7 é uma tentativa de renovar, mas peca pela falta de foco na experiência solo e por alterar elementos centrais da franquia.

A campanha deixou a desejar, mas não podemos dizer o mesmo do modo multiplayer, que entrega uma experiência sólida e que trouxe muitos ajustes já pedidos pela comunidade. Black Ops 7 se destaca por tornar as partidas mais táticas e menos frenéticas que o antecessor. A inserção da assistência de mira também é um ponto extremamente positivo.

Com uma reformulação do matchmaking, Black Ops 7 agora não baseia seu balanceamento apenas em habilidade, criando lobbies mais variados sem que você encontre os mesmos oponentes em várias partidas consecutivas.

Há uma grande variedade de mapas, e a boa notícia é que muitos dos favoritos dos fãs, como Raid e Hijacked, voltaram de maneira remasterizada. Essa nostalgia, combinada com a jogabilidade refinada e o matchmaking aprimorado, solidifica o multiplayer como a principal razão para mergulhar em Black Ops 7.

Vale mencionar que, em uma atualização após o lançamento, o clássico cenário de Nuketown também foi adicionado com aprimoramentos visuais. Confira:

Black Ops 7 entrega uma experiência robusta e cheia de inovações para os fãs do conhecido modo de sobrevivência contra hordas. O Zombies continua sendo um dos diferenciais da série.

O mapa Cinzas dos Condenados é um destaque, sendo descrito como o maior mapa baseado em rodadas já visto na história dos títulos Black Ops. Situado no Dark Aether, ele oferece uma vastidão para explorar e múltiplos objetivos a serem cumpridos. A inclusão de veículos para transitar entre as áreas é uma adição que agrada, facilitando a movimentação e adicionando uma camada estratégica ao gameplay.

Além disso, o modo Zombies traz de volta sistemas clássicos amados pelos fãs, como os chicletes, que adicionam um elemento de sorte e estratégia à sua sobrevivência.

Para aqueles que buscam uma diversão diferente, o retorno de Dead Ops Arcade 4, o minigame twin-stick shooter, oferece um toque arcade junto de uma progressão. São dezenas de fases, cenários e melhorias para usufruir, um mundo totalmente à parte de Call of Duty.

Não se preocupe caso seja seu primeiro jogo da franquia, claro que o background das campanhas dos outros títulos, como do Black Ops 2, agrega para a história. Mas você conseguirá aproveitar tudo do jogo - mesmo sendo completamente inexperiente com o gênero FPS.

Os modos Multiplayer e Zumbis oferecem tutoriais completos, citando os principais atalhos e trazendo indicadores para te guiar nestes primeiros passos!

O desempenho de Black Ops 7 trouxe surpresas principalmente positivas!

O único imprevisto que tive foi precisar atualizar o driver da NVIDIA, além da bios - com o intuito de comportar o TPM (Trusted Platform Module) 2.0, um chip de segurança usado para evitar hacks. Isso pode ter ocorrido apenas por minha configuração ser de alguns anos atrás, e não ser necessário a você, mas todo este processo levou algumas horas e não deixou de ser desgastante.

Os avisos sobre as atualizações levam a um fórum do próprio jogo, com textos, imagens e vídeos explicativos - o que ajuda muito!

Com um hardware mais antigo - citado no início do artigo -, e a necessidade de diversas atualizações, esperava uma experiência afetada por quedas de FPS e bugs visuais. Mas não foi o que me ocorreu, todas as dezenas de horas jogadas para a criação desta review foram de extrema qualidade! Desde os grandes cenários da campanha até a enxurrada de inimigos no Zumbis, nada provocou travamentos na minha máquina.

Prós

Contras

NOTA FINAL: 7.2

Call of Duty: Black Ops 7 poderia beirar a perfeição, os quesitos técnicos são impecáveis - áudio e visual de alta qualidade, gameplay extremamente viciante e refinada, tudo isso unido a uma otimização incrível. O problema é que desconsiderar o roteiro e a estrutura co-op da campanha é impossível, a experiência solo basicamente não existe aqui.

Se você prioriza o multiplayer competitivo e a diversão com amigos no modo Zumbis, Black Ops 7 é, sem dúvida, uma excelente pedida. As mudanças no matchmaking e o foco em uma jogabilidade mais ajustada o tornam um forte candidato a redefinir os modos online.

Porém, não recomendo para os que buscam uma experiência de um jogo de história, estes infelizmente se frustrarão com uma sequência de missões que, não só se perdem entre si, como ferem os acontecimentos do passado da franquia.

Black Ops 7 prova que Call of Duty continua sendo uma força no cenário dos FPS, mesmo quando não acerta em todas as frentes. É um pacote que, no geral, entrega uma diversão imensa e um multiplayer para se perder por centenas de horas.