Voltando a Savage Planet

Revenge of the Savage Planet é sequência do aclamado Journey to the Savage Planet (2020), que chega para ampliar a fórmula original com mais planetas, mecânicas criativas e uma sátira ao capitalismo corporativo. Desenvolvido pelo estúdio Raccoon Logic formado por ex-membros da Typhoon Studios (que foi adquirida e depois fechada pela Google), o jogo mantém o humor absurdo e a exploração metroidvania do primeiro, mas agora em terceira pessoa e com um alvo galáctico. O game é uma experiência que combina irreverência, criatividade e uma jogabilidade muito viciante.

Gameplay: Goo, Plataformas e uma Pitada de Caos

Revenge of the Savage Planet é focado na exploração interplanetária e na progressão baseada em upgrades. Desta vez, você visita quatro planetas distintos, como o pantanoso Stellaris Prime e o desértico Xephyr, cada um com biomas, puzzles e ecossistemas únicos. A mudança para a perspectiva em terceira pessoa permite ao jogador dar mais ênfase no gênero plataforma, com mecânicas como ganchos, grind em trilhos energéticos e um "stomp" aéreo que lembra jogos clássicos de ação.

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Porém, o que chama mais atenção é o sistema de goo. Com uma mangueira que coleta e espalha substâncias coloridas, você resolve puzzles e domina os combates.
Cada goo tem suas próprias características, mecânicas e funcionalidades:
- Goo roxo conduz eletricidade, ativando mecanismos ou eletrocutando inimigos.
- Goo verde é inflamável e escorregadio, ideal para armadilhas em co-op.
- Goo vermelho queima tudo no caminho, enquanto a água (goo azul) limpa obstáculos.
Os goos são complementados por upgrades como um garfo magnético para manipular metais e sementes que dissolvem seiva endurecida. A cada novo item que adquirimos, abrindo áreas que anteriormente eram inacessíveis, e essa parte do jogo é muito satisfatória, embora dependamos da base Nu Florida para fabricar upgrades, algo que pode quebrar um pouco o ritmo em alguns momentos.

Narrativa: Humor com Sátira e Toques de Absurdo
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A história gira em torno de um colonizador espacial acordado após 100 anos de criosono. Ele descobre que foi demitido pela Alta Interglobal, uma megacorporação que comprou sua antiga empresa. Notamos claramente que a trama do jogo é uma crítica à ganância corporativa, com cutscenes live-action repleta de paródias de anúncios absurdos (como um minerador de criptomoedas nasal) e CEOs que além de esquizitos são o tipo grotesco de pessoa que não gostaríamos de encontrar, como Martin Tweed, que tem uma aparência que ridiculariza os magnatas do business.

O humor é inspirado em Tim & Eric e Rick and Morty, algo que tem seus acertos ou erros:
- Acertos: Piadas visuais (como criaturas com nádegas no rosto) e e-mails corporativos hilários.
- Erros: Os diálogos do drone EKO são muito repetitivos e as piadas ficam excessivas demais, como, por exemplo, comerciais de "correntes de muco".
A narrativa perde a força quando abandonam a sátira para discutir outros temas, mas o tom geral permanece leve, gerando um contraste bom.

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Mundos e Design: Beleza Vertical

Enquanto o primeiro jogo se passava em um único planeta com biomas interconectados, Revenge of the Savage se expande para quatro planetas, cada um com sua própria identidade visual:
Mundo de Stellaris Prime: Selva exuberante, base inicial com trailer personalizável.
Mundo de Xephyr: Desertos escaldantes e oásis escondidos.
Mundo de Zenithian Rift: Combinação de frio extremo e vulcão ativo.
Mundo de Planeta Bônus: Revelado apenas no final, com uma surpresa narrativa.
A verticalidade do jogo impressiona, com cavernas subterrâneas e montanhas que exigem ganchos e Jetpack para escalar.
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Co-op: A Melhor Forma de Jogar

O modo cooperativo (online ou split-screen) é onde o jogo brilha em toda sua essência. Porém, os diálogos constantes de NPCs atrapalham a comunicação entre os jogadores. Outro detalhe é que algumas missões são claramente projetadas para single-player, deixando o co-op um pouco confuso, algo que pode ser melhorado com correções futuras.

No co-op os parceiros podem:
- Combinar goos para criar armadilhas (ex.: escorregador verde + lava no final).
- Dividir tarefas.
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- Trollar um ao outro com mecânicas caóticas, lembrando Divinity: Original Sin.
No single-player, a experiência não tem todo esse encanto, especialmente em planetas grandes que parecem vazios sem um parceiro, mas para pessoas que gostam de explorar sozinhas acaba sendo algo bom e prazeroso.

Combate: O Calcanhar de Aquiles

O combate é o ponto mais fraco do jogo, deixando claro que talvez essa não seja a principal característica de Revenge of the Savage Planet. A arma principal é uma pistola que não oferece muito, os inimigos, embora variem visualmente, repetem muito os padrões de ataque.
Capturar criaturas (um sistema tipo Pokémon) é mais satisfatório que lutar, mas exige precisão para acertar os pontos fracos, algo que nem sempre funciona devido a controles "floaty". Mas depois que acostumamos com o sistema de captura, o jogo flui sem problemas.

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Customização e Detalhes Encantadores

Sua base em Nu Florida permite decorar um trailer com móveis absurdos e engraçados, como:
- Esteira de hamster gigante.
- Máquina de abraços.
- Privada com buraco negro para dejetos.
Mesmo não tendo nenhuma relação ou impacto na história, ou jogabilidade, esses elementos trazem um tom irreverente, além de divertir bastante na hora de decorar seu trailer. Há também recompensas de cosméticos, como skins para a roupa espacial, obtidas ao escanear flora e fauna.

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Performance

O jogo roda bem em todos os sistemas, seja no PS5, Xbox Series X/S e PC, com cores vibrantes que impressionam e encantam os olhos.
Não tive problemas jogando no Xbox Series X/S , mas vi que outras pessoas, principalmente em PC detalharam bugs ocasionais como:
- Inimigos não spawnam corretamente.
- Plataforming que prende o jogador em texturas.
- A habilidade de defletir projéteis às vezes falha.
Embora não seja nada crítico, com certeza a equipe de desenvolvimento trará patches de correção.
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Prós e Contras

Prós
- Exploração Recompensadora: Cada planeta é um labirinto vertical repleto de segredos, exigindo retornos com upgrades para áreas antes inacessíveis.
- Customização e Detalhes: A base Nu Florida permite decorar trailers com itens surrealistas, como máquinas de abraços e paredes de prêmios corporativos, reforçando o humor.
- Progressão Orgânica: Upgrades como pulo duplo, gancho e jato de água são integrados, incentivando a experimentação in-game.
- Visual Vibrante: Cores intensas destacam biomas como desertos alaranjados e selvas fluorescentes, com designs de criaturas lindas.
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- Música e Atmosfera: Trilha sonora excêntrica e combina com o tom cartoon.

Contras
- Combate Insatisfatório: A pistola principal não possui impacto tátil e inimigos repetem padrões de ataque.
- Inimigos Repetitivos: Apesar da variedade visual, muitos inimigos reaparecem com pequenas alterações, reduzindo o desafio.
- Bugs Técnicos: Inimigos que não spawnam, colisões em plataformas e habilidades de defesa falhas.
- Co-op Mal Integrado: Diálogos constantes de NPCs atrapalham a comunicação entre jogadores, e algumas missões são claramente projetadas para single-player.

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Conclusão: Vale a Pena?
Revenge of the Savage Planet é uma sequência que entrega mais do anterior em escala e variedade, mas pode parecer estranho para os fãs do primeiro ao perder um pouco do foco original. A exploração é muito recompensadora, o humor arranca muitas risadas, e o co-op é uma experiência maravilhosa. No entanto, o combate fraco e a estrutura fragmentada dos planetas podem frustrar quem busca uma experiência mais polida.
Recomendo para fãs de metroidvanias, jogadores casuais que curtem humor absurdo e quem busca um co-op divertido sem ser competitivo.
Revenge of the Savage Planet está disponível para PS5, Xbox Series X/S e PC.
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