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Visions of Mana: Primeiras Impressões da Demo

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A demo de Visions of Mana foi lançada em 30 de julho e apresenta uma primeira olhada no novo título da série de RPGs, com um mundo colorido, uma história para todos os públicos e um combate engajador, mas requer melhorias. Confira nossas primeiras impressões!

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rivisto da Romeu

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A série Mana é uma das jóias de ouro a era dos games dos anos 90. Iniciado originalmente como um Spin-Off de Final Fantasy, a franquia ganhou identidade própria com Secret of Mana, lançado em 1993 e com um remake lançado em 2018.

Desde então, a série se consagrou com alguns títulos através das gerações, com o mais famoso deles sendo Legend of Mana, de PlayStation One, aonde jogadores moldavam sua aventura conforme descobriam novas cidades e masmorras, com total controle sobre sua disposição no mapa e um sistema customizável de combate com diversas armas disponíveis.

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Em uma primeira impressão, o novo jogo da série, Visions of Mana, não tem a mesma liberdade de construção de narrativa da obra mais famosa da série, mas combina temas recorrentes da série com um sistema de classes, elementos e troca de personagens e o tornam um potencial lançamento notório nos gêneros de Aventura e Action RPG de 2024.

As Primeiras Impressões de Visions of Mana

Visions of Mana acompanha a aventura de Val, um jovem do vilarejo de Tianeea. O protagonista se torna o guardião da sua amiga de infância, Hinna, e a acompanha em sua peregrinação para a Árvore de Mana. Somos apresentados a dois outros personagens na demo: Morley, um homem-gato do qual conhecemos um pouco mais da sua história e Careena, uma meio-humana e meio-dragão acompanhada do seu melhor amigo, o pequeno dragão Ramcoh.

Juntos, este grupo viaja por regiões nevadas para chegar nas vastas planícies de Illystana, e de lá ir até o porto de Rhata, aonde precisam pegar um navio. Em pouco mais de uma hora de gameplay (podendo chegar até duas se explorarmos cada detalhe ao invés de focarmos na história principal), Visions of Mana apresenta uma narrativa leve, uma típica aventura clássica em um mundo semiaberto colorido, mágico e cheio de perigos.

Uma Aventura para Jovens e Adultos

Desde o primeiro minuto, a demo apresenta um mundo com paletas bem marcantes até nas regiões nevadas em que estamos inseridos, com personagens estilizados e roupas bem coloridas, além de detalhes instigantes na coloração dos olhos, e conforme exploramos o mapa, mais cores ele vai ganhando: o verde vívido das planícies que contrasta bem com o marrom das montarias ou o azul do céu, os tons de azul das folhas das árvores no porto se encaixando em harmonia com o ambiente e com os NPCs.

Tudo parece muito mágico, e deve ser: a série Mana é conhecida por trazer esse traço mais colorido e leve para os RPGs mesmo quando arcos da sua história são intensos, e Visions traz, especificamente, esse ar de “grande jornada” ou “uma aventura inesquecível”, mas com a leveza necessária mesmo quando aborda, por exemplo, a ganância humana.

Imagem: Square Enix
Imagem: Square Enix

Sua leveza é refletida também nos diálogos, com um tom mais infantil e menos voltado para colocações longas e mais complexas. Cada frase soa bem objetiva, clara, limpa e sem nuances, voltada para um público mais jovem e sem medo de parecer “bobo demais” para adultos. Seus gráficos e design de criaturas, muitos com elementos recorrentes da série, também refletem a intenção de atrair esse público e colocar Visions of Mana no papel de “um jogo para quase todos”, dado que sua classificação indicativa ainda aponta para temas levemente sugestivos e violência de fantasia.

Sistema de Classes parece promissor

O Sistema de Classes é um dos maiores atrativos que o jogo tem. Nele, personagens controláveis e/ou usados pela IA podem mudar de função e estilos de combate ao se transformarem em classes distintas acessadas pelo menu principal. Na demo, temos algumas opções disponíveis para experimentar, e a maioria delas traz uma proposta nova para o personagem.

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Imagem: Square Enix
Imagem: Square Enix

As roupas, equipamentos e armas também mudam com as classes e podem agregar em várias camadas de customização possíveis para sua equipe e diversificar os estilos de gameplay para cada jogador com base no seu gosto pessoal; se prefere ataques mais pesados e lentos, ou um personagem mais ágil, mas que precisa se aproximar dos inimigos, ou algo mais voltado para golpes a distância.

Não temos ainda uma noção completa do escopo que o sistema de Classes pode ter em Visions of Mana, mas dentre todos os elementos apresentados na demo, ele tem o maior potencial de crescimento e inovação, possibilitando até a busca por uma “party” ideal com combinações especificas de classes para cada desafio.

Exploração não inova, mas é confortável

Explorar os mapas da demo é bem divertido: existem itens para coletar, tesouros a serem encontrados e inimigos no meio do caminho para combater e ganhar experiência. É a clássica sensação que um RPG de mundo semiaberto dá aos jogadores e não se distancia muito de outros títulos comparáveis com Visions of Mana tanto em termos de gameplay quanto em direção artística e com alguns toques especais, não exclusivos da série, mas muito bem-vindos, como o uso dos botões de salto e empurrão para alcançar novos lugares e/ou passar por cima de alguns obstáculos.

Imagem: Square Enix
Imagem: Square Enix

As Side Quests da demo soam um tanto genéricas, mas seguem o padrão clássico que RPGs tem adotado faz mais de uma década: derrotar monstros, coletar itens, falar com personagens, entre outras tarefas com oferecem recompensas bem comuns, como itens ou dinheiro.

Há quem odeie este padrão de quest e sinta que eles são um “sandbox” da atual geração, mas no sentido de um jogo confortável e de introdução ao gênero, como este se propõe, essas missões ajudam a se acostumar em ter outras atividades, e para um público mais casual, é bom ter esse tipo de conteúdo.

O Combate precisa de melhorias

Tal qual a exploração, o combate de Visions of Mana segue um padrão comum de Action RPGs, com um esquema de controles para ataque e movimentação enquanto possui atalhos e barras a serem utilizadas para torna tudo mais fluido.

Na teoria, esse sistema funciona perfeitamente bem e tem todos os elementos necessários para criar variedade de gameplay e fazer jogadores adaptarem os controles e comandos da maneira que preferir, mas, na prática, ele precisa de uma atualização.

Apesar de intuitivo, o sistema de uso de magias e recursos não é previsível em uma primeira olhada, tal qual o uso dos ataques médios e fortes, com alguns requerendo um certo timing para funcionar e/ou errando o alvo porque demoram demais para carregar. Os próprios ataques básicos de algumas classes também parecem muito lentos para acompanhar o ritmo proposto por alguns inimigos.

Outro problema é a câmera, onde mesmo com o “Lock” ativado, ela não acompanha seu alvo e lhe obriga a ficar se movendo constantemente para alcançá-lo. O combate também tem complicações na movimentação: o tempo que um personagem demora para performar uma ação e/ou a necessidade de se aproximar demais do inimigo porque ataques automáticos não avançam até ele, ao mesmo tempo que precisamos nos atentar ao nosso redor porque outros inimigos podem te atacar por outros lados, cria situações que dificultam acompanhar o ritmo de tudo o que está acontecendo.

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Os NPCs também têm a falha comum, mas desagradável, de gastar recursos quando não são necessários. É provável que exista configurações no menu do jogo completo para definir como seus personagens devem se comportar e priorizar durante as batalhas, mas na demo, o gerenciamento de recursos pode ser comprometido pela falta de conservação da IA sobre eles, somado com a câmera confusa que fazia o personagem jogável passar tempo demais em um inimigo antes de seguir para os próximos.

Isso não significa que o combate é composto só de defeitos: ele é divertido quando funciona, a mistura e ataques aéreos e personagens compartilhando um ou mais alvos criam alguns sequenciamentos recompensadores e dão aquele sentimento de satisfação, mas existem pontos aonde o jogo precisa de algumas melhorias de qualidade de vida para tornar da gameplay mais agradável.

Conclusão

Visions of Mana parece saber muito bem o que quer ser e se apresenta dessa maneira: um RPG confortável, feito para todo tipo de público e sem ser muito ambicioso em nada, como um cozy game ideal para os fãs de aventura e RPGs, seja para seu tempo livre ou para jogar em casa com seus filhos. O jogo tem potencial, os personagens são carismáticos e o mundo, com gráficos da atual geração de consoles, é muito bonito e com paletas de cores cativantes que trazem a nostalgia para quem viveu outros jogos da série e fascínio para quem nunca experimentou um RPG antes.

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Ele foi construído para atrair diversos públicos, do jovem que acabou de ganhar o videogame dos seus pais até o fã de longa data de JRPGs que pode se interessar em um título da série Mana, mas pelo bem da sua recepção de crítica e público após o lançamento, algumas melhorias de qualidade de vida precisam ser aplicadas ao combate para torná-lo mais fluido e não tropeçar nos mesmos erros que encaramos com outros jogos do seu gênero.

Visions of Mana tem lançamento previsto para 29 de agosto de 2024 e estará disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series e PC.

Obrigado pela leitura!