Desenvolvido pelo estúdio Iron Galaxy substituindo Vicarious Visions após sua fusão com a Blizzard, Tony Hawk's Pro Skater 3 + 4 tem o objetivo de recriar dois dos mais amados jogos da franquia. Neste pacote de jogos, a promessa é equilibrar a fidelidade nostálgica com inovações contemporâneas. O resultado? Uma experiência que brilha em sua essência.
Neste review vamos ver o que faz de Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 um verdadeiro tributo à era dourada dos jogos de skate ao mesmo tempo que atualiza o jogo às expectativas modernas.

Revitalizando uma Lenda
A primeira impressão de Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 é de pura nostalgia. A música tocando logo na tela inicial, os menus são estilizados, skatistas lendários com suas poses clássicas, tudo é feito para ativar a memória afetiva de quem passou incontáveis horas jogando nos anos 2000. Essa nostalgia veio num pacote moderno, com gráficos realistas em 4K, texturas refinadas e iluminação dinâmica, que fazem o jogo parecer uma produção totalmente nova.
A engine utilizada é a mesma do remake de THPS 1+2, porém, mais aprimorada, com mais física realista, melhor modelagem dos skatistas e cenários mais ricos em detalhes. A Iron Galaxy soube manter o espírito original com acabamento de nova geração, o que garante que veteranos e novatos possam apreciar o jogo igualmente.
Jogabilidade: A Arte Impecável do "Combo"
A mecânica de THPS 3+4 permanece intacta e perfeita. O sistema de combos com reverts, manuals e grinds é tão viciante quanto nos originais. Com controles precisos e resposta imediata, a sensação de fluidez ao fazer manobras em sequências é insuperável. O jogo manteve a fórmula clássica: sessões de dois minutos para completar objetivos como coletar SKATE, alcançar high scores ou desbloquear áreas secretas, algo que fez alguns fãs reclamarem.
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Além disso, o jogo conta com:

Fidelidade ao Original, com um Toque Atual
Um dos grandes medos dos fãs era que a essência dos jogos originais fosse desfeita em nome da modernidade. Felizmente isso não aconteceu, cada nível de THPS 3 e THPS 4 foi recriado com fidelidade, mantendo a estrutura dos objetivos, os segredos escondidos, as linhas de combo e os itens colecionáveis.
Melhorias foram feitas no remake: os mapas ganharam vida com detalhes adicionais como NPCs interativos, mais animações de fundo e eventos dinâmicos. Além disso, a dificuldade foi equilibrada. Se antes alguns desafios eram absurdamente difíceis ou mal explicados, agora eles são mais acessíveis, com instruções bem claras e um sistema de pistas visuais.
Outro ponto importante é a customização. O modo Create-a-Skater e Create-a-Park voltaram com mais ferramentas, permitindo a criação de skatistas incrivelmente detalhados e pistas absurdamente criativas. Ficou maravilhoso, pois é fácil passar horas nesse modo, principalmente com a opção de compartilhar parques online com a comunidade.
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Trilha Sonora: A Queda Mais Dolorosa
Não se pode falar de Tony Hawk’s Pro Skater sem mencionar sua trilha sonora. Os jogos originais ajudaram a popularizar bandas de punk, ska, hip-hop e rock alternativo, moldando o gosto musical de uma geração.
A trilha sonora de THPS 3+4 é um ponto dividido. Se por um lado, o jogo inclui as bandas clássicas como Motörhead, Iron Maiden, Alice in Chains, além de faixas modernas de artistas como Run the Jewels e Denzel Curry, incluindo bônus da franquia DOOM nas edições Deluxe.
Por outro lado, faltam muitos hits originais que fizeram parte da experiência nostálgica dos jogos clássicos, como músicas do AC/DC e outros ícones teens dos anos 2000. O resultado: uma trilha sonora boa por si só, mas para quem jogou os jogos originais vai sentir falta do espírito THPS e da emoção que as músicas traziam.

Modos de jogo e conteúdo adicional
Os jogos originais já tinham um grande conteúdo e nesta coletânea isso se multiplicou. Os dois títulos vêm completos, com todos os níveis e objetivos clássicos, mas agora com missões inéditas e desafios adicionais para cada skatista.
Ambas as campanhas podem ser jogadas com qualquer skatista, e agora há recompensas exclusivas para concluir objetivos com personagens específicos. Além disso, são oferecidos desafios diários e semanais online, mantendo o jogo vivo e ativo.
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Career / Modo principal
O modo principal une os níveis de THPS3 e THPS4 com um sistema de progressão unificado: o dinheiro ganho, personagens e estatísticas se aplicam entre ambas as campanhas, permitindo um fluxo contínuo de jogo entre os dois títulos. Após completar o modo carreira, há um New Game+ com desafios mais difíceis, mantendo estatísticas já aprimoradas.
Free Skate
Como compensação ao estilo restrito dos objetivos com tempo, Free Skate permite explorar as fases sem limite algum. No entanto, esse modo se torna vazio com o tempo, justamente por faltar objetivos e NPCs interativos, diferente do que acontecia em THPS4 original.
Multiplayer e modos online
O remake inclui multiplayer online com crossplay entre plataformas e partidas para até 8 jogadores simultâneos. Um modo inédito chamado HAWK (há cartas com letras escondidas) apresenta um desafio criativo e rejogável, diferente do tradicional "score attack".
Create‑A‑Skater e Create‑A‑Park
O editor de skatistas permite customizações detalhadas: roupas, acessórios, tatuagens, estilo de skate, etc. Estatísticas ganhas podem ser transferidas entre personagens. No modo Create-A-Park, é possível construir pistas complexas e definir objetivos dentro delas, oferecendo uma inovação criativa para a comunidade.
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Níveis Inéditos
Waterpark: Um parque aquático abandonado, com toboáguas que servem como rampas naturais. Se destacando pelo design vertical, lembrando os melhores momentos da Neversoft.
Pinball: Uma mesa de fliperama surreal, com obstáculos móveis e estética retro. Uma homenagem à criatividade da série, como a clássica Area 51.
Movie Studio: Um estúdio de Hollywood repleto de cenários interativos (como monstros gigantes e trilhos de câmera). Menor que os demais, mas extremamente divertido e ótimo para combos.

Skatistas, elenco e diversidade
O elenco traz nomes conhecidos do clássico e talentos novos. Figuras clássicas como Tony Hawk, Rodney Mullen, Bucky Lasek, Bob Burnquist continuam no elenco. Personagens secretos como Michaelangelo das Tartarugas Ninja, Bam Margera e Jack Black (como Oficial Dick) completam o pacote nostálgico. As edições Deluxe permitem jogar como Doom Slayer e Revenant.
Controvérsias de Design
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A maior polêmica está na *reestruturação do THPS4. Originalmente, o jogo foi pioneiro em possuir um "mundo aberto" sem temporizador, com NPCs distribuindo missões narrativas (como alimentar leões-marinhos em São Francisco), o remake descartou totalmente essa abordagem. Agora, todos os níveis seguem o formato de dois minutos, com objetivos pré-definidos. Embora a Iron Galaxy argumente que isso foi coeso para os dois remakes terem o mesmo padrão, os fãs lamentam a perda da identidade única do quarto jogo que definiu o que seria a série THPS se ela continuasse.
Missões Cortadas e Adaptadas: Objetivos icônicos (ex: desbloquear celas em Alcatraz) foram mantidos, mas outros foram eliminados ou convertidos em "Desafios Pro", desbloqueáveis após completar a campanha principal. O nível Zoo foi colocado em segundo plano na arena de competição, perdendo parte de seu charme caótico.
Justificativa: Embora o estúdio tenha adicionado novos objetivos (como destruir sets de filmagem em Movie Studio), a ausência da estrutura original de THPS4 foi retrocedida e sua inovação histórica deixada de lado.

Prós e Contras
Prós
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Contras

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Conclusão: Um Clássico Reacendido
THPS mais do que um simples remake. É uma celebração da cultura do skate, da história dos vídeo games e do poder da nostalgia, respeitando seu legado. A dedicação da equipe em preservar a essência dos jogos originais é evidente em cada detalhe, desde os mapas meticulosamente recriados. Ao mesmo tempo, as adições modernas, como desafios online, personalização aprofundada e novos skatistas, garantem que THPS 3+4 seja relevante e divertido.
Seu maior pecado foi reescrever a história: ao padronizar THPS4 ao formato dos primeiros jogos, apagando uma revolução que pavimentou Underground e American Wasteland. Ainda assim, a jogabilidade continua viciante, os novos parques são tesouros de design, e o conteúdo extra garante centenas de horas de jogo.
Se você foi um dos muitos que gastaram horas e horas quebrando recordes em Airport, Suburbia ou College, este é um jogo para marcar suas memórias e, talvez, escorrer lágrimas pelo canto dos olhos. E se você nunca jogou os clássicos, esta é a forma de conhecer um dos pilares da história dos games. Este ainda é o melhor jogo de skate já criado.
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