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Review: The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered - O Retorno Triunfal a Cyrodiil

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The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered traz uma beleza aprimorada neste retorno triunfante à região de Cyrodiil.

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revu par Romeu

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Entre a Nostalgia e a Modernidade

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The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered não é apenas uma atualização visual de um clássico de 2006; é uma celebração de amor a tudo que tornou o RPG de Bethesda um marco histórico dos vídeo games. Lançado como Shadow Drop surpresa em 2025, o remaster combina o DNA caótico do jogo original com melhorias técnicas incríveis, tudo isso mantendo intacta a essência de Oblivion que conquistou fãs por quase duas décadas.

Desenvolvido pela Virtuos em parceria com a Bethesda, o jogo caminha na corda bamba entre modernização e preservação — e, na maioria das vezes, acerta o equilíbrio.

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Quando comecei a jogar Oblivion, a sensação que tive foi de reencontrar um velho amigo com uma estética totalmente renovada. Fiquei deslumbrado com a qualidade dos gráficos que mais parecem um remake. Imediatamente pensei que seria a hora ideal para novos jogadores conhecerem um dos melhores RPG já lançados, que prioriza liberdade criativa e narrativas que se mantêm vivas em nossa memória para o resto da vida.

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Visuais: Um Mundo Renascido no Unreal Engine 5

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A primeira impressão temos ao iniciar Oblivion Remastered é que estamos diante de algo deslumbrante e feito com esmero. Cyrodiil ganha vida com iluminação dinâmica via Lumen, texturas hiper-realistas e distâncias de renderização que transformam paisagens que antes eram estáticas em cenários vivos e vibrantes. Cidades como a Imperial City brilham sob céus detalhados que me fizeram parar por várias vezes, somente para admirar todo o trabalho feito no jogo, masmorras como as Portas de Oblivion ganham uma atmosfera visceral de tirar o folego, com efeitos de partícula e sombras que nos dão uma imersão absurda.

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Porém, algumas características que me incomodam foram mantidas:

- Modelos de NPCs: os personagens ainda mantêm o charme do jogo, porém o olhar vazio e distante, com a aparência que nos leva para o "Vale da Estranheza" (uncanny valley), permanecem. Rostos que oscilam entre o cartoonesco e o perturbador nos encarando feito as bonecas dos anos 80 e 90 que víamos nos quartos das nossas irmãs ou primas, estão lá.

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A sincronia labial melhorou muito, porém, expressões exageradas, olhos fixos ou vesgos persistem em nos encarar, criando um certo desconforto. Embora pareça quase uma homenagem involuntária ao original, é um pouco perturbador e espero que no futuro a Bestheda acabe de vez com esses modelos que me fizeram ter sonhos perturbadores no passado e que hoje dou risada disso.

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Inconsistências Técnicas: Os ambientes externos e naturais são deslumbrantes, encantam desde o primeiro olhar, no enteando, os interiores muitas vezes parecem mais planos e efeitos como reflexos em água variam entre hardware e software Lumen. Não é algo que descodifique o jogo, mas uma observação interessante a citar.

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A Virtuos optou por não reimaginar o estilo artístico original, preferindo apenas melhorar e manter o charme com um visual novo. O resultado é um mundo que parece "como você lembrava", não como ele realmente era. É quase como quando temos lembranças de algum lugar que morávamos ou vivenciamos na infância, na memória parece tudo maior e mais bonito, mas quando retornamos, percebemos que nossa imaginação tende a acrescentar elementos que não existiam, é algo bom, pois nos tira sorrisos e pensamentos do tipo "eu lembrava diferente", essa parte é um acerto para os nostálgicos como eu.

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Gameplay: Melhorias Bem-Vindas Com Sistemas Já Conhecidos

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Qualidade de Vida Moderna

O remaster introduziu alguns ajustes que melhoram o jogo e tornam mais acessível:

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- Botão de Corrida: Algo simples que não existia, porém, necessário e revolucionário no jogo. Reduz toda a lentidão do original e traz mais dinâmica à exploração.

- UI Reimaginada: Os menus são mais intuitivos, um compasso informativo no topo da tela ajuda muito e o sistema de crafting simplificado, como, por exemplo, a coleta automática de ingredientes, deixa tudo mais simples e melhor.

- Sistema de Nível Rebalanceado: O jogo combina o sistema de classes de Oblivion com a progressão mais fluida de Skyrim, reduzindo o incomodo e temido "level scaling" que prejudicava e punia as builds.

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Combate: Avanços e Limitações

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O combate recebeu novas animações e ajustes de IA, mas ainda é o calcanhar de Aquiles do jogo:

- Melee: Continua sem o peso ou impacto visual, com inimigos reagindo pouco aos golpes, embora não seja algo que vá atrapalhar sua experiência final.

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- Magia e Arcos: São as estrelas do jogo, com mira mais precisa e um sistema de feitiços personalizáveis como combinar "Medo" e "Velocidade" para criar um inimigo fugindo desesperado.

- IA Obsoleta: Os inimigos ainda seguem padrões previsíveis, como perseguições em fila indiana, algo que não combina para os padrões de jogos modernos.

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Liberdade vs. Intuição

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Algo que brilha em Oblivion são as criações de feitiços absurdos, roubar itens insignificantes ou explorar masmorras sem motivo aparente. São experiências que jogos atuais raramente permitem e que dão ao jogo varias horas extras de exploração. No entanto, os sistemas como o minigame de persuasão são tão confusos quanto em 2006 e a progressão de habilidades secundárias, como "Atletismo", mostram a idade do design que não foi revitalizado.

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Narrativa: O Legado que Skyrim Não Superou

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Se há uma área onde Oblivion reina soberano sobre RGPs é na qualidade das questlines. Enquanto a campanha principal de salvar Cyrodiil das invasões de Oblivion é competente e cumpre muto bem o papel de fazer o game ser um ícone, são as missões secundárias que roubam a cena:

- Irmandade Sombria: Uma história moralmente ambígua e repleta de reviravoltas e momentos inesquecíveis, como assassinar um alvo durante uma festa.

- Ilhas Tremulas (Shivering Isles): Embora seja uma DLC, está incluso no pacote base e transporta o jogador para o reino do deus da loucura, Sheogorath, em uma experiência que mistura humor negro e tragédia. Não deixe de jogar esta história.

- Guilda dos Ladrões: São missões que exigem planejamento e criatividade, como roubar um artefato sem ser detectado. Essa missão é ótima, pois explora toda parte do steath que o jogo pode oferecer.

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Performance: O Preço da Fidelidade

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Joguei no Xbox Series e não senti problemas, mas quando fui pesquisar em outras plataformas me deparei com críticas. Mesmo em PCs topo de linha (RTX 4090, Ryzen 9 9800X3D), o jogo apresentou problemas como:

- Stuttering Constante: Problemas de carregamento de partes do mundo, coisa que acontecia no jogo original, o que resultou em travamentos durante a exploração.

- Otimização: Curiosamente no Steam Deck, o desempenho despenca para abaixo de 30 FPS. No console senti poucas quedas de framerate, porém isso acontecia em áreas movimentadas, coisa que precisam corrigir com atualizações futuras.

- Bugs: Embora para mim não tenha acontecido, assisti há alguns vídeos em que NPCs desaparecem em missões críticas e alguns crashes aleatórios (este acontecendo no PC).

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O Legado do Jank

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Oblivion Remastered mantém sua natureza caótica e com um visual de tirar o folego. Glitches clássicos, como a porta secreta no Templo do Um (que permite finalizar o jogo em 15 minutos) e a física absurda de ragdoll, foram mantidos (com certeza isso foi proposital, pois foram celebrados pelos fãs). A Virtuos entendeu que esses "problemas" se tornaram parte inseparável da identidade do jogo, algo que está lá, mas não precisa ser usado. Mas como nosso DNA, carrega as marcas do passado que nos transformam no que somos e isso foi um acerto, pois a remoção o transformaria em mais um RPG genérico sem suas falhas históricas.

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E esses pequenos “erros de DNA” do jogo se entendem ao som, que mantém a composição épica de Jeremy Soule intocada e amplificada por uma mixagem moderna que faz carinho nos nossos ouvidos. Embora alguns efeitos sonoros, como feitiços de cura, possam soar datados, eles mantêm um charme e ganham uma vida nova com “Audio Espacial”.

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Vale a Pena ou Dá Pena?

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The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered é uma celebração ao RPG, embora não seja isento de falhas o jogo brilha com todo seu esplendor.

Recomendo para:

- Fãs do Original: A experiência é como reviver memórias com óculos de alta resolução.

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- Jogadores que Valorizam Narrativa: As questlines continuam as melhores da Bethesda.

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Para os Novatos em Oblivion:

Jogue com a mente aberta, embora os combates possam soar ultrapassados. Tudo no jogo lhe mostrará a história dos RPGs e como os games que você joga hoje chegaram nesse nível através dos erros e aprendizados do passado.

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Conclusão: Um Clássico Resistente ao Tempo

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Com Oblivion Remastered, a Bethesda e a Virtuos entregam um projeto que honra o passado sem medo de mostrar suas expressões do tempo. É um jogo que aceita suas imperfeições como virtudes, oferecendo uma experiência única em um mercado saturado por mundos abertos muito "polidos".

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A magia de explorar Cyrodiil seja fechando Portas de Oblivion ou roubando queijos em uma taverna, permanece irresistível.

O jogo é uma cápsula do tempo essencial e prova que, às vezes, um pouco de caos é exatamente o que um RPG precisa.